domingo, 23 de março de 2014

O conto brasileiro hoje

Título: O conto brasileiro hoje
Autor: Vários Autores
Páginas: 130

Contos e crônicas sempre me atraem, pelo fato de serem histórias curtas onde o autor desenvolve uma trama completa em poucas páginas. Este volume apresenta contos de 19 autores diferentes, dos mais variados estilos. Com certeza haverá pelo menos um ao seu gosto.



 Lista dos autores
Adolpho Mariano da Costa
Alfredo Monteiro da Silva Filho
Ana Marina Godoy
Bruno Prado Lux Fontoura Lopes
Clóvis Oliveira Cardoso
Davi José Frozza do Vale Amado
Enaura Quixabeira Rosa e Silva
Glauco Ortolano
José Faria Nunes
Luiz Clério Manente
Marcos Cesaretti
Mario Divo
Paulino Vergetti Neto
Raymundo Farias de Oliveira
Rodolfo Konder
Rogério Ribeiro da Luz
Sergio de Freitas
Sônia van Dijck
Yara Maria Camilo

Trechos interessantes:

"De tanto prenderem-no e soltarem-no, ele acabou transferindo definitivamente residência e domicílio para a cadeia local. Já não podia viver longe do xadrez, razão pela qual ele dava uma mãozinha no rancho e até na limpeza do xilindró." (pág. 19)

"-Sabe, doutor, nem eu nem o delegado submetemos os presos a maus-tratos, ou tratamento arbitrário, violento, desumano e cruel, mas não toleramos bicha, subversivo, ateu, degenerado e gente indesejável, até porque somos católicos de boas famílias.
-Pois é, sargento Augis Paredes, Hitler e Pio XII também se davam muito bem, sabia?" (pág. 21)

"Entretanto, quando, por livre arbítrio ou por arbitrariedades que a vida nos impõe, somos obrigados a mudar de endereço, geralmente ocorrem também mudanças em nós mesmos e em alguns dos nossos pertences, que, para as transportadoras, passam a ser tralhas." (pág. 24)

"Um velho e intrigante adágio me infernizava a mente: 'Cuidado ao fazer o bem; veja primeiro se pode fazê-lo sem riscos e se a pessoa a quem se destina o merece'." (pág. 49)

"A justiça haveria de ser feita. Descrente, todavia, eu sempre dissera que não confiava nem na justiça de Deus nem na dos homens, mas se tivesse que ser julgado um dia, queria que fosse primeiro pela justiça dos homens. Nesse instante, eu não estava certo disso." (pág. 53)

"'Com certeza esses diamantes me tornariam um homem muito rico', pensou em voz alta.
Mas algo o fez lembrar-se de que a riqueza era uma das maiores tentações dos homens e, como não era parvo, afugentou imediatamente aquele pensamento tentador e concentrou-se na fragrância que a relva úmida exalava e na beleza do revoar dos pássaros que anunciavam o fim de mais um dia." (pág. 64)

"E Eça é Portugal de vários Pessoas e um só Porto. Cale! Amália é que era mulher de verdade." (pág. 78)

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