Título: A pequena guerreira
Autor: Giuseppe Catozzella
Páginas: 222
Samia Yussuf sempre gostou de correr. Junto com Ali, vizinho e colega de infância, passava o dia treinando, procurando melhorar suas marcas. O problema é que ela era uma garota somali, um país que, além de estar em guerra, tinha muitas restrições às atitudes e vestimentas das mulheres.
O grande sonho de Samia era vencer uma prova dos Jogos Olímpicos. Participou da Olimpíada da China em 2008, mas chegou em último lugar. Decidida a mostrar o seu talento nos Jogos Olímpicos de 2012, a pequena guerreira procura, de todas as formas, sair de seu país para conseguir um treinador e melhores condições de treinamento.
Trechos interessantes:
"Ali e eu nunca nos importamos com a guerra. Que atirassem uns nos outros na rua; a gente não tinha nada a ver com isso. Porque a guerra não afetava a única coisa que importava: o que ele era para mim e o que eu era para ele." (pág. 12)
"-Papai, mas você não tem medo da guerra?
-Você nunca deve dizer que tem medo, pequena Samia. - Ele ficou sério. -Nunca. Caso contrário, as coisas das quais tem medo parecerão grandes e acharão que podem vencê-la." (pág. 32)
"-Mas aonde você quer chegar, hein? - perguntou, apertando as minhas bochechas com uma de suas mãos grandes e mexendo meu rosto de um lado para o outro.
Ele estava brincando, mas eu levei a coisa a sério, como sempre fazia quando se tratava de corrida.
-Aabe, hoje tenho dez anos.
-Sim, é por isso também que, se vencer...
Não o deixei terminar.
-Tenho dez anos e você vai ver que, quando eu tiver dezessete, vou estar disputando uma prova nos Jogos Olímpicos. É lá que eu quero chegar." (pág. 41)
"Gostava das aulas, principalmente de educação física, em que eu era a melhor, mas também de aritmética e contabilidade. O que eu preferia, porém, eram os teoremas da geometria. Era maravilhoso saber que existiam leis escondidas no interior dos nossos terrenos, nos retângulos dos pátios e nos buracos dos banheiros. Ou, por exemplo, dentro do círculo que os burgico deixavam no chão depois das refeições. Parecia algo mágico e me dava uma sensação de segurança. Se haviam regras que o explicavam, o universo não podia ser tão perverso. Quem sabe um dia poderíamos descobrir as leis que levavam os homens a fazer guerra, e, nesse dia, nós a eliminaríamos para sempre. Seria o dia mais bonito da história da humanidade." (pág. 57)
"De um dia para o outro, todos os cinemas foram fechados. Não que eu jamais tivesse tido dinheiro para ir a um, mas a esperança de que isso fosse acontecer, essa existia, e por si só já valia a espera. E, além disso, sempre havia uma colega de turma mais rica que ia às sextas com a família e voltava com aquelas histórias maravilhosas e mágicas. O cinema criava e alimentava sonhos e por isso foi fechado. (pág. 74/75)
"A Viagem é uma coisa que todos nós temos na cabeça desde que nascemos. Cada um tem amigos e parentes que a fizeram ou que, por sua vez, conhecem alguém que a fez. É como uma criatura mitológica que pode levar à salvação ou à morte com a mesma facilidade. Ninguém sabe o quanto pode durar. Se a pessoa tiver sorte, dois meses. Se tiver azar, até um ano, ou dois. (pág. 114)
"O hotel também era lindo. Nada a ver com o de Djibuti.
Colunas e pisos de mármore, portas automáticas. O quarto grande e limpo. Havia televisão e telefone. A cama mais macia que eu já tinha experimentado. Carpete. Um armário para guardar minhas poucas coisas. Toalhas de vários tamanhos no banheiro. Duas pias maravilhosas, uma superfície grandíssima com cremes, xampus e condicionadores de vários tipos. No chão, sobre o mármore, um tapete com as cores do Oriente. E a banheira.
