Título: Um retrato fatal
Autor: Ross Macdonald
Páginas: 246
Lew Archer é um detetive particular que foi contratado por um milionário para recuperar um quadro roubado. Mas durante o decorrer da história verá que há muito mais que o simples roubo de um quadro: um pintor desaparecido há 25 anos; assassinatos sem suspeitos; histórias antigas envolvendo o proprietário do quadro e por aí vai.
Trata-se de um romance policial com todos os ingredientes do gênero. O leitor deve se preparar para as inúmeras reviravoltas que a história dá até o desfecho que vai muito além de apenas recuperar o quadro desaparecido.
Trechos interessantes:
"-[...]Quando ele, quando meu pai derrubou a porta do banheiro, pulei para dentro da cesta de roupa suja e puxei a tampa. Nunca vou esquecer a sensação que tive; foi como estar morta, enterrada e segura para sempre.
-Segura?
-Não podem matá-lo depois que estiver morto." (pág. 28)
"Não havia quadro nenhum debaixo do colchão, nada que incriminasse no armário nem na cômoda, nenhum vestígio de crime, a não ser o da pobreza." (pág. 38)
"-Dou-lhe os cinco por quarenta dólares. Só as telas valem isso, e o senhor deve saber, se é pintor.
-Não sou pintor.
-Às vezes me pergunto se Jake era. Pintou durante mais de trinta anos e acabou só com isto para mostrar. - Fez um gesto que abrangeu os quadros na mesa, a casa e sua história, e a morte de Jake. - Nada, além disso e de mim." (pág. 54)
"-Acho que poderia ajudar o senhor.
-Ajudar-me a fazer o quê?
-Talvez nada. - Abriu os braços num gesto teatral. - O senhor parece ser um homem engajado numa guerra sem fim, numa busca sem fim. Já lhe ocorreu que está é procurando a si mesmo? E que a maneira de se encontrar é ficar quieto e silencioso, silencioso e quieto?" (pág. 109)
"-Eu e Jake não tivemos sorte. Ele só teve azar desde que se juntou comigo. - Sua voz tornara-se áspera. - Queria ter morrido no lugar dele.
-Não deseje isso. Nós todos já morremos cedo demais.
-Para mim, quanto mais cedo melhor.
-Espere um pouco. Você recomeçará sua vida. Você é jovem, Jessie.
-Sinto-me velha como as montanhas." (pág. 143)
"-Mas por que bebe desse jeito?
-Por causa da dor - disse eu. - A dor de ser ele mesmo. Vive preso nessa casa caindo os pedaços, só Deus sabe há quanto tempo. Talvez desde a infância de Fred. Tentado matar-se com a bebida, sem conseguir.
-Mesmo assim não compreendo.
-Nem eu, na realidade. Todo bêbado tem suas razões. Mas todos acabam tendo o mesmo fim: com o cérebro mole e o fígado arruinado." (pág. 171)
"Nunca diga a uma pessoa mais do que ela precisa saber, pois contará para outra." (pág. 173)
domingo, 30 de março de 2014
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