quarta-feira, 11 de maio de 2016

Trilhando sonhos

Título: Trilhando sonhos
Autor: Thiago Fantinatti
Páginas: 378

O livro narra a aventura do autor em percorrer, de bicicleta, grande parte do continente sul americano. No total foram mais de 15 mil quilômetros percorridos, durante um ano, saindo do estado de São Paulo, descendo até a terra do fogo e subindo até a floresta amazônica.

Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, entre outros, foram alguns dos lugares visitados. A sensação de liberdade e a oportunidade de conhecer novas pessoas e vivenciar novas culturas foram a grande recompensa do autor. Lendo uma aventura dessas nos faz ver que que nossos sonhos, por mais que pareçam, não são impossíveis.

Trechos interessantes:

"Ao partir, você descobre que tudo aquilo que sempre disseram sobre o mundo estava errado. Quando é você que está lá tudo ganha um olhar novo. Qualquer sonho sem um passo é só um delírio, mas se você der o primeiro, já não precisa sonhar." (pág. 23)

"Amo as estradas, mas só são boas para os seres humanos. Todo o resto sofre muito com elas. Geralmente levam lixo, barulho, poluição, causam atropelamento de animais e servem de escoamento dos recursos naturais. Bom, pelo menos na reserva [Reserva Ecológica do Taim] esse último item não existe." (pág. 50)

"O Uruguai é um desses cantinhos do mundo onde a vida ainda é vida. Aquele tipo de lugar de que ninguém fala, mas que não precisa de publicidade." (pág. 67)

"Penso que esta é a essência da vida, aprender a nos conhecer e a conhecer o lugar onde vivemos. Romper essas barreiras culturais e alguns tabus que ainda estão presentes. Saber que se pode contar com as pessoas, independente de sua raça, cultura ou religião." (pág. 77)

"Costumo dizer que sinto que aprendi tanto que é como se tivesse feito o equivalente a uma faculdade de geografia e ciências humanas durante a viagem, tamanha a quantidade de informação que recebi." (pág.89/90)

"Tem uma frase que gosto muito, dita por um mineiro chamado Argus Caruso Saturnino, que fez uma volta ao mundo durante mais de três anos num lindo projeto chamado Pedalando e Educando... Ele disse durante uma entrevista ao Jô Soares em 2005, quando perguntado se já havia se perdido: 'Se perder não faz muito sentido numa volta ao mundo porque qualquer lugar que você esteja, você está lá!'." (pág. 164)

"O capacete tinha muitos inconvenientes. Não me protegia do sol, nem da poeira, nem das chuvas e frio. Sua única função só apareceria em caso de uma eventual queda. O chapéu, nesse caso era infinitamente mais útil. Alguém obcecado por segurança pode me criticar duramente por dar este exemplo, mas o fato é que para alguém que se dispõe a arriscar-se convivendo com carros e caminhões em alta velocidade passando tão próximos o capacete é apenas um pequeno detalhe. Não me salvaria no caso de um atropelamento. Se eu fosse obcecado por segurança jamais teria iniciado esta viagem." (pág. 195/196)

"Cada personagem, cada história de vida, cada pessoa real que conheci se tornou a coisa mais preciosa que esbarrei por aí. Sinto saudade de todos e lamento a impossibilidade de não poder estar com cada um deles. Sinto que aprendi muito com cada um. Cada um deles deixou algo de bom em mim. Espero que eu tenha espaço em suas memórias.
Os rostos, sorrisos e abraços foram os lugares mais bonitos que encontrei pelo caminho!" (pág. 265)

"Minha ânsia pela aventura era uma busca real pelo desconhecido, ou seja, não queria apenas viajar e sim me surpreender com o que descobria. A cada descoberta passava a entender um pouco mais sobre o continente. Aprendia e vivenciava mais uma aula majestosa de geografia e ciências humanas, e mais do que isso, descobri que o mais interessante de uma viagem não é o destino e sim o caminho percorrido até o destino." (pág. 361)

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