Teríamos a tarde toda livre. Duran só nos havia pedido que não nos afastássemos muito. Mas eu não tinha a mínima intenção de sair. Havia um banheiro bonito demais para ser desperdiçado dando voltas pela cidade." (pág. 126/127)
"Eu tinha chegado por último, mas, ainda assim, e isso foi incrível, menos de dez minutos depois eu também fui afogada pelos jornalistas de todo o mundo. A garotinha de dezessete anos magra feito um prego que vem de um país em guerra, sem um campo e sem treinador, que luta com todas as suas forças e chega por último. Uma história perfeita para espíritos ocidentais, entendi naquele dia. Eu nunca tinha visto as coisas por este ângulo." (pág. 135)
"Éramos 86, ancorados à tecnologia de um GPS.
Não existem ruas no Saara. Não existem trilhas. Cada traficante, cada Viagem, segue sua rota específica. De manhã, as marcas dos pneus são cobertas pela areia. Apagadas para sempre. Não há Viagem igual à outra.
Fica-se durante dias nas mãos de traficantes de pessoas que, por sua vez, estão nas mãos de uma caixinha que se comunica com um satélite." (pág. 181)
"Por que tinha me reduzido a esse estado? Só queria ser uma campeã dos 200 metros. A ninguém no mundo, durante a breve duração de uma vida, devia ser consentido passar por esse inferno." (pág. 194/195)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Explicando Deus numa corrida de táxi
Título: Explicando Deus numa corrida de táxi
Autor: Paul Arden
Páginas: 126
Está claro que o título do livro é uma falácia: nada é explicado, muito menos num período de uma corrida de táxi.
Na verdade trata-se de uma apresentação de frases e ideias para que o leitor faça a conexão e as interprete da maneira que achar melhor. Livro curto, com pouco texto e muitas imagens. Estilo outdoor.
Trechos interessantes:
"Darwin diz que não existe algo como Deus.
Só existem ciência e evolução.
Isso é árido demais para a maioria de nós. Precisamos de uma alma gêmea: olhamos para cima à procura dela.
A maioria de nós precisa de algo espiritual em que acreditar. O homem não pode viver só de pão." (pág. 10)
"Todos temos nossa própria linha direta com Deus.
Não precisamos de pregadores ou profetas.
Precisamos apenas acreditar que existe um poder, ou uma força, que é em si perfeito.
Mas algumas pessoas não aceitam isso.
É simples demais. Precisamos tornar as coisas complicadas.
E Deus sabe como a Igreja sempre torna as coisas complicadas!" (pág. 18)
"Como você pode ter uma fé cega em algo de que não se tem qualquer vestígio de prova?
Pois bem, a resposta é: você não pode.
Se pudesse provar, não se trataria de fé.
Você só pode ter fé naquilo que não conhece.
Isso é fé." (pág. 36)
"Brigamos com nossos vizinhos porque não os entendemos, não por discordarmos deles." (pág. 59)
"Nossa recusa a entender as crenças dos outros é a razão de ainda termos guerras religiosas até hoje." (pág. 60)
Autor: Paul Arden
Páginas: 126
Está claro que o título do livro é uma falácia: nada é explicado, muito menos num período de uma corrida de táxi.
Na verdade trata-se de uma apresentação de frases e ideias para que o leitor faça a conexão e as interprete da maneira que achar melhor. Livro curto, com pouco texto e muitas imagens. Estilo outdoor.
Trechos interessantes:
"Darwin diz que não existe algo como Deus.
Só existem ciência e evolução.
Isso é árido demais para a maioria de nós. Precisamos de uma alma gêmea: olhamos para cima à procura dela.
A maioria de nós precisa de algo espiritual em que acreditar. O homem não pode viver só de pão." (pág. 10)
"Todos temos nossa própria linha direta com Deus.
Não precisamos de pregadores ou profetas.
Precisamos apenas acreditar que existe um poder, ou uma força, que é em si perfeito.
Mas algumas pessoas não aceitam isso.
É simples demais. Precisamos tornar as coisas complicadas.
