quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Sedução da seda

Título: Sedução da seda
Autor: Loretta Chase
Páginas: 300

O livro é o primeiro volume da série "As modistas" que mostra o mundo da alta costura e da aristocracia do século XIX. Marcelline e suas duas irmãs possuem uma loja de moda em Londres. Preocupadas em conquistar clientes de alta classe, elas têm um sonho de vestir lady Clara Fairfax. Com esse objetivo, Marcelline se aproxima do duque de Clevedon, futuro marido de lady Clara, tentando impressioná-lo com a melhoria que podem fazer no guarda-roupa da futura duquesa.

Apesar da história não apresentar nada de novo na fórmula "romance com final feliz", o que me chamou mais a atenção foram os detalhes da moda em si. Os vestuários da alta classe são detalhadamente comentados, bem como a vida social da aristocracia, trazendo um colorido especial à história.

Trechos interessantes:

"-Fico me perguntando qual o motivo da pressa - disse Marcelline. -Ela só tem 21 anos.
-E o que ela tem para fazer, além de ir a festas, óperas, bailes, jantares, passeios etc.? - comentou Leonie. -Uma moça da aristocracia que tem beleza, nível e um dote respeitável não devia se preocupar em atrair candidatos. Essa moça...
Nem precisou completar a frase. Elas já tinham visto lady Clara Fairfax em várias ocasiões. Sua beleza era impressionante: cabelos louros, olhos azuis, pele clara. Suas numerosas qualidades incluíam alta classe, uma linhagem impecável e um dote esplêndido; os homens se jogavam a seus pés por onde quer que ela passasse.
-Nunca mais na vida aquela moça será capaz de exercer tanto poder sobre os homens como agora - comentou Marcelline. -Ela devia esperar chegar mais perto dos 30 anos para se casar." (pág. 11/12)

"-É uma situação delicada. Devo ser agradável com os homens, que pagam as contas. Mas são as mulheres que desejam minhas roupas. Elas não terão vontade de dar preferência à minha loja se me virem como uma rival na disputa pela atenção de seus maridos." (pág. 31)

"-[...]Será que o senhor se deixou levar para tão longe das preocupações cotidianas da vida que não consegue nem entender? Não há nada neste mundo que seja realmente importante em sua vida, importante o suficiente para que deseje conquistá-lo, apesar dos obstáculos? Mas... que pergunta tola. Se o senhor tivesse um propósito na vida, estaria se entregando a ele, em vez de desperdiçar seus dias em Paris." (pág. 48)

"-Temos que ir aonde os aristocratas vão - explicara Marcelline.
-Não sei como eles não se cansam.
-Eles não são obrigados a trabalhar todos os dias, às nove da manhã." (pág. 58)

"Marcelline tinha plena consciência de que os negócios que ele queria discutir não eram as encomendas que lady Clara faria dali em diante. Ela fora tola em imaginar-se capaz de manipular aquele homem. Devia ter percebido que um duque está acostumado a ter tudo do seu jeito, em um nível que as pessoas comuns não podem imaginar. Já devia saber que o fato de conseguir tudo do jeito que quis durante toda a vida afetaria o cérebro dele e o tornaria totalmente diferente dos outros homens." (pág. 83)

"-Ela é a criatura mais ditatorial que conheci - afirmou ela.
-Sua Graça já teve a gentileza de mencionar esse meu defeito de caráter - disse Noirot, sem sequer olhar para Clevedon. -Sirvo as mulheres da moda o dia inteiro, seis dias por semana. Ou domino, ou sou dominada.
Ah, ali estava: a franqueza que desarma, fermentada por um toque de humor. Ela era mesmo insuperável." (pág. 149)

"-De qualquer maneira, não eram o que nós esperávamos. A Sra. Michaels ficou em estado de choque quando lhe informei que teríamos que servir as costureiras. Mas ela me disse que ficou totalmente surpresa quando as viu. Elas não se parecem com costureiras, de maneira alguma.
Os criados eram mais sensíveis a classes sociais do que os patrões. Podiam sentir o cheiro de comércio a cinquenta passos de distância. Eram capazes de detectar um impostor um minuto após ele abrir a boca." (pág. 231)

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