terça-feira, 23 de outubro de 2012

O enigma do oito

Título: O enigma do oito
Autor: Katherine Neville
Páginas: 678

Romance histórico com dois eixos paralelos, o primeiro de 1790 e o outro de 1970. As linhas são interligadas, sendo a segunda, consequência da primeira. Durante o transcorrer da história várias figuras célebres fazem parte da mesma: Voltaire, Robespierre, Napoleão, Benjamin Franklin, etc.

O enredo em si é simples: um jogo de xadrez criado por Carlos Magno possui poderes mágicos e se encontra enterrado na abadia de Montglane. Ao saber que o tesouro está ameaçado, a abadessa resolve esparramar as peças pelo mundo. O resto da história é todo mundo (há os vilões e os mocinhos, é claro!) correndo atrás para reagrupar as peças e descobrir o segredo escondido.

Mesmo sendo um livro repleto de ação (armadilhas, fugas, disfarces, perseguição, etc) achei a história muito longa.

Trechos interessantes:

"A primeira mulher a fazer qualquer coisa nunca encontra facilidades. Seja você a primeira astronauta ou a primeira funcionária de lavanderia chinesa nos Estados Unidos, terá de aprender a aceitar piadinhas, insinuações, cantadas e olhares compridos na direção de suas pernas. Além disso, você deve se preparar para trabalhar mais do que os outros e receber um salário menor." (pág. 30)

"As mulheres controlavam a França, como ele sabia melhor do que ninguém.
Embora a lei não permitisse que uma mulher assumisse o trono francês, elas obtinham o poder por outros meios e selecionavam os candidatos ao mando de acordo com critérios muito particulares." (pág. 63)

"-Se você chama de 'discreto' o ato de encher toda a França de filhos ilegítimos, enquanto finge que é padre e sai por aí dando extremas-unções, eu gostaria de saber o que você considera 'devasso'." (pág. 65)

"A Rússia é atrasada em tantas coisas, pensou a abadessa. Um país regido por um calendário, uma religião e uma cultura totalmente diferentes." (pág. 121)

"-Como disse Sherlock Holmes, 'é um erro crucial teorizar antes de se obterem todos os dados'." (pág. 145)

"-'Morri pela beleza, morri pela verdade' - citou ele. - Todo mundo tem uma causa qualquer, pela qual acredita que seria capaz de dar a vida. Mas nunca ouvi falar de alguém disposto a morrer só por um dia de trabalho desnecessário na Consolidated Edison!" (pág. 171)

"Por que a plebe tem sempre que parecer tão plebeia?, pensou a embaixatriz. As intermináveis horas que já passara, trabalhando duramente em intrigas políticas, gastando parte de sua considerável fortuna em subornos e propinas com os burocratas certos... Tudo aquilo para o bem de gentinha miserável como aquela!" (pág. 188)

"-A matemática é música - retrucou Bach. - E a recíproca é verdadeira. Não faz diferença que se acredite que a palavra 'música' deriva de musa, ou de mute, que significa 'a boca do oráculo'. Se você achar que 'matemática' deriva de mathenein, que quer dizer 'aprendizado', ou de matrix, o útero de toda a Criação, não faz a menor diferença..." (pág. 204)

"Sempre fora um homem sem família, nunca experimentara a necessidade de outro ser humano. Talvez fosse melhor assim, pensou, com amargor. Quem não ama, não pode perder o objeto do amor." (pág. 236)

"Tática é saber o que fazer quando há o que fazer.
Estratégia é saber o que fazer quando não há nada a fazer. (Savielly Tartokover - grande mestre polonês)" (pág. 247)

"Fora tudo como se alguém tivesse destampado por instantes o vaso finíssimo que continha a civilização, para que ela pudesse dar uma breve olhada no horror da bestialidade humana, sempre oculta por um verniz muito tênue." (pág. 299/300)

"-Segundo isto aqui, Tikjda fica a apenas cinquenta quilômetros de onde estamos, e a ponte é logo adiante!
-É, mas os mapas só mostram as distâncias na horizontal... Lugares que parecem próximos em duas dimensões podem ser bem distantes, na realidade." (pág. 389)

"-Ele e eu somos nahnu malihin, pessoas obrigadas a dividir o sal. No deserto, repartir o sal com alguém vale mais que dar ouro de presente!" (pág. 396)

"Se um homem pudesse dizer e fazer o que pensa,seria capaz de se transformar." (pág. 447)

"Ah, Courtiade, como o rio das possibilidades se congela depressa no inverno da vida!" (pág. 529)

"-Nem sempre uma mulher bonita é inteligente - comentou Napoleão. - Mas as mulheres inteligentes são sempre bonitas!" (pág. 583)

"-Monsieur - disse-lhe o corso, um dia, ao café da manhã, à frente de toda a corte -, o senhor não passa de um monte de merda num par de meias de seda." (pág. 670)

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