domingo, 19 de fevereiro de 2012

Rebuliço no pomar de goiabeiras

Título: Rebuliço no pomar de goiabeiras
Autor: Kiran Desai
Páginas: 220

Um olhar sobre a Índia e seus costumes, esta é a tônica deste livro. Assistir a um filme ou ler um livro de uma cultura diferente sempre é um pouco estranho. Apesar da evidente diferença, instintivamente fico tentado a comparar os hábitos e costumes aos quais estou acostumado.
A história em si é, no mínimo, curiosa: Sampath é um jovem que, na família e no trabalho, não tem muito futuro. Vai mal na escola, não para em nenhum emprego e em casa é um desajustado. Quando todos pensam que ele está fadado a ser um transtorno, eis que ele sobre numa goiabeira e, de repente, passa a ser um guru famoso adorado por todos. E quando tudo está indo bem surge um bando de macacos para tumultuar o "templo" do jovem guru.

Trechos interessantes:

"Boletins com tantos F vermelhos que a letra parecia ter-se multiplicado com abandono, desregradamente, pela ausência de competição do resto do alfabeto." (pág. 28/29)

"-Mas o mundo é redondo - disse Ammaji, satisfeita com sua própria inteligência - Espere e verá! Mesmo que pareça que está indo para baixo, ele sairá do outro lado. Sim, no topo do mundo. Está apenas tomando a estrada mais longa." (pág. 31)

"Macacos subiam em árvores. Besouros viviam em árvores. [...] Mas para alguém viajar uma longa distância simplesmente para se sentar em uma árvore era absurdo. Permanecer sentado ali por alguns dias era ainda mais ridículo." (pág. 60)

"A garota deveria ter passado em todos os exames no primeiro grau, mas esvutaria respeitosamente as preleções dos futuros parentes sobre diversos temas em que eles próprios haviam sido reprovados na escola secundária." (pág. 62)

"Refratário aos encantos de Pinky como sempre, ele havia prosseguido seu caminho, a sua vida sólida como uma rocha e não perturbada pelo amor. Quando a hora certa chegasse, encontraria a garota certa sem a dilaceração do romance." (pág. 117)

"Gostava muito de teorias. Bastava alguma coisa chamar a sua atenção e, independentemente de ser ou não um problema, ele elaborava imediatamente uma hipótese, complementada pelos passos a serem dados e as conclusões possíveis." (pág. 141/142)

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