domingo, 24 de março de 2013

Aléxandros - o sonho de Olympias

Título: Aléxandros - o sonho de Olympias
Autor: Valerio Massimo Manfredi
Páginas: 310

Este é o primeiro livro da trilogia que narra a história de Alexandre, o Grande. Este volume apresenta o nascimento e a infância de Alexandre, seus amigos, seu encontro com Aristóteles, seus sonhos e desejo de seguir o exemplo do pai, o rei Filipe.

Apresenta as articulações de sua mãe, a rainha Olympias, para colocá-lo no poder, tendo em vista a existência de outros possíveis sucessores. O livro termina com a morte do rei Filipe e a ascensão de Alexandre como o rei da Macedônia.

É um livro de caráter histórico, mas de leitura agradável e vocabulário moderno, pois, como afirma o autor, os termos típicos da época foram substituídos por termos modernos para agilizar o entendimento da leitura.

Trechos interessantes:

"Somente o homem, entre todos os seres vivos, pode elevar-se até quase alcançar as moradas dos deuses, ou descer abaixo dos animais irracionais. Tu já viste as moradas dos deuses, moraste na casa de um rei, mas achei oportuno que também visses o que de pior pode reservar a sorte para um ser humano. Entre aqueles infelizes há homens que um dia talvez tenham sido chefes ou fidalgos, e que de repente o destino precipitou na miséria." (pág. 50)

"É aqui, na corte, que aprenderás a ser rei, não no campo de batalha; a profissão de um soberano é a política, não o uso da lança e da espada." (pág. 135)

"Lembra-te disto, meu rapaz: eu nunca combato pelo mero prazer de lutar. Para mim, a guerra é apenas política feita com outros meios." (pág. 143)

"Nada podia ser mais aflitivo para uma família do que saber que o corpo de um filho tombado em batalha jazia insepulto, à mercê de cães e abutres, desprovido das honras funerárias." (pág. 160)

"-[...]Diógenes acha que somente prescindindo de tudo aquilo que é supérfluo o homem pode livrar-se de todo desejo e, portanto, de qualquer tipo de infelicidade.
-Uma teoria um tanto estranha - interveio Calístenes. - Prescindir de tudo não para alcançar a felicidade, mas sim apenas a imperturbabilidade: parece-me um exercício um tanto bobo, além de um desperdício. Seria como queimar madeira para vender as cinzas, não acha?" (pág. 175)

"-Salve, Diógenes. Quem está na tua frente é Alexandre da Macedônia. Pede-me o que quiseres e eu serei feliz em te dar.
O velho abriu a boca desdentada:
-Qualquer coisa? - perguntou com voz estrídula, sem nem mesmo entreabrir os olhos.
-Qualquer coisa - confirmou Alexandre.
-Então sai daí, que estás a fazer-me sombra." (pág. 176)

"Alexandre recobrou a calma, assumindo uma expressão sombria como se as chacinas e os lutos evocados pela mãe pesassem de repente, e todos juntos, na sua alma.
-Está escrito no destino que isto aconteça - rebateu. - Está escrito que o homem tenha de suportar feridas, doenças, dores e mortes antes de se precipitar no vazio do nada. Mas agir com honra e ser clemente toda vez que lhe for possível está ao seu alcance e é escolha sua. Esta é a única dignidade que lhe é concedida desde que ele vem ao mundo, a única luz antes das trevas de uma noite sem fim..." (pág. 247/248)

"Parou diante da fachada do grandioso santuário de Apolo e olhou as palavras esculpidas em letras de ouro:
Conhece a ti mesmo
-O que achas que significa? - perguntou Cratero, que nunca se propusera problemas de natureza filosófica.
-Parece-me claro - respondeu Alexandre. - Conhecer a si mesmo é a mais difícil das tarefas, pois tem que ver diretamente com a nossa racionalidade, mas também com nossos medos e paixões. Quando alguém consegue de fato conhecer profundamente a si mesmo, também saberá entender os outros e a realidade que o cerca." (pág. 257)

"Percebia estar ao lado de uma deusa, e nenhum mortal pode pedir coisa alguma a uma deusa: só pode ficar agradecido por aquilo que recebe," (pág. 289)

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