domingo, 30 de novembro de 2014

Contato visual

Título: Contato visual
Autor: Cammie McGovern
Páginas: 304

Uma criança é morta num parque da escola e todos estão à cata do assassino. O problema é que a única pessoa que pode auxiliar na busca é um aluno autista. Como fazê-lo perceber a importância do que estão procurando e como extrair essa informação? Esse é o ponto.

A autora consegue elaborar uma boa trama onde o ponto principal é trazer à tona a discussão sobre os autistas. Embora muita gente diga que não, cada pessoa é especial. Resta descobrir a maneira de aproveitar o que todos têm de bom, mas que alguns não conseguem demonstrar. Grande tema, ótima leitura, bom livro.

Trechos interessantes:

"Aos quatro anos, ele era capaz de identificar um clarinete, um oboé, um fagote, mas não conseguia, nem sob pressão, apontar para uma calça. Essa é a peculiaridade de um cérebro autista, a maneira como alguns caminhos funcionam, e outros não." (pág. 19/20)

"Ela só consegue pensar: é estranho que alguém que não o conhece, que só viu Adam eu seu pior momento, com a aparência mais autista que ele teve em anos, pode ter mais esperança de um avanço que ela." (pág. 36)

"De uma coisa Cara tem certeza: quando seu filho é autista, a família toda quer poder fazer algo por você." (pág. 99)

"Muitas crianças são testemunhas ruins. Isso acontece sempre, uma criança fica a dez metros de um assassinato, e você quer saber o que ela geralmente diz? A cor da calça do assassino? Elas ficam com medo demais para olhar para cima. Rostos dão medo. Na maioria das vezes, uma criança que presenciou um assassinato não sabe dizer que arma foi usada. Elas não veem esse tipo de coisa. O cérebro delas não processa isso." (pág. 109)

"Em algumas situações da vida só uma coisa importa. Ou você preenche os requisitos ou não." (pág. 146)

"Amizade significa que você ajuda a outra pessoa. Fica ao lado dela." (pág. 211)

"'Escute', a mulher finalmente disse, 'você pode fazer como quiser. Não vou dizer a você como viver sua vida porque nem nos conhecemos. Mas todos os livros que você ler, todos os estudos, vão dizer que uma criança que sabe quem é seu pai é mais equilibrada, mais saudável. Um nome na certidão de nascimento é muito melhor que nada'." (pág. 236)

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