Título: O vencedor
Autor: Frei Betto
Páginas: 162
Leitura fácil e simples, ideal para adolescentes, ainda mais que o tema é justamente indicado para esta faixa etária. Mário é um rico empresário que só se preocupa com os negócios da empresa. Mônica, sua esposa, só se interessa em manter o corpo em forma. O resultado disso tudo é o filho que, sem apoio de nenhum dos lados, se envereda pelo rumo das drogas.
O livro mostra uma situação possível para diversas famílias brasileiras. De um lado os pais tentando resgatar o filho; do outro o imenso poderio do submundo das drogas. Teremos um vencedor?
Trechos interessantes:
"Conduzida pelo pai, Mônica, pé ante pé, percorre a nave do templo com um sorriso giocondamente ensaiado. Boneca mecânica, vira a cabeça à direita, à esquerda, olhando a todos sem ver ninguém. Como em toda noiva, o excesso de maquiagem, as ondulações artificiais do cabelo e a pose empertigada encobrem sua beleza natural." (pág. 20)
"Era preciso circular por festas, recepções e eventos, única maneira de chamar a atenção dos colunistas sociais e, por sua vez, dos leitores que respeitam, com resignada admiração, essa gente que supostamente vive num conto de fadas." (pág. 40)
"-É chato ser negro?
-Chato é ter uma irmã imbecil - reagiu Pedro.
-Eu é quem devo responder - cortou Paulão, segurando o braço do amigo, como se quisesse contê-lo. -Não, é ótimo ser negro. Chato é ser discriminado por ser negro." (pág. 45)
"É muito cinismo da minha parte vir, agora, pedir socorro. Mas, sei lá; alguma coisa dentro de mim dá forças para que eu escreva esta carta. Nem que seja para saberem que estou no início do fim." (pág. 127)
"-Somos todos resultados da loteria biológica - diz Quitéria. -Ninguém escolhe nascer onde nasceu. Você podia ter nascido no Borel, na família do Paulão, ou em Vitória no lugar de Clara. Isso é obra do acaso. O injusto é muitos nascerem sem ter o que comer e, outros, com menos fome do que a comida que compram." (pág. 146)
"Em 1885, impelido pelo sucesso do vinho Mariani, John Styth Pemberton, um farmacêutico de Atlanta, lançou um medicamento contra a melancolia, pomposamente intitulado Frech Wine of Coca, Ideal and Tonic Stimulant, hoje conhecido como Coca-Cola.
-Quer dizer que a Coca-Cola contém a mesma matéria-prima da cocaína? - pergunta Mário.
-No início do século vinte, a coca deixou de ser misturada ao produto, mas sua sugestiva presença perdura ainda hoje no nome do mais famoso refrigerante do mundo." (pág. 156)
sexta-feira, 3 de junho de 2016
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