sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A linguagem das flores

Título: A linguagem das flores
Autor: Vanessa Diffenbaugh
Páginas: 294

Victória é uma jovem que cresceu passando de um orfanato para outro. Isso a tornava cada vez mais revoltada e indiferente a tudo. Ao completar os 18 anos ela tem que sair do orfanato e cuidar de sua própria vida. O que acontecerá já que ela tem um desprezo total por todas as pessoas e pela vida de maneira geral?

O livro apresenta uma grande lição de vida, baseada numa frase simples: você tem que querer. Se a mudança partir de você, muitas coisas podem de fato acontecer. Além da história de vida de Victoria outro ponto agradável no livro é a informação do significado de vários tipos de flores. Curioso, mas interessante.

Trechos interessantes:

"-Acredito que você também pode provar que todos estão errados, Victoria. Seu comportamento é uma escolha, não quem você é de verdade." (pág. 45)

"Lembrei-me das palavras que Meredith me dissera na Gathering House e outras centenas de vezes antes: Você tem que querer. Você tem que querer ser uma filha, uma irmã, uma amiga, uma estudante, repetira ela à exaustão. Eu nunca quisera nenhuma dessas coisas e as promessas, ameaças ou subornos de Meredith nunca haviam mudado minha convicção. Mas, de repente, eu soube que queria ser florista. Queria passar minha vida escolhendo flores para desconhecidos, meus dias oscilando entre o frio da câmara frigorífica e o barulho da gaveta da registradora." (pág. 55)

"Ela colocava uvas em sua boca e depois na minha, falando números que correspondiam ao grau de maturação: 74/6, 73/7 e 75/6. Isto, dizia quando localizávamos um cacho maduro, é o que você precisa ter em mente. Este exato sabor - açúcar 75 e tanino 7. Essa é uma uva perfeitamente madura, algo que nem uma máquina nem um amador conseguem identificar." (pág. 117/118)

"Eu começaria a chorar antes de terminar de falar, mas mesmo assim ela entenderia. E iria querer. O brilho em seus olhos seria a prova de sua devoção ao nosso filho, enquanto minhas lágrimas seriam a prova da minha incapacidade de ser mãe. A certeza de que eu iria decepcioná-lo (e a incerteza de como ou quando isso iria acontecer) me impediria de compartilhar do seu entusiasmo, me manteria isolada de suas declarações de amor." (pág. 172/173)

"O mundo seguia seu ritmo frenético, indiferente à bebê que chorava a seis quarteirões dali, à bebê que eu tinha dado à luz mas cujos gritos já não ouvia mais. O bairro continuava existindo como na semana anterior e na quinzena antes dela, como se absolutamente nada tivesse mudado. O fato de minha vida ter virado de cabeça para baixo não importava a ninguém e, ali fora, naquela calçada, longe da fonte do tumulto, meu pânico pareceu injustificável."(pág. 218)

"Queria recomeçar minha vida, tomar um rumo que não me levasse àquele momento, a acordar sozinha em um parque municipal, com minha filha largada num apartamento vazio. Cada decisão que eu havia tomado me conduzira até ali e eu queria mudar tudo: o ódio, a culpa e a violência. Queria almoçar com a menina revoltada que tinha sido aos 10 anos para alertá-la sobre essa manhã e dar-lhe as flores que a conduziriam por um caminho diferente." (pág. 230)

"Se fosse verdade que o musgo não tinha raízes e que o amor materno poderia crescer espontaneamente, vindo do nada, talvez eu tivesse me enganado ao me julgar incapaz de criar minha filha. Talvez os indiferentes, os rejeitados, os mal-amados pudessem aprender a dar amor com tanta abundância quanto qualquer outra pessoa." (pág. 282)

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