domingo, 9 de outubro de 2016

O jogador

Título: O jogador
Autor: Fiódor Dostoiévski´
Páginas: 172

Essa obra é uma espécie de romance biográfico, tendo em vista que o autor, durante toda sua vida, sempre esteve envolvido com o jogo, perdendo somas consideráveis, amigos e boa parte de sua vida. O livro procura retratar o domínio que o jogo tem sobre o indivíduo, levando-o a arriscar sempre e sempre mais, com a esperança de reaver o que perdeu. E, nas raras vezes em que ganha, o jogador esbanja o lucro com naturalidade, acreditando que, quando quiser, logo obterá mais no jogo.


O prefácio relata a vida de Dostoievski, mostrando as agruras e percalços em que se envolveu. É difícil acreditar que, com tantos problemas, tenha sido capaz de publicar textos tão geniais. O final apresenta um complemento de leitura com 10 perguntas sobre o conteúdo do livro.

Trechos interessantes:

"Odeio-o porque tomou demasiada liberdade comigo e, outrossim, porque preciso de seus serviços. Mas não se impressione, conservá-lo-ei ao pé de mim apenas enquanto necessitar de você." (pág. 25)

"Em que é o jogo pior do que qualquer outro meio de se obter dinheiro? Do que o comércio, por exemplo? verdade é que, entre cem indivíduos, um apenas ganha. Mas que me importa?" (pág. 30)

"Oh! Esses jogadores entendidos! Plantam-se ali tendo nas mãos papéis cobertos de números, anotam cuidadosamente todos os golpes, contam, calculam as probabilidades e, após haverem recebidos todos os prós e contras, apontam e perdem... exatamente como os simples mortais que jogam sem raciocinar." (pág. 41)

"-Não sei se há alguma razão no que diz - insinuou o general, pensativo -, mas o que sei é que você se torna duma petulância intolerável quando se lhe dá um pouquinho mais de rédea..." (pág. 45)

"Imediatamente pus cem florins no vermelho, e ganhei; os duzentos de novo no vermelho, e ganhei; quatrocentos em noir, e ganhei; oitocentos em negro, e ainda ganhei. Possuía agora mil e setecentos florins e, isso, em menos de cinco minutos! Não há dúvida de que, em tais momentos, a gente esquece os reveses anteriores. Pois eu obtivera esse resultado arriscando mais do que a vida; ousara arriscar e voltava a pertencer à humanidade." (pág. 157)

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