sábado, 24 de fevereiro de 2018

Jack, o estripador em Nova York

Título: Jack, o estripador em Nova York
Autor: Stefan Petrucha
Páginas: 286

O autor se utiliza do criminoso mais famoso de Londres para criar um tipo de sequência de seus crimes, só que desta vez, acontecidos em Nova York. Claro que o autor não pretende retratar a história, tal como aconteceu, mas apenas criar uma atmosfera interessante para uma história policial.

Carver é um jovem num orfanato, que está prestes a ser colocado na rua se não encontrar quem o adote. O sonho de Carver é ser detetive para encontrar seu pai e, com esse intuito, é adotado por Hawking, um excêntrico detetive, que pretende lhe ensinar os detalhes da profissão. A polícia anda às voltas com crimes acontecidos na cidade, atribuídos a Jack, o criminoso londrino. Hawking vê ali uma oportunidade para pegar o criminoso e, ao mesmo tempo, ensinar a profissão ao garoto. Mas, como sempre, muitas reviravoltas acontecem na história.

Trechos interessantes:

"Quando Carver passou pelo batente, Hawking puxou uma pequena maçaneta e a porta se fechou. Havia um cheiro de máquina a óleo, e o diminutíssimo cômodo se encheu de um som não muito distinto do último estalido do tubo: o suave chiado constante de engrenagens secretas. O mais estranho é que o vento não havia parado. Mas agora a brisa não vinha da esquerda para a direita, mas de cima para baixo.
Maravilhado, Carver olhava ao redor no cubículo apertado.
Hawking deu de ombros.
-Você nunca entrou num elevador?" (pág. 39)

"-São brinquedos, meu rapaz, tudo brinquedos. Você verá cada vez mais geringonças quando ficar mais velho, mas, se eu puder lhe ensinar algo, aprenderá que essas coisas todas são apenas decorativas. O que importa é o que está dentro de você e o que você pode ver nas outras pessoas. Entende isso?
-Sim.
-Não, não entende. Quando nosso tempo juntos estiver prestes a acabar, talvez você comece a entender." (pág. 41)

"-Gosta de charadas? - perguntou Hawking. -Aqui vai uma. Olhe pras teclas na máquina de escrever:'QWERTY'. Já se perguntou por que elas estão organizadas assim?
Carver repetiu o que tinha ouvido falar.
-As letras mais comuns estão perto umas das outras pra acelerar a datilografia.
-Não. Isso é o que a maior parte das pessoas pensa, e a maior parte das pessoas é estúpida. Christopher Latham Sholes projetou a disposição em 1874 pra reduzir a velocidade do datilógrafo, a fim de evitar que as teclas emperrassem." (pág. 57)

"-[...]Você é do tipo que vê uma luz no fim do túnel e pensa que é um trem, não é? Anime-se, o pior ainda está por vir! - exclamou Hawking, colocando outra peça de latão no torno. -Seus romances policiais só mostram uma minúscula fração do trabalho de detetive, o crime genial, as pistas perturbadoras, a perseguição dramática, a batalha final sobre o cume de uma montanha, com ondas violentas quebrando vários metros abaixo... a justiça sendo feita! Se eles escrevessem sobre o mundo real, quatro quintos da história consistiriam no herói sentado numa biblioteca por meses seguindo pistas falsas. Mas ninguém pagaria um centavo nessas histórias." (pág. 79)

"Uma verdade dita com má intenção derrota todas as mentiras que possamos inventar." (pág. 122)

"-A vida não é feita de escolhas fáceis. Até mesmo aqueles que tentam fazer o bem fazem o mal. Aprenda a viver com isso ou não sobreviverá à semana." (pág. 166)

"-O senhor pode me dizer o que está acontecendo?
-Lamento, mas isso é mais do que já contei aos detetives. Mais do que isso, eu não sei. Portanto, não - disse, antes de abrir seu sorriso lustroso. -Sou muito bem pago pra saber apenas o que me mandam saber." (pág. 182)

"...Todos os livros do mundo são inúteis se você não sabe o que fazer com eles." (pág. 212)

"-Foi mais difícil do que eu imaginava. Não tecnicamente. Você não faz ideia de como é fácil começar uma rebelião depois de se infiltrar na cadeia. Mais fácil ainda é enforcar alguém no meio daquele belo caos. Ele nunca nem soube que era eu. Melhor assim, não acha?
-Seu próprio parceiro... - disse Carver.
-Um fato interessante: a maioria dos assassinatos é cometida por pessoas que a vítima conhece." (pág. 267)

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