E Deus sabe como a Igreja sempre torna as coisas complicadas!" (pág. 18)
"Como você pode ter uma fé cega em algo de que não se tem qualquer vestígio de prova?
Pois bem, a resposta é: você não pode.
Se pudesse provar, não se trataria de fé.
Você só pode ter fé naquilo que não conhece.
Isso é fé." (pág. 36)
"Brigamos com nossos vizinhos porque não os entendemos, não por discordarmos deles." (pág. 59)
"Nossa recusa a entender as crenças dos outros é a razão de ainda termos guerras religiosas até hoje." (pág. 60)
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Jogando xadrez com os anjos
Título: Jogando xadrez com os anjos
Autor: Fabiane Ribeiro
Páginas: 396
Livro que deve agradar ao público juvenil já que sua história é da mesma linha de Pollyanna, onde o otimismo é a tônica principal. Claro que há dificuldades e tropeços, mas a protagonista sempre procura ver o lado bom, apesar das adversidades.
Anny é uma menina de 8 anos cujos pais a entregam aos cuidados de uma vizinha, só a visitando uma vez por ano. Para se consolar a menina conta com uma boneca de pano e um jogo de xadrez que ganhou do pai. Longe dos pais, a menina é tratada como escrava e, para minorar seus sofrimentos, usa o jogo de xadrez para criar um mundo imaginário. Lentamente, mas bem lentamente, as coisas vão mudando...
Trechos interessantes:
"Em seu interior tratava-se de uma disputa, como em uma partida infinita de xadrez. O que o confortava era pensar que todas as pessoas, assim como ele, têm o bem e o mal em seus corações. Era um duelo sem-fim." (pág. 23)
"-A vida é como uma partida de xadrez, se não se consegue em um dia, deve-se tentar no dia seguinte, e nunca deixar de acreditar - Anny dizia para Tiara." (pág. 26)
"Não podemos esperar das pessoas mais do que elas estão prontas para nos entregar - ela pensou -, papai me disse isso uma vez." (pág. 62)
"-Sabe, Anny, nunca se esqueça de sorrir e nunca se esqueça de como é ser criança.
-Mesmo quando eu for adulta? - ela indagou, confusa.
-Principalmente quando você for adulta - falou o rapaz. -Preste atenção no que eu vou lhe dizer. A diferença entre os adultos e as crianças é que, quando crescemos, aprendemos a usar palavras difíceis, achamos que entendemos tudo, aprendemos a nos distanciar dos sonhos e fingimos, fingimos muito. Porque sempre nos preocupamos em manter as aparências, e não em fazer coisas que nos deixam realmente felizes. Deixamos de nos encantar, de dar valor ao que tem valor, de fazer o mundo ao nosso redor sorrir e de sorrir de volta para ele. Não nos permitimos fazer coisas diferentes, porque seguimos regras o tempo todo. Aí, cada vez mais pensamos que podemos controlar tudo e a todos; e ensinamos as crianças, quando, na verdade, elas é que deveriam nos ensinar." (pág. 80)
"Hermes carregava profundas mágoas e arrependimentos; era nítido. Era como se ele assistisse à vida passar, como se assiste a uma peça de teatro - ele era um mero espectador da vida, e não um ator; não era o protagonista de seus dias. Estava sempre na plateia e nunca nos palcos. Era essa a diferença entre viver ou simplesmente existir." (pág. 106)
"-Sabe, pequena, há muita gente aí fora no mundo. Cada um com uma vida diferente, com problemas e alegrias diferentes. Mas todos deveriam ter a oportunidade de ouvir você falar, para que aprendessem a dar valor a tudo na vida, porque as coisas mais simples são as que mais importam." (pág. 144)
"Quando tomamos uma decisão em nossa vida, qualquer que seja, ela deve se tornar a nossa razão de viver. Se a dúvida ou o arrependimento existirem, nunca viveremos em paz, nunca honraremos a nossa escolha e, dessa forma, é como se não tivéssemos feito escolha alguma." (pág. 173/174)
"-Nunca se esqueça que aqueles que amamos não nos deixam verdadeiramente." (pág. 236)
-Puxa! - exclamou Anny. -Deve ser legal. Mas você não sente falta de enxergar com os olhos?
