sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A janela de Overton

Título: A janela de Overton
Autor: Glenn Beck
Páginas: 384

Eu esperava mais do livro, a história não chegou a me empolgar como imaginei ao ler a sinopse. A história se baseia mais no romance dos protagonistas que na trama de mistério e conspiração apregoada pela crítica.

O autor quis fazer um livro de ficção baseado em fatos reais, mas, a meu ver, o excesso de fatos reais é que prejudicou o bom andamento da história. Mas pelo menos tenta mostrar como é manipulada a opinião pública em diversos aspectos. Só faltou aquele algo mais para cativar o leitor de fato.

Trechos interessantes:

"Dizem que devemos nos vestir para o trabalho que pretendemos ter, e não para o trabalho que temos. Isto é especialmente verdadeiro no ramo de relações públicas e de assessoria de imagem, em que a aparência é a realidade." (pág. 22)

"Como eu sei de tudo isso? Simples: quando as coisas dão errado, sempre é bom haver alguém que leve a culpa, um vilão, se preferirem. Como dizem por aí, se não se está sentado à mesa para comer, pode ser encontrado no cardápio. Se saírem daqui com a mesma arrogância com que entraram, então, meus amigos, em breve os senhores serão servidos como o prato especial do dia." (pág. 43/44)

"É a primeira regra, e uma das únicas: o melhor trabalho jamais é sequer notado. Se o público vê a mão do marqueteiro ou assessor de imagem, então ele fracassou." (pág. 52)

"As loterias pegam o dinheiro de milhões de pessoas e em troca dão a elas apenas pedaços de papel e decepção; depois - e aqui está o segredo -, os marqueteiros do mundo das relações públicas conseguem ludibriar as pessoas e convencê-las a fazer fila para jogar de novo. Se se consegue enganar as pessoas desse jeito e ainda dormir tranquilo à noite, então é possível que se tenha uma longa e promissora carreira pela frente." (pág. 54)

"Vou dar uma notícia de última hora para você, filho: não existe Papai Noel, nem coelhinho da Páscoa, nem uma Fada da Justiça que dê a mínima para o que você viu. A injustiça existe neste mundo, e, se você tem a sorte de viver protegido da pior parte dela, a maior parte das pessoas não tem." (pág. 123)

"Tudo aquilo que é obtido por um preço baixo demais merece nossa pouca estima: é o alto preço que dá a cada coisa seu valor. Deus sabe como atribuir o preço adequado a suas mercadorias, e de fato seria muito estranho se um bem tão divino como a liberdade não custasse tão caro." (pág. 201)

"A mulher olhou para ele, e sua conduta tinha ficado mais fria. Isso acontece com alguns médicos. Assim que o paciente dá sinais de melhora, eles não veem mais utilidade em ser gentis." (pág. 235)

"Em mais de uma ocasião o velho já tinha dito com todas as letras: se um dia saísse de casa e por algum milagre todas as pessoas do mundo tivessem desaparecido da face da Terra, seria a realização de seu maior sonho. Essa era a prova irrefutável de quanto ele adorava ficar sozinho." (pág. 249/250)

"Quando eu nasci, havia 2 bilhões de pessoas no mundo; agora esse número mais do que triplicou, no período de uma vida. E no meio dessa superpopulação, que está inchando o mundo além do ponto de ruptura, não há muitos Mozart, Einstein, Pascal, Salk, Shakespeare ou George Washington. São uns comilões inúteis e retardados mentais, que estão esgotando a capacidade do planeta." (pág. 254)

"Não tenha medo, ela dissera; esse é o segredo, por pior que seja a situação. Por exemplo, alguém que esteja dentro de um carro dirigindo em alta velocidade para saltar sobre o espaço vazio de uma ponte, já que a possibilidade de parar o veículo é impossível. A maior parte das pessoas desperdiçariam seus últimos segundos de vida pisando, em vão, nos freios. No entanto, o que deveriam fazer, diante da morte iminente, seria rezar e pisar com tudo - porque há sempre uma ínfima chance de se chegar ao outro lado." (pág. 284)

Nenhum comentário: