Título: O direito à preguiça
Autor: Paul Lafargue
Páginas: 96
O objetivo do livro é enaltecer os benefícios da preguiça, em contraposição ao trabalho de maneira geral. O autor, socialista de carteirinha, é contrário a todas as formas de trabalho que, em sua visão, massacram e denigrem o ser humano, justificando que a preguiça é o contrapeso necessário na vida do homem.
Pessoalmente, creio que há exageros em toda parte. Não se pode dizer que o capitalismo seja o sonho de um sistema ideal para toda a população, como não se pode dizer que o direito à preguiça vá resolver os problemas oriundos do trabalho. Enfim... cada um que fique com suas crenças.
Trechos interessantes:
Lafargue justificou assim o suicídio: São de corpo e espírito, mato-me antes de a implacável velhice, que me furta, um por um, os prazeres e as alegrias da existência e me despoja de minhas forças físicas e intelectuais, paralisar minha energia, quebrar minha vontade e fazer de mim um peso para mim e para os outros. (pág. 13)
Os socialistas revolucionários têm de retomar o combate que os filósofos e panfletários da burguesia travaram; têm de tomar de assalto a moral e as teorias sociais do capitalismo; têm de aniquilar, na cabeça da classe chamada à ação, os preconceitos semeados pela classe dominante; têm de proclamar, na cara das baratas-de-sacristia de todas as morais, que a Terra deixará de ser o vale das lágrimas do trabalhador; que, na sociedade comunista do futuro que fundaremos, "pacificamente, se possível, senão violentamente", as paixões dos homens terão rédeas soltas: pois "todas são boas por natureza, apenas precisamos evitar seu mau uso e seus excessos". (pág. 33)
Somente quando alcança seu máximo desenvolvimento físico é que uma raça atinge se auge de energia e vigor moral. (pág. 33)
Vivemos, dizem, no século do trabalho; na verdade, é o século da dor, da miséria e da corrupção. (pág. 48)
Trabalhem, trabalhem, proletários, para aumentar a riqueza social e sua miséria individual; trabalhem, trabalhem, para que, ao se tornarem mais pobres, tenham mais razões para trabalhar e ser miseráveis. Tal é a lei inexorável da produção capitalista. (pág. 54)
Uma boa operária tricota apenas cinco malhas por minuto, no fuso, enquanto certos teares circulares fazem 30 mil nesse mesmo tempo. Cada minuto da máquina equivale, portanto, a cem horas de trabalho de uma operária; ou então, cada minuto de trabalho da máquina corresponde a dez dias de descanso para a operária. O que vale para a indústria de malhas vale mais ou menos para todas as indústrias renovadas pela mecânica moderna. — Mas o que vemos? À medida que a máquina se aperfeiçoa e executa o trabalho do homem com rapidez e precisão cada vez maiores, o operário, em vez de prolongar seu descanso proporcionalmente, redobra de ardor, como se quisesse rivalizar com a máquina. Ó concorrência absurda e assassina! (pág. 63)
Uma vez garantida sua cota diária de trabalho, os operários não mais se invejarão, não mais brigarão para arrancar o trabalho das mãos e o pão da boca uns dos outros; então, com o corpo e o espírito descansados, começarão a praticar as virtudes da preguiça. (pág. 74)
Autor: Paul Lafargue
Páginas: 96
O objetivo do livro é enaltecer os benefícios da preguiça, em contraposição ao trabalho de maneira geral. O autor, socialista de carteirinha, é contrário a todas as formas de trabalho que, em sua visão, massacram e denigrem o ser humano, justificando que a preguiça é o contrapeso necessário na vida do homem.
Pessoalmente, creio que há exageros em toda parte. Não se pode dizer que o capitalismo seja o sonho de um sistema ideal para toda a população, como não se pode dizer que o direito à preguiça vá resolver os problemas oriundos do trabalho. Enfim... cada um que fique com suas crenças.
Trechos interessantes:
Lafargue justificou assim o suicídio: São de corpo e espírito, mato-me antes de a implacável velhice, que me furta, um por um, os prazeres e as alegrias da existência e me despoja de minhas forças físicas e intelectuais, paralisar minha energia, quebrar minha vontade e fazer de mim um peso para mim e para os outros. (pág. 13)
Os socialistas revolucionários têm de retomar o combate que os filósofos e panfletários da burguesia travaram; têm de tomar de assalto a moral e as teorias sociais do capitalismo; têm de aniquilar, na cabeça da classe chamada à ação, os preconceitos semeados pela classe dominante; têm de proclamar, na cara das baratas-de-sacristia de todas as morais, que a Terra deixará de ser o vale das lágrimas do trabalhador; que, na sociedade comunista do futuro que fundaremos, "pacificamente, se possível, senão violentamente", as paixões dos homens terão rédeas soltas: pois "todas são boas por natureza, apenas precisamos evitar seu mau uso e seus excessos". (pág. 33)
Somente quando alcança seu máximo desenvolvimento físico é que uma raça atinge se auge de energia e vigor moral. (pág. 33)
Vivemos, dizem, no século do trabalho; na verdade, é o século da dor, da miséria e da corrupção. (pág. 48)
Trabalhem, trabalhem, proletários, para aumentar a riqueza social e sua miséria individual; trabalhem, trabalhem, para que, ao se tornarem mais pobres, tenham mais razões para trabalhar e ser miseráveis. Tal é a lei inexorável da produção capitalista. (pág. 54)
Uma boa operária tricota apenas cinco malhas por minuto, no fuso, enquanto certos teares circulares fazem 30 mil nesse mesmo tempo. Cada minuto da máquina equivale, portanto, a cem horas de trabalho de uma operária; ou então, cada minuto de trabalho da máquina corresponde a dez dias de descanso para a operária. O que vale para a indústria de malhas vale mais ou menos para todas as indústrias renovadas pela mecânica moderna. — Mas o que vemos? À medida que a máquina se aperfeiçoa e executa o trabalho do homem com rapidez e precisão cada vez maiores, o operário, em vez de prolongar seu descanso proporcionalmente, redobra de ardor, como se quisesse rivalizar com a máquina. Ó concorrência absurda e assassina! (pág. 63)
Uma vez garantida sua cota diária de trabalho, os operários não mais se invejarão, não mais brigarão para arrancar o trabalho das mãos e o pão da boca uns dos outros; então, com o corpo e o espírito descansados, começarão a praticar as virtudes da preguiça. (pág. 74)
O que pode surgir de honroso de uma loja? — professa Cícero —,
e o que o comércio pode produzir de honesto? Tudo o que se chama de loja é
indigno de um homem honesto... uma vez que os mercadores não podem ganhar sem
mentir e, além do mais, nada há de mais vergonhoso que a mentira. Portanto,
deve-se olhar como algo baixo e torpe o ofício de todos aqueles que vendem seu
suor e sua indústria; pois quem quer que seja que dê seu trabalho por dinheiro
vende a si mesmo e se põe na condição de escravo. (pág. 92/93)
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