-Como se pode sentir falta de algo que nunca se teve? Eu nunca enxerguei com os olhos, desde que nasci aprendi a ver o mundo com as mãos." (pág. 277)
"Ela sabia que na existência de qualquer pessoa há espinhos e flores pelo caminho. No entanto, ela escolheu ver somente as flores, sem importar-se com os espinhos. Aí residia toda a diferença do mundo." (pág. 392)
Autor: Fabiane Ribeiro
Páginas: 396
Livro que deve agradar ao público juvenil já que sua história é da mesma linha de Pollyanna, onde o otimismo é a tônica principal. Claro que há dificuldades e tropeços, mas a protagonista sempre procura ver o lado bom, apesar das adversidades.
Anny é uma menina de 8 anos cujos pais a entregam aos cuidados de uma vizinha, só a visitando uma vez por ano. Para se consolar a menina conta com uma boneca de pano e um jogo de xadrez que ganhou do pai. Longe dos pais, a menina é tratada como escrava e, para minorar seus sofrimentos, usa o jogo de xadrez para criar um mundo imaginário. Lentamente, mas bem lentamente, as coisas vão mudando...
Trechos interessantes:
"Em seu interior tratava-se de uma disputa, como em uma partida infinita de xadrez. O que o confortava era pensar que todas as pessoas, assim como ele, têm o bem e o mal em seus corações. Era um duelo sem-fim." (pág. 23)
"-A vida é como uma partida de xadrez, se não se consegue em um dia, deve-se tentar no dia seguinte, e nunca deixar de acreditar - Anny dizia para Tiara." (pág. 26)
"Não podemos esperar das pessoas mais do que elas estão prontas para nos entregar - ela pensou -, papai me disse isso uma vez." (pág. 62)
"-Sabe, Anny, nunca se esqueça de sorrir e nunca se esqueça de como é ser criança.
-Mesmo quando eu for adulta? - ela indagou, confusa.
-Principalmente quando você for adulta - falou o rapaz. -Preste atenção no que eu vou lhe dizer. A diferença entre os adultos e as crianças é que, quando crescemos, aprendemos a usar palavras difíceis, achamos que entendemos tudo, aprendemos a nos distanciar dos sonhos e fingimos, fingimos muito. Porque sempre nos preocupamos em manter as aparências, e não em fazer coisas que nos deixam realmente felizes. Deixamos de nos encantar, de dar valor ao que tem valor, de fazer o mundo ao nosso redor sorrir e de sorrir de volta para ele. Não nos permitimos fazer coisas diferentes, porque seguimos regras o tempo todo. Aí, cada vez mais pensamos que podemos controlar tudo e a todos; e ensinamos as crianças, quando, na verdade, elas é que deveriam nos ensinar." (pág. 80)
"Hermes carregava profundas mágoas e arrependimentos; era nítido. Era como se ele assistisse à vida passar, como se assiste a uma peça de teatro - ele era um mero espectador da vida, e não um ator; não era o protagonista de seus dias. Estava sempre na plateia e nunca nos palcos. Era essa a diferença entre viver ou simplesmente existir." (pág. 106)
"-Sabe, pequena, há muita gente aí fora no mundo. Cada um com uma vida diferente, com problemas e alegrias diferentes. Mas todos deveriam ter a oportunidade de ouvir você falar, para que aprendessem a dar valor a tudo na vida, porque as coisas mais simples são as que mais importam." (pág. 144)
"Quando tomamos uma decisão em nossa vida, qualquer que seja, ela deve se tornar a nossa razão de viver. Se a dúvida ou o arrependimento existirem, nunca viveremos em paz, nunca honraremos a nossa escolha e, dessa forma, é como se não tivéssemos feito escolha alguma." (pág. 173/174)
"-Nunca se esqueça que aqueles que amamos não nos deixam verdadeiramente." (pág. 236)
-Puxa! - exclamou Anny. -Deve ser legal. Mas você não sente falta de enxergar com os olhos?
