Título: Fomos maus alunos
Autor: Gilberto Dimenstein / Rubem Alves
Páginas: 126
Livro interessante que discute vários aspectos da educação, de uma maneira simples, prazerosa, como se fosse realmente uma conversa entre amigos.
Passa-se o tempo e tudo evolui, não é diferente com a educação. Por mais que se discuta, que se mude, que se experimente, sempre vai haver uma nova visão, uma nova metodologia, um novo recurso... e é isso que faz com que busquemos nos tornar sempre, pessoas melhores. A educação é a chave, sem dúvida.
Trechos interessantes:
"Bruno Bettelheim, já velho, lembrando-se de suas experiências de criança disse que na escola os professores tentavam ensinar-lhe o que ele não queria aprender da forma como eles queriam ensinar." (pág. 8)
"Como jornalista, ganhei todos os prêmios. Ganhei todos os prêmios várias vezes. Depois, ganhei como escritor. Quando comecei a ganhar prêmios, perguntei para mim mesmo: O que deu errado? Que deu errado com as previsões das pessoas que diziam que eu ia dar errado?" (pág. 29)
"Inútil te será levantar de madrugada e te afadigares por todo o dia porque Deus, àqueles que ama, dá enquanto dormem." (pág. 35)
"Penso nos professores que sonham com a aposentadoria. Não são amantes. Somente querem se aposentar os que sofrem com o seu trabalho. Quem tem alma de educador - quem ama ser educador - quer ser educador sempre..." (pág. 48)
"Todas as vezes que você precisa pedir disciplina é porque alguma coisa está errada. Quando o jovem está realmente fascinado pelo objeto, você não precisa pedir. Você não pede a uma criança: Meu filho, vá brincar! Por quê? Porque ele quer brincar." (pág. 68)
"Se tivesse de resumir minha visão sobre educação, diria o seguinte: o educador é o aprendiz há mais tempo e educar é ensinar o encanto da possibilidade." (pág. 82/83)
"Eu ainda acho o seguinte: não é que a criança não goste da escola. Ela não gosta da sala de aula, mas da escola, geralmente, ela gosta." (pág. 91)
"Engraçado que a palavra pedagogo vem do grego. É o escravo que conduz criança. De alguma forma, isso voltou. Porque, pelo salário que o professor recebe, pelo pouco tempo de preparo de aula que tem, ele voltou a ser o escravo que conduz criança." (pág. 101)
"Lichtenberg, que foi um filósofo do século XVIII e amado por Nietzsche e Murilo Mendes, dizia: . Porque é preciso não conhecer para ter vontade de conhecer, de esquecer, de desaprender. Barthes, ao final da sua famosa aula inaugural, disse que se entregava a desaprender tudo o que tinha aprendido. Acho que foi Cassirer que disse que é muito mais difícil desaprender o aprendido do que aprender uma coisa nova. O aprendido se agarra na gente de uma forma terrível e é o aprendido que impede que eu aprenda uma coisa de uma maneira diferente. Então, é preciso desaprender o aprendido." (pág. 107)
Hoje, se criam escolas e faculdades para ensinar os novos saberes. Eu sonho com o dia em que se criarão faculdades para ensinar a antiga ignorância
segunda-feira, 6 de junho de 2016
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