Título: Aléxandros - As areias de Amon
Autor: Valerio Massimo Manfredi
Páginas: 350
Este livro é a segunda parte da história de Alexandre. Nele são apresentadas as suas façanhas no campo de batalha. Estratégias de guerra, alianças, traições, espionagens, contra-ataques, enfim todas as artimanhas que permeiam as épicas batalhas.
Não deve ser fácil comandar um exército de cem mil homens, que passa anos e anos se deslocando por terras cada vez mais longínquas, com o objetivo de aumentar seu reino. Além das batalhas em si, ainda há o problema de alimentação para homens e animais, tratar dos feridos, montar e desmontar as máquinas de guerra em cada cidade que desejam conquistar. Em suma, é uma tarefa gigantesca. Somente lendo o livro para se ter uma ideia.
Trechos interessantes:
"-Tudo isso não tem a menor importância, bem sabes disso - replicou Calístenes. - Em Esparta, no templo dos Dióscuros, mostram o ovo do qual teriam nascido os dois gêmeos irmãos de Helena, mas eu pessoalmente acho mais provável que se trate de um ovo de avestruz, um pássaro líbico com a altura de um cavalo. Os nossos santuários estão cheios deste tipo de relíquias. O importante é o que as pessoas querem crer, e elas precisam crer, precisam sonhar." (pág. 12/13)
"-É neste trecho de mar, no mero espaço que podemos abarcar com o olhar, que se decidiu a sorte das guerras persas: aquela ilhota perto da cidade é Lade, e foi lá que a frota dos rebeldes foi aniquilada pelos persas.
-Agora Calístenes vai dar uma aula de história, como se já não nos bastassem aquelas do seu tio, em Mésia - comentou Heféstion.
-Calado! - silenciou-o Alexandre. - Se não conheces o passado, não podes entender o presente." (pág. 85)
"-Eu não preciso de descanso nenhum - disse - e ainda tenho condições para ensinar a qualquer um aqui dentro, exceto o rei - mas dava para entender claramente que queria dizer 'inclusive o rei' - como segurar uma espada. E se me for permitido decidir eu mesmo a este respeito, só há uma maneira de mandar-me de volta à pátria antes do cumprimento da campanha, qualquer que seja a sua meta final: reduzido a cinzas e dentro de uma urna funerária." (pág. 101)
"-Pego aquilo de que preciso onde consigo encontrá-lo, e de qualquer maneira é meu dever descobrir tudo o que há para se descobrir: eu mesmo decidirei o que ocultar, o que contar e como contá-lo. Esta é a grande vantagem dos historiadores." (pág. 146)
"-Parece que o seu humor mudou - observou Ptolomeu.
-Com efeito - admitiu Seleuco. - Talvez tenha lembrado o que sempre dizia Aristóteles: 'Ou há uma solução para o problema, e então não há com o que se preocupar, ou não há solução, e então tampouco há com o que se preocupar'." (pág. 221)
"Desfilaram no grande rio diante das pirâmides que brilhavam como diamantes sob o sol a pique e diante da gigantesca esfinge, ali deitada havia milênios para cuidar do sono dos grandes reis.
-Segundo Heródoto, trinta mil homens levaram trinta anos para erguê-la - explicou Aristóxeno.
-Achas que é verdade? - perguntou Alexandre.
-Creio que sim, embora neste país se contem mais histórias do que em qualquer outra parte do mundo, simplesmente porque aconteceram muitas coisas, com o passar dos séculos." (pág. 335)
"Alexandre ficara calado até aquele momento, continuava andando absorto, como se estivesse seguindo uma voz misteriosa. Todos olharam para ele, já cientes de que estavam sendo conduzidos por um ser sobre-humano que podia sobreviver a ferimentos que teriam matado qualquer outro, que podia fazer chover no deserto e talvez até fazer crescer flores nele, se assim quisesse." (pág. 345)
sábado, 27 de dezembro de 2014
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