segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Histórias que nunca esqueci

Título: Histórias que nunca esqueci
Autor: Alfred Hitchcock
Páginas: 248

Novamente, mais uma coletânea de histórias de suspense da coleção Alfred Hitchcock. Desta vez são 14 histórias, dos mais variados estilos. O meu gosto pessoal também foi contemplado pois sete das histórias são do meu agrado, o que é raro num livro de coletâneas.

Dentre as que me impressionaram destaco: "A solução Dettweiler", "Vida ou morte" e também "Uma guerra particular". Claro, não são histórias fenomenais, mas as considero acima da média.

Trechos interessantes:

"-Parece muito angustiado, Parker. O que o está perturbando.
-É... Não é nada.
-Tudo é alguma coisa." (pág. 17)

"O prédio lembrou a Walden Swift outro parecido, no qual frequentemente visitara uma jovem que outrora amara. Mas isso acontecera no tempo em que ele era jovem o bastante para acreditar numa moça que lhe dizia para nunca se envolver com as pessoas." (pág. 41)

"Ainda restavam mais cabelos a Seth do que a Porter, embora ele fosse mais velho em três anos. Eu poderia descrevê-los em maiores detalhes, até as cicatrizes, verrugas e marcas distintivas, mas tenho a impressão de que vocês gostariam de ler essas coisas tanto quanto eu apreciaria escrever a respeito. Ou seja, absolutamente nada. Portanto, vamos continuar com a história." (pág. 46)

"-Linda Mae está lhe criando problemas?
-Estava. Passou a ser mais cortês depois que lhe dei uma surra na última vez.
-Deus sabia o que estava fazendo ao criar os homens mais forte do que as mulheres - comentou Porter. - Já imaginou como seria a vida se as mulheres pudessem surrar os maridos, ao invés do contrário?" (pág. 50)

"Há uma lei expressa contra o suicídio em nosso Estado e provavelmente por toda parte. Mas é muito difícil impor o cumprimento dessa lei, tão difícil quanto fazer um bezerro com as quatro pernas quebradas ficar de pé. Não me recordo de ninguém por aqui que tenha sido processado por se matar. E tenho a impressão de que isso nunca acontecerá. Dá para a gente ficar se perguntando o que os homens estavam pensando quando meteram essa lei em particular no código." (pág. 54)

"Ele caminhava pela noite amena como se estivesse em transe. Inválida. Paralisia parcial. Respirador pessoal. Diálise renal.
Chegara bem perto de perdê-la para sempre. E agora acontecia aquilo. Mas que confusão monumental! Myra já era difícil o bastante de suportar quando estava bem... o que quase nunca acontecia. Vinte anos de hipocondria e nunca houvera uma única doença fatal. E agora acontecia aquilo. Uma inválida." (pág. 125)

"O joelho rígido, resquício de um acidente de automóvel cinco anos antes, não doía mais. Era apenas um incômodo às vezes. Mas também um homem se aproximando dos 50 anos, com todos os sonhos de tornar-se um heroi do mundo dos esportes ou outro Fred Astaire, não precisava de articulações flexíveis para ensinar história a alunos do primeiro ano." (pág. 151)

"Michael viera ainda no meio da semana para trabalhar, trazendo as provas de sua última novela. Precisava passar vários dias fazendo as correções. Era a única parte do processo de escrever que realmente apreciava, a última etapa, quando o livro ainda era parte dele. A partir do momento em que aparecesse entre capas, passava a pertencer aos outros." (pág. 228)

Nenhum comentário: