sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Massacre em Estocolmo

Título: Massacre em Estocolmo
Autor: Sjowall & Wahloo
Páginas: 228

Em Estocolmo, numa noite fria e chuvosa, um ônibus é metralhado e ninguém escapa com vida. Diante dessa situação bizarra se encontram os policiais que, sem pistas à primeira vista, tentam descobrir o responsável. Após muita investigação descobre-se que a causa pode ter se originado num crime cometido há dezesseis anos.

Como era de se esperar em livros desse tipo, a narrativa é lenta e muitas vezes maçante. Todo trabalho investigativo leva tempo e tem que ser construído peça por peça e, muitas vezes, um pequeno detalhe é que faz a diferença. É um bom livro, mas nada de especial.

Trechos interessantes:

"...por que, diabo, as pessoas não iam para casa. Na categoria 'pessoas', ele incluía o chefe de polícia, o subchefe, e vários superintendentes e inspetores que, em consequência dos tumultos, felizmente desfeitos, estavam se cruzando nos corredores. Tão logo essas pessoas decidissem dar o dia por acabado e saíssem, ele o faria também, e o mais depressa possível." (pág. 15)

"Os laços entre os dois tinham se enfraquecido ao longo dos anos, e era um alívio não ter que compartilhar de uma cama com ela. Tal impressão muitas vezes lhe doía na consciência, mas, depois de dezessete anos de casado, não lhe parecia possível fazer algo a respeito, e já há longo tempo ele deixara de se preocupar com quem seria o culpado." (pág. 18/19)

"'Por que você está sempre procurando em mim os defeitos de uma criança?'
Kollberg respondera: 'Para quebrar sua casca de autoconfiança. Para lhe dar uma chance de reconstruí-la novamente. Para transformá-lo em um bom policial, um dia. Para ensinar-lhe a bater às portas'." (pág. 60)

"-Li em algum lugar - lembrou Kollberg - , que, em cada mil americanos, um ou dois são potencialmente assassinos de massa. Mas, por favor, não me perguntem agora como chegaram a essa conclusão." (pág. 100)

"-Há um latente desprezo por policiais em todas as classes da sociedade - comentou Melander -,e só é preciso uma oportunidade para que isso se manifeste.
-Oh - exclamou Kollberg, num desinteresse total -, e qual o motivo disso?
-A razão é que toda polícia é um mal necessário - explicou Melander -, e todos sabem, inclusive criminosos profissionais, que podem ver-se de repente em situações nas quais só a polícia pode ajudá-los." (pág. 108)

"-O nó da questão é, logicamente - proseguiu Melander, despreocupado -, o paradoxo de que a profissão de policial exige de quem a abraça as mais excepcionais qualidades físicas, morais, mentais e de inteligência, mas não tem nada que atraia as pessoas que as possuam." (pág. 108/109)

"Inga tinha uma fraqueza pelos clichês. Seria possível fazer uma coleção das expressões que usava e vendê-la como manual para jornalistas principiantes: 'Se Pode Falar, Pode Escrever', seria o título, pensou Martin Beck." (pág. 164)

"-Vou contar-lhe uma coisa que nunca disse a ninguém - revelou ele. - É que eu lamento por quase todo sujeito que temos de prender. Eles são apenas um monte de merda, que jamais deveriam ter nascido. Não é culpa deles se tudo vai para o inferno e eles não compreendem por quê. São tipos como este que acabam com a vida. Porco pão-duro que só pensa em seu dinheiro e em suas casas e na família e em seu chamado status social. Que pensam que podem dar ordens só porque estão por cima." (pág. 225/226)

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