Título: Jogando xadrez com os anjos
Autor: Fabiane Ribeiro
Páginas: 396
Livro que deve agradar ao público juvenil já que sua história é da mesma linha de Pollyanna, onde o otimismo é a tônica principal. Claro que há dificuldades e tropeços, mas a protagonista sempre procura ver o lado bom, apesar das adversidades.
Anny é uma menina de 8 anos cujos pais a entregam aos cuidados de uma vizinha, só a visitando uma vez por ano. Para se consolar a menina conta com uma boneca de pano e um jogo de xadrez que ganhou do pai. Longe dos pais, a menina é tratada como escrava e, para minorar seus sofrimentos, usa o jogo de xadrez para criar um mundo imaginário. Lentamente, mas bem lentamente, as coisas vão mudando...
Trechos interessantes:
"Em seu interior tratava-se de uma disputa, como em uma partida infinita de xadrez. O que o confortava era pensar que todas as pessoas, assim como ele, têm o bem e o mal em seus corações. Era um duelo sem-fim." (pág. 23)
"-A vida é como uma partida de xadrez, se não se consegue em um dia, deve-se tentar no dia seguinte, e nunca deixar de acreditar - Anny dizia para Tiara." (pág. 26)
"Não podemos esperar das pessoas mais do que elas estão prontas para nos entregar - ela pensou -, papai me disse isso uma vez." (pág. 62)
"-Sabe, Anny, nunca se esqueça de sorrir e nunca se esqueça de como é ser criança.
-Mesmo quando eu for adulta? - ela indagou, confusa.
-Principalmente quando você for adulta - falou o rapaz. -Preste atenção no que eu vou lhe dizer. A diferença entre os adultos e as crianças é que, quando crescemos, aprendemos a usar palavras difíceis, achamos que entendemos tudo, aprendemos a nos distanciar dos sonhos e fingimos, fingimos muito. Porque sempre nos preocupamos em manter as aparências, e não em fazer coisas que nos deixam realmente felizes. Deixamos de nos encantar, de dar valor ao que tem valor, de fazer o mundo ao nosso redor sorrir e de sorrir de volta para ele. Não nos permitimos fazer coisas diferentes, porque seguimos regras o tempo todo. Aí, cada vez mais pensamos que podemos controlar tudo e a todos; e ensinamos as crianças, quando, na verdade, elas é que deveriam nos ensinar." (pág. 80)
"Hermes carregava profundas mágoas e arrependimentos; era nítido. Era como se ele assistisse à vida passar, como se assiste a uma peça de teatro - ele era um mero espectador da vida, e não um ator; não era o protagonista de seus dias. Estava sempre na plateia e nunca nos palcos. Era essa a diferença entre viver ou simplesmente existir." (pág. 106)
"-Sabe, pequena, há muita gente aí fora no mundo. Cada um com uma vida diferente, com problemas e alegrias diferentes. Mas todos deveriam ter a oportunidade de ouvir você falar, para que aprendessem a dar valor a tudo na vida, porque as coisas mais simples são as que mais importam." (pág. 144)
"Quando tomamos uma decisão em nossa vida, qualquer que seja, ela deve se tornar a nossa razão de viver. Se a dúvida ou o arrependimento existirem, nunca viveremos em paz, nunca honraremos a nossa escolha e, dessa forma, é como se não tivéssemos feito escolha alguma." (pág. 173/174)
"-Nunca se esqueça que aqueles que amamos não nos deixam verdadeiramente." (pág. 236)
-Puxa! - exclamou Anny. -Deve ser legal. Mas você não sente falta de enxergar com os olhos?
-Como se pode sentir falta de algo que nunca se teve? Eu nunca enxerguei com os olhos, desde que nasci aprendi a ver o mundo com as mãos." (pág. 277)
"Ela sabia que na existência de qualquer pessoa há espinhos e flores pelo caminho. No entanto, ela escolheu ver somente as flores, sem importar-se com os espinhos. Aí residia toda a diferença do mundo." (pág. 392)
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
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