sábado, 11 de julho de 2015

Valis

Título: Valis
Autor: Philip K. Dick
Páginas:

Aqui está um livro totalmente estranho. Tudo bem que é uma ficção, mas chega às raias do absurdo. Uma história que não tem o menor sentido. Discussões filosóficas, religiosas e tudo o mais, simplesmente intragáveis. O livro não tem história,é um amontoado de frases e divagações sem fundamento.

O autor e narrador (que se refere a si mesmo na terceira pessoa) é uma pessoa obsessiva que acredita ter uma revelação de que uma entidade divina, que já foi Buda e Cristo, irá retornar. Essa entidade ele a chama de Valis e passa o livro todo tentando justificar essa obsessão.

Trechos interessantes:

"Embora não houvesse nada que eu pudesse ter feito para ajudar Horselover Fat, ele conseguiu escapar da morte. A primeira coisa que apareceu para salvá-lo tomou a forma de uma colegial de dezoito anos que morava na mesma rua que ele, mais abaixo, e a segunda foi Deus. Dos dois, a garota fez o melhor serviço." (pág. 21)

"Não acontece muita coisa em uma ala psiquiátrica, ao contrário do que os romancistas míticos relatam. Pacientes não têm o poder de dominar a equipe, e a equipe não chega a assassinar os pacientes." (pág. 64)

"-Vou perguntar a Larry se esta é uma das partes corruptas da Bíblia - disse Sherri.
Emputecido, Fat disse:
-Sherri, por que é que você não recorta todas as partes da Bíblia com as quais concorda e as cola juntas? E não precisa lidar com o restante." (pág. 90)

"Certa vez, quando eu dava uma palestra na Universidade da Califórnia em Fullerton, um aluno me pediu uma definição simples e curta de realidade. Eu pensei bem e respondi: 'Realidade é aquela coisa que não desaparece quando você deixa de acreditar nela'." (pág. 93)

"-Será que ele pode criar uma pessoa tão otária que acredite que nada existe? Porque, se nada existe, o que significa a palavra 'nada'? Como é que um 'nada' que existe é definido em comparação com outro 'nada' que não existe?" (pág. 194)

"Lembro-me de uma coisa que o grande médico da Renascença havia descoberto. Venenos, em doses medidas, são remédios; Paracelso foi o primeiro a usar metais como o mercúrio como medicação. Por essa descoberta - o uso medido de metais venenosos como medicamentos -, Paracelso havia entrado para nossos livros de História. Entretanto, a vida do grande médico teve um fim trágico.
Ele morreu por envenenamento de metal.
Então, reformulando a afirmação, medicamentos podem ser venenosos, podem matar. E isso pode acontecer a qualquer momento." (pág. 215)

"É incrível que, quando mais alguém começa a botar pra fora as besteiras em que você próprio acredita, você consegue perceber imediatamente como elas não fazem o menor sentido." (pág. 253)
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