segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Eu sou o mensageiro

Título: Eu sou o mensageiro
Autor: Markus Zusak
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Ed é um garoto de 19 anos, sem nenhuma perspectiva na vida, sem nenhum talento especial, ou seja, uma pessoa perfeitamente comum. De repente aparece em sua caixa de correio uma carta de baralho com 3 endereços e ele pressupõe que sejam pessoas que precisam de sua ajuda. Depois de resolver estes casos, mais cartas continuam aparecendo e ele se considera um mensageiro com uma tarefa a cumprir.

A história acaba conquistando o leitor, que fica sempre curioso sobre o conteúdo das próximas cartas que virão e a forma como Ed vai se desembaraçar da tarefa. Como curiosidade, os capítulos do livro são numerados na sequência das cartas do baralho. No resumo, é uma boa leitura e quem já leu e gostou de 'A menina que roubava livros' não vai se decepcionar.

Trechos interessantes:

"Eu estou sempre me perguntando: 'E aí, Ed, o que você fez de útil nesses 19 anos de vida?' A resposta é simples.
Porra nenhuma." (pág. 20)

"'Tu é um homem morto,' ouço aquela voz de novo, e vejo as palavras na minha cara quando entro no táxi e olho no espelho retrovisor.
Isso me faz pensar sobre minha vida, minhas realizações inexistentes e minhas habilidades gerais de incompetência.
Quando estou tirando o carro do estacionamento, penso: Um homem morto. Ele tem razão." (pág. 39)

"-Você é meu melhor amigo, Ed.
-Eu sei.
Essas palavras podem matar um homem.
Não precisa nem de arma.
Nem de balas.
Só das palavras e de uma garota." (pág. 109)

"Padre O'Reilly volta pra mesa agora, reprovando com a cabeça.
-Esses são os Parkinsons. Cambada de inúteis.
Fico chocado com o comentário. Nunca ouvi um padre falar assim. Na verdade, nunca falei com nenhum padre, mas duvido muito que seja assim.
-Isso acontece sempre? - pergunto.
-Duas vezes por semana. Pelo menos.
-Como o senhor consegue aguentar uma coisa dessas?
Ele simplesmente estica os braços e bate na batina.
-É para isso que estou aqui." (pág. 129)

"-O que é, padre?
-Sabe, dizem que há inúmeros santos que não têm nada a ver com a Igreja e praticamente não têm nenhum conhecimento de Deus. Mas dizem que Deus anda com essas pessoas sem que elas se deem conta disso - os olhos dele estão dentro de mim agora, acompanhados pelas palavras. - Você é uma dessas pessoas, Ed. É uma honra conhecê-lo." (pág. 140)

"Tem sangue nas minhas mãos e no final da rua. Por um instante, fico torcendo para que entendam o que estão fazendo e o que estão enfrentando.
Tenho vontade de dizer pra eles, mas percebo que só estou aqui como mensageiro. Não estou aqui pra decifrar nem mostrar o sentido da mensagem. Isso eles têm que fazer sozinhos." (pág. 157)

"Não é nada demais, coisa pequena, mas acho que é verdade o que se diz por aí, tipo que as grandes coisas são sempre coisas pequenas que percebemos." (pág. 195)

"Às vezes as pessoas são bonitas.
Não pela aparência física.
Nem pelo que dizem.
Só pelo que são." (pág. 199)

"Ela conclui:
-Você tá melhor.
É com estas palavras que vejo as coisas do ponto de vista da Audrey. Ela gostava quando eu era simplesmente Ed. Era mais seguro assim. Estável. Agora, ando mudando as coisas. Deixei minhas digitais no mundo, mesmo que pequenas, e isso mexeu no equilíbrio entre nós dois. Talvez ela tenha medo de eu não querê-la, já que não posso tê-la." (pág. 207)

"-Eu só quero que você seja alguém na vida - aos poucos, bem devagar, ela se aproxima das escadas da frente. -Você tem que entender uma coisa, Ed.
-O quê?
Com cuidado, ela diz:
-Acredite ou não, é preciso muito amor pra te odiar desta forma." (pág. 219)

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