sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Histórias que não me deixaram fazer na TV

Título: Histórias que não me deixaram fazer na TV
Autor: Alfred Hitchcock
Páginas: 196

Não sei se é porque já li uma porção de coletâneas desse tipo e tudo começa a parecer repetitivo, mas o fato é que de todas as treze histórias, pouquíssimas me chamaram a atenção.

Minha escolha fica entre as histórias "A casa do homicídio" e "Daqui a dez minutos". As duas são boas. Quanto às demais, cumprem o papel e dão volume ao livro, mas não se destacam tanto quanto as citadas.

Trechos interessantes:

"-Somente um epicurista, um verdadeiro gourmet como Jerome Steeks, ficaria chocado ao me ver pondo gelo num Chambertin. Somente um homem que conhece a fundo como comer e beber aprecia vinhos o bastante para compreender que o buquê do Chambertin seria destruído, congelado pelo frio. Steeks sabe que vinho tinto deve ser sempre bebido na temperatura da sala." (pág. 44)

"-Já devia saber que ninguém mais escreve cartas atualmente, mamãe. Não vai demorar muito para que deixem de ensinar a escrever na escola e tudo passe a ser feito pelo telefone ou por computador." (pág. 56)

"Ali estava um médico, que prestara o juramento de Hipócrates para preservar a vida, acenando com os braços como um diretor de TV, para mostrar ao cara na cadeira a melhor maneira de morrer.
Prenda a respiração, depois respire fundo: não vai sentir nada. Claro que o ácido cianídrico vai derreter as suas entranhas, transformá-las numa massa quente, vai queimar todas as fibras nos seus pulmões, enquanto se sacode freneticamente. Mas não estará realmente sentindo coisa alguma. O corpo estará se sacudindo apenas como uma reação dos terminais nervosos." (pág. 78)

"O rosto rechonchudo de Sarah, inchado de vinho e de raiva, os cabelos pintados caindo desordenadamente, o corpo protuberante onde não deveria e carecendo de curvas nos lugares necessários, a última de suas ilusões desaparecidas, ela era a caricatura grotesca de todas as mulheres do mundo enganadas e envelhecidas." (pág. 103)

"Ser casado com Squeakie é um trabalho de tempo integral. O nome dela é na verdade Desdemona, mas faço todo o possível para esquecê-lo. O pai era um cavalheiro da velha guarda, que gostava de citar Shakespeare a todo instante. Squeakie saiu a ele. Não que isso torne as coisas tão difíceis assim. Um pouco de Shakespeare de vez em quando é maravilhoso. Mas é que às vezes eu me sinto como o camarada que estava montado no tigre: simplesmente não podia desmontar." (pág. 135)

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