terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O vencedor

Título: O vencedor
Autor: Tami Hoag
Páginas: 448

A autora apresenta um romance policial tendo como pano de fundo o mundo dos cavalos. Animais que valem milhões, tratados como objetos de luxo, para o deleite e inveja de alguns milionários.

Uma garota encarregada de cuidar dos cavalos desaparece e ninguém, a não ser sua irmã de 12 anos, se preocupa em saber do seu paradeiro. Para isso entra em cena a ex-policial Elena Estes, que agora se dedica aos cavalos. Relutante em reviver os fantasmas do tempo de policial e, ao mesmo tempo, compelida a ajudar a única pessoa preocupada com o desaparecimento da garota, ela se aprofunda cada vez mais no misterioso mundo hípico. Quanto mais se aprofunda, mais intrigas e segredos são descobertos, até o desfecho final.

Trechos interessantes:

"Fica-se mais vivo quanto mais perto se está de enfrentar a morte de frente." (Pág. 13)

"Algumas das melhores pessoas que conheci pertenciam ao mundo dos cavalos. Gente capaz de se sacrificar pelos animais que confiavam nelas. Gente de palavra, íntegra. E algumas das piores, mais odiosas e mais esquisitas pessoas que conheci pertenciam ao mundo dos cavalos. Gente capaz de mentir, trapacear, roubar e vender a própria mãe por um centavo, se achasse que valia a pena. Capaz de sorrir e dar um tapinha enquanto, com a outra mão, esfaqueia você." (pág. 23)

"As pessoas veem o que estão programadas para ver, raramente procuram por mais." (pág. 59)

"Descobri que as pessoas guardam melhor os segredos se elas também têm um." (pág. 122)

"-Devia processá-lo por calúnia, talvez assim ele sossegue - disse Paris, ríspida.
-Por difamação. Quando a mentira é dita, chama-se difamação; quando é escrita, calúnia - corrigiu Jade." (pág. 126)

"-Você precisa me contar, isso aqui é coisa séria. Não se trata apenas de alguns corcéis correndo no meio da noite. Uma garota morreu. Percebo que no seu mundo ela não devia esperar muito, mas, no meu mundo, assassinato é coisa grave. Todos os que a conheciam e tinham problemas com ela vão ter de contar suas andanças. Se você tem uma testemunha, é melhor dizer, senão vou acabar usando mais horas do seu precioso tempo." (pág. 206)

"A incerteza é sempre o tormento do trabalho feito às escondidas. Eu construí um castelo de cartas, apresentando-me como uma pessoa para uns e outra para outros. Não me arrependia. Eu sabia dos riscos. O truque era colher os dividendos antes de ser descoberta e as cartas desmoronarem." (pág. 257)

"Só existe um jeito de saber para onde o vento está indo: cuspir nele." (pág. 294)

"Jamais sabemos o que se passa no coração do outro, o que os anima, o que os derruba, o que eles consideram corajoso, rebelde ou de sucesso." (pág. 302)

"-Quando cresci, vi que meu pai tratava a lady Justiça como uma mercadoria e vendia-a pelo lance mais alto. Achei que alguém precisava equilibrar o outro lado da balança, fazer um esforço para igualar as coisas." (pág. 347)

"De certa forma, Krystal era mais criança que Molly. A vida inteira sonhou ter um marido respeitável, uma linda casa e tudo decorado. Nunca imaginou que viver como uma boneca Barbie tivesse as mesmas ciladas que ser pobre. Tenho certeza de que ela nunca pensou que o ser humano é o mesmo em todas as faixas socioeconômicas." (pág. 359)

sábado, 9 de janeiro de 2016

Cem sonetos de amor

Título: Cem sonetos de amor
Autor: Pablo Neruda
Páginas: 120

Sinceramente, a poesia não é o meu forte. Tenho muita dificuldade em entender o seu significado quando não está bem à vista. Até entendo uma poesia sem rima quando se trata de uma poesia moderna, quando a forma, muitas vezes, é o que interessa.

Mas na minha visão de leigo, o que me agrada num soneto é a disposição da rima. Apreciar cem sonetos onde não há uma única rima é muito pra mim. Foge ao meu entendimento...

Trechos interessantes:

"Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Que flor, que pedra, que fumaça, mostraram minha morada?" (pág. 13)

"E tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso ver tudo:
vejo em tua vida todo o vivente." (pág. 18)

"Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira," (pág. 27)

"Não só pelas terras desertas onde a pedra salina
é como a rosa única, a flor pelo mar enterrada,
andei, mas pela margem de rios que cortam a neve
." (pág. 78)

domingo, 3 de janeiro de 2016

Histórias de alta-tensão

Título: Histórias de alta-tensão
Autor: Alfred Hitchcock
Páginas: 266

Começando o ano com mais uma coletânea de Hitchcock. São 13 histórias seguindo o padrão já consagrado. Para quem já leu quase todas, parece que as histórias se repetem, já que são mais ou menos padronizadas, mas, mesmo assim, eu gosto muito.

Estou ficando muito exigente: das 13 histórias, apenas 2 mereceram um destaque da minha parte: "O homem no saguão" e "A arte da dedução".

Trechos interessantes:

"Os ciganos, especialmente as mulheres, envelhecem depressa." (pág. 29)

"Os ciganos são retraídos e suas vidas estão impregnadas por superstições com mais de 10 séculos. Conhecer o nome de um cigano, quando se é um estranho, significa ter poder sobre ele." (pág. 30)

"Contara tudo, como uma criança pequena que foge de casa, talvez pegando um bonde até o fim da linha ou algo parecido, depois sente fome e usa o dinheiro que tem no bolso para comprar um sorvete, finalmente volta para casa e é despachada para o quarto sem jantar, cansada, faminta, mas orgulhosa de sua façanha." (pág. 37)

"Todos nós temos lá no fundo impulsos sombrios, que normalmente conseguimos manter sob controle. Mas a hipnose pode liberar esses impulsos e um hipnotizador pode facilmente tirar proveito disso." (pág.90)

"-Sofisma... Lembro disso, do meu próprio curso de filosofia. Um argumento capcioso, baseado numa falsa premissa." (pág. 133)

"A primeira regra ao se cometer uma traição é providenciar para que o traído não possa se vingar." (pág. 211)