quinta-feira, 30 de julho de 2015

A cidade e as estrelas

Título: A cidade e as estrelas
Autor: Arthur C. Clarke
Páginas: 266

Estamos a um bilhão de anos à frente. A cidade chama-se Diaspar. É uma espécie de bolha, onde todos se sentem confortáveis ali e não têm a mínima preocupação e  interesse em saber se existe alguma coisa lá fora. As pessoas vivem mil anos e, quando estão saturadas, "doam" suas memórias ao computador central e poderão renascer novamente daqui a milhares de anos.

Alvin é um cidadão diferente dos demais, sempre preocupado com o que existe fora da cidade e procura de todas as formas uma maneira de sair e explorar o ambiente externo. Quando consegue, muita coisa muda e a vida não será mais a mesma em Diaspar. Este sim, um verdadeiro livro de ficção que dá prazer de ler.

Trechos interessantes:

"Se o artista não sabia qual era seu objetivo, nem mesmo o mais milagroso dos instrumentos seria capaz de encontrá-lo para ele." (pág. 15)

"A lenda diz (e trata-se apenas de uma lenda, veja) que celebramos um pacto com os Invasores. Poderiam ficar com o Universo que tanto desejavam, e nós nos contentaríamos com o mundo em que havíamos nascido." (pág. 28)

"Havia-se descoberto, há muito tempo, que sem um pouco de crime e desordem a Utopia logo se tornaria insuportavelmente monótona. Contudo, devido à natureza das coisas, não se poderia garantir que o crime permanecesse no nível ideal exigido pelas equações sociais. Uma vez liberado e regulamentado, deixaria de ser crime." (pág. 51)

"Alvin pôs esses problemas de lado. Um dia, depois de ter aprendido muito mais coisas, poderia vir ter oportunidade de elucidá-los. Era ocioso especular, construir pirâmides de conjecturas sobre alicerces de ignorância." (pág. 101)

"Na juventude, fora obrigado a abandonar seu mundo nativo, do qual trazia ainda enorme saudade. Atribuía a expulsão a inimigos vingativos, mas a realidade é que sofria de um mal que, dentre todas as raças inteligentes do Universo, aparentemente só acometia o Homo Sapiens: a mania religiosa." (pág. 135)

"Para sua própria paz de espírito, devia voltar ao mundo minúsculo e familiar de Diaspar, ali buscando refúgio, enquanto ponderava seus sonhos e sua ambição. Havia uma ironia nisso: aquele que acicatara a cidade a se aventurar por entre as estrelas voltava para casa como uma criança assustada volta correndo para a mãe." (pág. 236)

"Hilvar, contudo, conhecia melhor a verdade. Percebera, instintivamente, desde o começo, que Alvin era um explorador, e todos os exploradores estão à procura de alguma coisa que perderam. Raramente a encontram, e mais raramente ainda a descoberta lhes proporciona mais alegria do que a procura."(pág. 242)

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