-Como se pode sentir falta de algo que nunca se teve? Eu nunca enxerguei com os olhos, desde que nasci aprendi a ver o mundo com as mãos." (pág. 277)
"Ela sabia que na existência de qualquer pessoa há espinhos e flores pelo caminho. No entanto, ela escolheu ver somente as flores, sem importar-se com os espinhos. Aí residia toda a diferença do mundo." (pág. 392)
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Almanaque das curiosidades matemáticas
Título: Almanaque das curiosidades matemáticas
Autor: Ian Stewart
Páginas: 314
Como o próprio título sugere, o livro está repleto de curiosidades matemáticas. Algumas curiosidades são simples, outras mais complexas e algumas requerem um bom entendimento da matemática. Ao longo do livro, inúmeros desafios são apresentados ao leitor (com respostas comentadas no final do livro).
Em suma, é um livro indicado a quem é apaixonado por matemática. Não que os demais não possam lê-lo, mas, talvez não conseguirão apreciar todos os detalhes que o tema sugere e que o autor se propôs a explanar.
Trechos interessantes:
"Como sabemos que π não é uma fração exata? Por mais que aperfeiçoemos a aproximação x/y usando números cada vez maiores, jamais chegaremos a π propriamente dito, teremos apenas aproximações cada vez melhores. Um número que não pode ser escrito exatamente como uma fração é chamado irracional. A prova mais simples de que π é irracional utiliza o cálculo, e foi descoberta por Johann Lambert em 1770." (pág. 31)
"O nó de um matemático é como um nó comum em um pedaço de barbante, mas ele é feito em um fio de pontas unidas, de modo que o nó não possa se desfazer. Mais precisamente, um nó é uma volta fechada no espaço. A volta mais simples é um círculo, que é chamado de nó trivial." (pág. 37)
"A teoria dos nós é usada na biologia molecular, para entender os nós do DNA, e na física quântica. Digo isso caso você esteja pensando que os nós só servem para amarrar pacotes." (pág. 39)
"Fermat, no entanto, não era um matemático profissional - ele nunca teve um cargo acadêmico. Em seu tempo, trabalhava como conselheiro jurídico. Mas sua paixão era a matemática, especialmente o que chamamos atualmente de teoria dos números, as propriedades dos números inteiros comuns. Essa área utiliza os ingredientes mais simples de toda a matemática; paradoxalmente, é uma das áreas em que o progresso é mais difícil. Quanto mais simples os ingredientes, mais difícil é fazer algo com eles." (pág. 59)
"Como ocorre com toda a numerologia, podemos encontrar o que quer que estejamos buscando, desde que busquemos com bastante afinco." (pág. 106)
"Os fiscais de impostos usam a Lei de Benford para detectar números falsos em declarações, porque as pessoas que usam números fictícios tendem a usar os diferentes algarismos iniciais com a mesma frequência. Provavelmente por pensarem que é isso o que acontece com os números verdadeiros!" (pág. 117)
Autor: Ian Stewart
Páginas: 314
Como o próprio título sugere, o livro está repleto de curiosidades matemáticas. Algumas curiosidades são simples, outras mais complexas e algumas requerem um bom entendimento da matemática. Ao longo do livro, inúmeros desafios são apresentados ao leitor (com respostas comentadas no final do livro).
Em suma, é um livro indicado a quem é apaixonado por matemática. Não que os demais não possam lê-lo, mas, talvez não conseguirão apreciar todos os detalhes que o tema sugere e que o autor se propôs a explanar.
