sábado, 19 de maio de 2018

Os segredos matemáticos dos Simpsons

Título: Os segredos matemáticos dos Simpsons
Autor: Simon Singh
Páginas: 278

Por trás das histórias aparentemente simples de Os Simpsons há uma crítica mordaz sobre os costumes, a vida e a sociedade, principalmente a americana. O que muita gente não sabe é que muitos dos autores da série são matemáticos e, com isso, acabam inserindo nos episódios vários detalhes especificamente ligados ao ramo da matemática. Se o espectador não for um entusiasta da matemática, certamente "passará batido" a esses detalhes.

O livro mostra a preocupação e o interesse dos autores em, sempre que possível, inserir na história algum tópico relativo à matemática e que seja pertinente ao tema em discussão. Várias equações, fórmulas e teorias que aparecem nos episódios são devidamente apresentadas e analisadas para a compreensão daqueles que, digamos assim, não têm uma queda muito acentuada para a matemática.

Trechos interessantes:

"Até o presidente George H. W. Bush afirmou ter encontrado a verdadeira mensagem por trás de Os Simpsons. Ele acreditava que a série fora criada para representar os piores valores sociais possíveis. Foi daí que veio a sua declaração mais memorável, feita na Convenção Nacional Republicana de 1992, um momento importante da sua campanha de reeleição: 'Continuaremos tentando fortalecer a família americana e tornar as famílias americanas muito mais parecidas com os Waltons e menos parecidas com os Simpsons.'" (pág. 10)

"Assim que aprendeu a ler, o interesse de Reiss por matemática o levou a se apaixonar por charadas. Particularmente, ele começou a devorar os livros de Martin Gardner, o principal autor de matemática recreativa do século XX. A abordagem bem-humorada de Gardner dos problemas atraía tanto os mais jovens quanto os mais velhos, como colocou um amigo seu: 'Martin Gardner transformou milhares de crianças em matemáticos, e milhares de matemáticos em crianças.'" (pág. 19)

"A trama do episódio gira em tomo do bullying de nerds, que continua sendo um problema global mesmo apesar das palavras do educador Charles J. Sykes, que escreveu em 1995: 'Seja gentil com os nerds. É provável que você acabe trabalhando para um.'" (pág. 31)

"A medida que as décadas se passavam sem uma prova, o último teorema de Fermat se tornava cada vez mais infame, e o desejo por uma prova aumentava. No final do século XIX, o problema atraíra a imaginação de muitas pessoas de fora da comunidade matemática. Por exemplo, quando o industrial Paul Wolfskehl morreu em 1908, ele deixou 100 mil marcos (o equivalente na atualidade a 1 milhão de dólares) como recompensa para qualquer um que conseguisse provar o último teorema de Fermat. Segundo alguns relatos, Wolfskehl desprezava a mulher e o resto de sua família, então seu desejo era deixá-los sem nada e recompensar a matemática, que ele sempre amara. Outros argumentam que o Prêmio Wolfskehl foi sua forma de agradecer a Fermat, pois conta-se que seu fascínio pelo problema lhe dera uma razão para viver quando ele estava à beira do suicídio." (pág. 42/43)

"Algumas das piadas favoritas de Mike Reiss fazem uso da matemática: 'Gosto dessas piadas. Elas me dão um grande prazer. Estou pensando agora mesmo em uma piada ótima que ouvi quando era criança. É sobre uns caras que compram um caminhão cheio de melancias por 1 dólar a unidade e depois atravessam a cidade e as vendem por 1 dólar a unidade. No fim do dia, eles estão sem dinheiro, e um cara diz: "Deveríamos ter comprado um caminhão maior".'" (pág. 55)

"Um dia, Jesus disse aos discípulos: 'O Reino dos Céus é como 2x2 + 5x - 6.' Parecendo confuso, Tomé perguntou a Pedro: 'O que o mestre quis dizer?' Pedro respondeu: 'Não se preocupe - é só mais uma de suas parábolas'." (pág. 100)

"Como disse certa vez o cientista britânico J. B. S. Haldane (1892-1964): 'Suspeito que o Universo não apenas é mais extraordinário, mas ainda mais extraordinário do que sequer podemos supor.'" (pág. 131)

"A diferença entre um teorema e uma conjectura é que o primeiro é comprovadamente verdadeiro, enquanto o segundo não foi provado nem refutado... ainda." (pág. 133)

"Esses termos - googol e googolplex - tornaram-se mais ou menos conhecidos na atualidade, até entre membros do público em geral, pelo fato de o termo googol ter sido adaptado por Larry Page e Sergey Brin como o nome do seu mecanismo de busca. Entretanto, eles preferiram uma ortografia mais comum, então a companhia foi chamada de Google, e não Googol. O nome sugere que o mecanismo de busca oferece acesso a grandes quantidades de informações. A sede do Google, como não seria de se surpreender, se chama Googleplex." (pág. 149)

"A mutação que resultou em mãos de oito dedos em Os Simpsons remonta às origens dos desenhos animados, quando eles eram exibidos no cinema. O Gato Félix, que estreou em 1919, só tinha quatro dedos em cada mão, característica herdada por Mickey Mouse quando ele fez sua primeira aparição em 1928. Quando indagado sobre o motivo pelo qual seu roedor antropomórfico tinha dedos faltando, Walt Disney respondeu: 'Artisticamente, cinco dedos sáo demais para um rato. Sua mão pareceria mais um monte de bananas.' Disney também acrescentou que mãos mais simples significavam menos trabalho para os animadores: 'Financeiramente, não ter um dedo a mais em cada um dos 45 mil desenhos que compõem um curta de seis minutos e meio economizou milhões para o estúdio.'" (pág. 169)

"Ao contrário das ideias nascidas nas artes e nas ciências humanas, os teoremas matemáticos não entram e saem de moda. Como o próprio Hardy observou: 'Arquimedes será lembrado depois que Ésquilo for esquecido, pois línguas morrem, mas ideias matemáticas náo. 'Imortalidade' pode ser uma palavra tola, mas provavelmente um matemático é quem tem a maior chance de alcançá-la, o que quer que isso queira dizer.'" (pág. 209)

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