quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Era uma vez um corredor

Título: Era uma vez um corredor
Autor: John L. Parker Jr.
Páginas: 246

Os livros com título específico têm um público definido: no caso deste, os amantes do atletismo. Não há como negar, mesmo se tratando de uma boa história, consistente, com pitadas de humor, com uma narrativa linear e tudo mais, quem não tem uma noção, por mínima que seja, do atletismo, ficará perdido entre tantos nomes e personagens ligados a este esporte.
Um jovem corredor tem como sonho fazer o percurso de uma milha num tempo abaixo de 4 minutos, algo impensável para o ser humano comum. Mas isto não é uma coisa fácil. A carga de treinamento é absurda, levando o atleta a questionar a finalidade de tudo isso. Quem tem paixão pelo atletismo, mesmo sendo um "atleta" de fim de semana, como é o meu caso, consegue entender cada sacrifício suportado pelo personagem (quilômetros de sacrifício), cada segundo conquistado, cada suor derramado. Para a maioria das pessoas tudo isso é sem sentido.
Resumindo: se você se interessa por atletismo, sem dúvida é uma ótima escolha, caso contrário, achará o livro muito entediante.

Trechos interessantes:

"Em alguns círculos, quatro anos é muito tempo; mas, contados em tempo real [...] não o é, de modo algum." (pág. 10)

"É possível lembrar, disse a si mesmo, mas não se pode reviver a experiência. Temos de nos contentar com as sombras." (pág. 11)

"Anos depois, esse curioso objetivo seria alcançado do modo como metas difíceis ou impossíveis costumam ser atingidas por homens de muito poder e poucos escrúpulos, ou seja, por baixo do pano." (pág. 14)

"Ele ficou sentado em silêncio durante cinco minutos olhando para aquela pequena e triste mensagem amarela, depois calçou seus tênis e saiu para correr, chorando como uma criança." (pág. 30)

"Correr vinte e quatro escaldantes quilômetros numa praia longa e plana só parece um esporte agradável para quem nunca o experimentou na prática. Além disso, o oceano é infinito demais; o caminho dá a impressão de que nunca vai acabar." (pág. 46)

"Deve existir alguém capaz de se sentir realizado por ser o melhor gerente de hortifrutigranjeiros que um supermercado já teve. O que é ótimo. Isso dá às pessoas a sensação de que valem alguma coisa num mundo lotado, no qual todos se sentem apenas parte do cenário. Mas a maioria das pessoas é poupada de qualquer vislumbre angustiante da própria mediocridade." (pág. 61)

"Queriam já estar na corrida. Queriam ter terminado. A disputa em si era suportável,pois era para isso que tinham treinado. A espera, no entanto, era uma experiência infernal." (pág. 96)

"A guerra é prejudicial a crianças e outras criaturas vivas." (pág. 158)

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