Trechos interessantes:
"Como sabemos que π não é uma fração exata? Por mais que aperfeiçoemos a aproximação x/y usando números cada vez maiores, jamais chegaremos a π propriamente dito, teremos apenas aproximações cada vez melhores. Um número que não pode ser escrito exatamente como uma fração é chamado irracional. A prova mais simples de que π é irracional utiliza o cálculo, e foi descoberta por Johann Lambert em 1770." (pág. 31)
"O nó de um matemático é como um nó comum em um pedaço de barbante, mas ele é feito em um fio de pontas unidas, de modo que o nó não possa se desfazer. Mais precisamente, um nó é uma volta fechada no espaço. A volta mais simples é um círculo, que é chamado de nó trivial." (pág. 37)
"A teoria dos nós é usada na biologia molecular, para entender os nós do DNA, e na física quântica. Digo isso caso você esteja pensando que os nós só servem para amarrar pacotes." (pág. 39)
"Fermat, no entanto, não era um matemático profissional - ele nunca teve um cargo acadêmico. Em seu tempo, trabalhava como conselheiro jurídico. Mas sua paixão era a matemática, especialmente o que chamamos atualmente de teoria dos números, as propriedades dos números inteiros comuns. Essa área utiliza os ingredientes mais simples de toda a matemática; paradoxalmente, é uma das áreas em que o progresso é mais difícil. Quanto mais simples os ingredientes, mais difícil é fazer algo com eles." (pág. 59)
"Como ocorre com toda a numerologia, podemos encontrar o que quer que estejamos buscando, desde que busquemos com bastante afinco." (pág. 106)
"Os fiscais de impostos usam a Lei de Benford para detectar números falsos em declarações, porque as pessoas que usam números fictícios tendem a usar os diferentes algarismos iniciais com a mesma frequência. Provavelmente por pensarem que é isso o que acontece com os números verdadeiros!" (pág. 117)
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Muito além do tempo
Título: Muito além do tempo
Autor: Alexandra Monir
Páginas: 270
Livro recomendado para o público adolescente, com uma história leve, descontraída, sem muitas surpresas e com o toque mágico que todos os jovens gostam.
Michele não conheceu seu pai e mora sozinha com a mãe em Nova York. Quando sua mãe morre ela vai viver com seus avós, os quais ela desconhecia totalmente e que fazem parte da elite da cidade. No seu quarto ela encontra objetos antigos que a fazem viajar no tempo, 100 anos atrás e encontrar com o amor de sua vida. O resto é a sequência esperada.
Trechos interessantes:
"-Tenho que admitir que, quando descobri, cheguei ao fundo do poço. Mas então caiu a ficha de que eu havia perdido tudo - meu noivo, minha família, meu lar -, e que agora Deus me dava algo por que viver - dissera Marion, pegando a mão de Michele. -Havia uma razão para toda essa dor. Talvez eu tivesse que conhecer Henry Irving e me apaixonar por ele para trazer você ao mundo. E, quando a vi, foi amor à primeira vista. Prometi a mim mesma que seria uma mãe de verdade para você. Seria tudo que seus pais e seus avós não puderam ser." (pág. 21)
"-Me escuta, Michele. Não existe nada nesta vida capaz de te destruir, a não ser você mesma. Coisas ruins acontecem com todo mundo e, quando acontecem, você não pode simplesmente desmoronar e morrer. Você tem que lutar. Senão, é você quem perde no final das contas. Mas, se for em frente e lutar, você ganha. Assim como eu ganhei tendo você." (pág. 22)
"-Michele, querida, você não deve dizer essas coisas para a criadagem. Não é apropriado.
Michele olhou para ela, perplexa.
-Mas... estamos no século XXI!
-Claro que estamos - Dorothy interpôs com rapidez. - Mas, já que o emprego deles é servi-la, eles ficam envergonhados quando você se oferece para ajudar, pois é como se não estivessem fazendo bem seu serviço." (pág. 45)
"Parece incrível - admirou-se Philip. - Em comparação, você deve achar meu mundo entediante.
-Na verdade, não. É só diferente. Gosto do que estou vendo da antiga Nova York.
-E do que é que você gosta?
