domingo, 1 de setembro de 2013

Aquela canção

Título: Aquela canção
Autor: Publifolha
Páginas: 176

O livro reúne 12 contos, cada um de autor diferente e desenvolvido em torno de uma canção popular. O livro traz também um CD com as músicas que serviram de inspiração para a criação dos contos. No início de cada conto há também a letra da música relacionada.

Como são autores e estilos diferentes, gostei da maioria, exceto uns quatro que não soube apreciar. Mas trata-se de gosto pessoal, nem sempre se pode agradar a todos. Qualidade todos têm, portanto a seleção vai do estilo de cada um.

Trechos interessantes:

"De modo que eu te peço, pelo amor que você teve ao seu cachorro que morreu, e que foi a melhor companhia que você teve na vida, como faz questão de me lembrar quase todos os dias, que seja a última vez que vamos falar nesse assunto." (pág. 8)

"Chamava-se Napoleão. Nome pomposo demais para um rapaz magrinho, moreno, desmilinguido, desdentado. Mas representava a esperança de seu pai, já falecido, que ao batizá-lo assim pensara num futuro glorioso para o filho." (pág. 49)

"Enfim, o Rancho Fundo não fica bem pra lá do fim do mundo. Ou talvez fique, mas a verdade é que o fim do mundo não é tão ruim quanto parece." (pág. 57)

"A sorte masculina é que, na geografia feminina, a vulva fica mais próxima do coração do que da cabeça." (pág. 83)

"Naquela época eu já perdera o brilhante futuro que, num passado recente, alguns críticos me haviam prometido." (pág. 87)

"Dona Marta morreu atingida a tiro por um assaltante, num subúrbio de Roma, cidade de onde viera a sua família, e para onde se mudara com medo da violência no Brasil." (pág. 92)

"Fico o tempo todo pressentido que vou perder a visão. Esse medo vai crescendo durante o sonho, até que acordo assustado. Aí é que o susto aumenta até virar pânico, porque me lembro de repente que já estou cego. O quarto está totalmente escuro, mas sei que não é só porque ainda não amanheceu: é porque não vai amanhecer. Entende? O verdadeiro pesadelo começa quando acordo." (pág. 115/116)

"Se o coração acelerava, que acelerasse. Se naquele mundo do circo tanta coisa se fingia, era porque as coisas fingidas são mais verdadeiras, e nenhuma dor, nenhuma vergonha admitia ser varrida para baixo do tapete." (pág. 171)

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