100 coisas para fazer [antes de morrer]

Título: 100 coisas para fazer [antes de morrer]

Autor: Michael Logen e Chris Day

Páginas: 200

O livro apresenta relatos e experiências que, segundo os autores, servem como inspiração para que você realize aquelas coisas que fica sempre adiando, seja fazer uma viagem sozinho, aprender a tocar um instrumento, servir como voluntário em algum projeto ou qualquer outra coisa que você planeja algum dia realizar.

Há histórias de todos os tipos: sensíveis, hilárias, assustadoras, desafiantes, etc. Talvez o que para uma pessoa seja uma coisa de rotina, para outras pode ser um desafio e tanto. Eu só acho o título do livro um tanto sem sentido, como se deixasse a impressão de ser possível realizar alguma coisa depois de morrer(?).

Trechos interessantes:

Destacar os pontos altos da vida nem sempre é fácil. Temos a tendência de não dar a devida importância às nossas histórias. Nós podemos ter nos formado, aprendido um idioma, viajado por todo o país, criado filhos, feito teste para uma peça de teatro, trabalhado como voluntários e realizado muitas outras coisas, mas frequentemente não damos valor ao que fazemos. Na pressa de consumir a vida, em vez de vive-la, não é de surpreender que, às vezes, percamos de vista o que é importante para nós. (pág. 3)

No Ocidente, ouvimos com frequência que podemos ter tudo o que queremos, desde que realmente desejemos aquilo e trabalhemos duro o bastante para conseguir. O problema, muitas vezes, é saber o que nós queremos, porque nossos desejos são completamente mediados pelo marketing e propagando com que somos bombardeados. (pág. 32)

Existe certo preconceito contra quem mora sozinho. As pessoas ficam preocupadas com você. Elas querem saber por que você não divide o apartamento com uma amiga ou cara-metade. Suspeitam que pode haver algo de errado com você. Este mundo não é para os solitários. (pág. 55)

Tudo bem, é claro que aquele par de sapatos é a coisa mais dolorosa que eu já usei, e só combina com uma roupa, mas eu nunca, jamais, irei me arrepender de tê-los comprado (embora ainda os esteja pagando). Já se passou um ano daquela festa e, embora ainda use meus mocassins a maior parte do tempo, quando preciso de um quê a mais, calço meus lindos saltos e sorrio. (pág. 62)

No grande esquema do universo, talvez nenhuma das minhas ações, boas ou más, tenha muita importância, mas enquanto eu conseguir fazer a balança da minha vida pender para o bem, vou manter a consciência tranquila e avançar com poucos arrependimentos. (pág. 87)

De toda a experiência, aquele foi o momento mais memorável para mim, provavelmente porque era um lembrete do que o Natal deveria ser, um exemplo do que pode ser conseguido quando aqueles que têm e podem se unem para ajudar aqueles que não têm e não podem. (pág. 95)

Eu estava nervoso, na ansiedade de conhece-lo. Ainda que eu tivesse sido treinado para conversar com crianças sobre violência doméstica e identificar sinais de novas violências, não dá para ser treinado sobre como desenvolver uma relação significativa com a criança.

Eu torci para que nos déssemos bem. Mas todos os receios desapareceram depois que, logo que me conheceu, Charlie me abraçou do jeito que se abraça um pai. (pág. 98)

Ela se atrapalha com o mouse, do jeito que os iniciantes fazem, como se fosse algo do outro mundo, incontrolável. Ela experimentara três pares de óculos antes de encontrar aquele que lhe permite ler melhor na tela. Ela pede ajuda para ajustar a cadeira, para ligar o ventilador (que tem apenas um botão, um só), e então olha para mim, com olhos que me acompanharam, anos atrás, quando ela me levou para minha primeira viagem à Disney e fala:

-Tudo bem, Hana, obrigada. Você pode sair agora.

Eu a deixo sozinha para explorar a rede, sentindo-me estranhamente satisfeita pelas realizações, dela e minhas. Eu me sentia feliz por ter sido a pessoa que mostrou à vovó as maravilhas da Internet. Eu percebi que, um dia, meus netos também vão sofrer para me mostrar a mais nova tecnologia ou o mais novo planeta; e eu também terei quatro milhões de perguntas. (pág. 117)

Conforme descobrimos, toda a preocupação de se engravidar durante a adolescência é baseada em informações incompletas. Não é sempre que acontece. Na verdade, pode ser muito difícil engravidar. Muitas coisas têm de dar certo para a concepção acontecer. É como fazer um gol do meio de campo. Ainda que o chute seja perfeito, o goleiro adversário tem de dar uma mãozinha. (pág. 150)

As pessoas viajam, saudáveis ou enfermas, porque os destinos estão lá, e porque existe algo a respeito delas mesmas que não irão descobrir se permanecerem paradas. (pág. 181)

Cada pessoa tem sua própria ideia do que é uma “vida bem vivida”. Ela pode ser constituída por aqueles momentos especiais de que nos lembramos, junto com os dias passados com nossos amigos, as coisas que construímos com nossas próprias mãos e as vezes que surpreendemos a nós mesmos indo além do que julgávamos possível. (pág. 197)