-Eu amo as cores, os espaços abertos e o céu sem poluição - Michele respondeu, pensativa. - Não sei. Acho que o que gosto mesmo é que tudo parece mais... inocente." (pág. 112)
"-Alguém uma vez me disse que os amigos são a família que você escolhe. Então, veja só: vou ser sua família e você pode ser a minha." (pág. 138)
"O amor deles a havia salvado depois que a mãe tinha morrido. O que a salvaria agora? E, agora que ela havia encontrado o tipo de amor real e verdadeiro com que todos sonham, mas que raramente ousam esperar de verdade, como poderia sequer imaginar estar com outra pessoa?" (pág. 186)
"Qual era o sentido de amar, quando as pessoas que você amava eram tiradas de você? Por que o amor existia, quando a Morte e e o Tempo estavam sempre de prontidão para atacar?
Fechou os olhos com força, e os rostos de Marion e Philip encheram sua visão. Por que devemos passar tanto tempo da vida sentindo a falta das pessoas, em vez de estar com elas?" (pág. 249)
Autor: Alexandra Monir
Páginas: 270
Livro recomendado para o público adolescente, com uma história leve, descontraída, sem muitas surpresas e com o toque mágico que todos os jovens gostam.
Michele não conheceu seu pai e mora sozinha com a mãe em Nova York. Quando sua mãe morre ela vai viver com seus avós, os quais ela desconhecia totalmente e que fazem parte da elite da cidade. No seu quarto ela encontra objetos antigos que a fazem viajar no tempo, 100 anos atrás e encontrar com o amor de sua vida. O resto é a sequência esperada.
Trechos interessantes:
"-Tenho que admitir que, quando descobri, cheguei ao fundo do poço. Mas então caiu a ficha de que eu havia perdido tudo - meu noivo, minha família, meu lar -, e que agora Deus me dava algo por que viver - dissera Marion, pegando a mão de Michele. -Havia uma razão para toda essa dor. Talvez eu tivesse que conhecer Henry Irving e me apaixonar por ele para trazer você ao mundo. E, quando a vi, foi amor à primeira vista. Prometi a mim mesma que seria uma mãe de verdade para você. Seria tudo que seus pais e seus avós não puderam ser." (pág. 21)
"-Me escuta, Michele. Não existe nada nesta vida capaz de te destruir, a não ser você mesma. Coisas ruins acontecem com todo mundo e, quando acontecem, você não pode simplesmente desmoronar e morrer. Você tem que lutar. Senão, é você quem perde no final das contas. Mas, se for em frente e lutar, você ganha. Assim como eu ganhei tendo você." (pág. 22)
"-Michele, querida, você não deve dizer essas coisas para a criadagem. Não é apropriado.
Michele olhou para ela, perplexa.
-Mas... estamos no século XXI!
-Claro que estamos - Dorothy interpôs com rapidez. - Mas, já que o emprego deles é servi-la, eles ficam envergonhados quando você se oferece para ajudar, pois é como se não estivessem fazendo bem seu serviço." (pág. 45)
"Parece incrível - admirou-se Philip. - Em comparação, você deve achar meu mundo entediante.
-Na verdade, não. É só diferente. Gosto do que estou vendo da antiga Nova York.
-E do que é que você gosta?
-Eu amo as cores, os espaços abertos e o céu sem poluição - Michele respondeu, pensativa. - Não sei. Acho que o que gosto mesmo é que tudo parece mais... inocente." (pág. 112)
"-Alguém uma vez me disse que os amigos são a família que você escolhe. Então, veja só: vou ser sua família e você pode ser a minha." (pág. 138)
"O amor deles a havia salvado depois que a mãe tinha morrido. O que a salvaria agora? E, agora que ela havia encontrado o tipo de amor real e verdadeiro com que todos sonham, mas que raramente ousam esperar de verdade, como poderia sequer imaginar estar com outra pessoa?" (pág. 186)
"Qual era o sentido de amar, quando as pessoas que você amava eram tiradas de você? Por que o amor existia, quando a Morte e e o Tempo estavam sempre de prontidão para atacar?
Fechou os olhos com força, e os rostos de Marion e Philip encheram sua visão. Por que devemos passar tanto tempo da vida sentindo a falta das pessoas, em vez de estar com elas?" (pág. 249)
Assinar:
Postagens (Atom)