segunda-feira, 2 de abril de 2018

Os 13 porquês

Título: Os 13 porquês
Autor: Jay Asher
Páginas: 254

Clay Jensen recebe pelo correio um pacote de fitas cassete e, ao ouvi-las, descobre que foram gravadas por Hannah Baker, uma colega de aula que se suicidou há pouco tempo. Descobre também que as fitas serão encaminhadas a todos que tiveram alguma influência no suicídio de Hannah. Portanto, se ele recebeu as fitas, de alguma maneira ele está envolvido.
A história é contada com narrativa dupla e simultânea. Enquanto Clay vai descrevendo suas ações e deslocamentos pela cidade, você acompanha também o relato de Hannah. Com temática e linguagem voltada para os adolescentes, a história se desenvolve de forma rápida e cheia de tensão.

Trechos interessantes:

Quem enviará uma caixa de sapatos cheia de fitas? Ninguém mais ouve fitas cassete. Será que tem algum jeito de tocá-las? (pág. 10)

Eu estava tão ansiosa a respeito de que tipo de beijo seria – porque minhas amigas descreveram tantos tipos e acabou sendo do tipo lindo. Você não enfiou a língua na minha garganta. Você não agarrou minha bunda. Nós simplesmente juntamos os lábios... e nos beijamos.
E foi isso.
Espere aí. Pare. Não volte a fita. Não precisa, porque você não perdeu nada. Deixe eu mesma repetir. Isso... foi... tudo... o... que... aconteceu.
(pág. 29)

Aqui vai uma dica. Se você tocar uma garota, mesmo sendo de brincadeira, e ela o empurrar para longe, deixe... ela... em paz. Não toque nela novamente. Em lugar nenhum! Simplesmente pare. Ela vai sentir nojo se você fizer isso. (pág, 48)

Aquela festa acabou se tornando uma noite de primeiras vezes. Eu vi minha primeiríssima briga de socos — que foi horrível. Não tenho ideia por qual motivo, mas começou bem atrás de mim. Dois caras gritavam e, quando me virei, um estava com o peito a poucos centímetros do peito do outro. Uma multidão começou a se juntar, incentivando-os a brigar. A muvuca se transformou numa muralha grossa, ninguém a fim de deixar a situação se acalmar. Tudo que precisavam era que um peito encostasse no outro, mesmo acidentalmente, para a coisa estourar.
E foi o que aconteceu.
(pág. 96/97)

Na aula de saúde, vimos, certa vez, um documentário sobre enxaqueca. Um dos entrevistados tinha o hábito de cair de joelhos e bater com a cabeça no chão, sem parar, durante os ataques. Isso desviava a atenção da dor que ele sentia no fundo de seu cérebro, onde não conseguia alcançar, para outra dor do lado de fora, sobre a qual ele tinha controle. (pág. 97)

Todo assunto era válido na comunicação entre jovens. Algo que, obviamente, incomodava muitos dos outros professores. Era uma perda de tempo, diziam. Eles queriam nos ensinar os fatos nus e crus. Eles compreendiam fatos nus e crus.
Faróis iluminam a janela da frente do Rosie’s de uma ponta a outra e eu fecho ligeiramente os olhos quando eles passam.
Eles queriam nos ensinar o significado de X em relação a Y em vez de nos ajudar a entender melhor a nós mesmos e aos outros. Queriam nos quando a Carta Magna foi assinada – não importa o que seja isso –, em de discutir controle de natalidade. (pág. 134)

Ninguém sabe ao certo quanto impacto tem na vida dos outros. Muitas vezes não temos noção. Mas forçamos a barra do mesmo jeito. (pág. 135)

Amanhã, eu vou me levantar, vou me vestir e vou a pé até o correio. Chegando lá, enviarei um pacote de fitas para Justin Foley. E, depois disso, não tem mais como voltar atrás. Irei à escola, atrasada demais para o primeiro período de aulas, e passaremos um último dia juntos. A única diferença é que eu saberei que é o último dia.
Vocês não.
(pág. 218)