terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A ladeira da saudade

Título: A ladeira da saudade
Autor: Ganymédes José
Páginas: 200

O livro narra a aventura de Lília, jovem sonhadora, na cidade de Ouro Preto. Cansada da rotina de São Paulo, Lília vai passar uns dias na casa de sua tia em Ouro Preto, onde faz novas amizades e encontra um novo amor.

O livro em si é mais uma aula de história já que apresenta em detalhes todos os aspectos de Ouro Preto, sua história, sua arquitetura, suas artes, seus poetas e tudo mais. Enfim, a história do livro é simples, mas os aspectos históricos são fascinantes.

Trechos interessantes:

"Em meu coração jovem há tantos caminhos que não consigo percorrer! Por que sou assim tão contraditória? Agora estou triste... agora estou alegre... Aqui estou radiante mas, ali adiante, sou toda lágrimas! Por que não sou sol-amarelo-calor-e-luz? Por que não aprendo a caminhar sem ter destino até o encontro dos braços que me amem? Braços que me aqueçam... braços que tirem de mim todo o sol que tenho para dar ao mundo!" (pág. 13)

Para Lília, todas as pessoas tinham dois eus: o eu de fora, o físico, que todo o mundo vê, e o eu de dentro, o invisível, que só aparece quando as pessoas são honestas, espontâneas, dedicadas... como acontecia com o pai. [...] Podiam existir pessoas bonitas por fora e feias por dentro? Talvez pudesse, porque Lília conhecia pessoas extremamente feias, porém com um eu interior maravilhoso!" (pág. 15/16)

"Para falar a verdade, entre ter um amigo falso e um inimigo franco, eu prefiro o inimigo franco porque posso confiar nele." (pág.30)

"Depois que Tampinha beijou tia Ninota, Lília também beijou-a. Estranho! Foi um gesto impensado! Até então ela nunca havia beijado espontaneamente a tia! Porém, o gesto da Tampinha foi tão natural que, sem querer, Lília fez igual. Com isso, pôs-se a pensar: 'Será que o amor é assim mesmo, aprendemos sem perceber e precisamos de alguém que nos ensine como fazer?'" (pág. 65)

"Das lojas, portas e janelas, abertas para a rua, emanava um cheiro misterioso. Mofo? Não era isso. Era cheiro de coisas antigas, de lembranças; 'Se saudade tiver cheiro, esse é o cheiro da saudade' - pensou, correndo o dedo sobre uma parede áspera." (pág. 133)

"Não são atitudes como a sua que consertam o mundo. Não vê? Existe uma grita geral por aí, dizendo que não há mais diálogo entre pais e filhos. Dialogar não é só perguntar como vai o corpo, a escola, o estudo, se está precisando de dinheiro ou gasolina para o automóvel. Dialogar é mais do que isso, Flávia... dialogar é a gente conversar com os olhos, com o coração. Aí, quando chega o momento certo, é que sabemos se o diálogo funcionou." (pág. 194)

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