Título: Tudo menos "normal"
Autor: Nora Raleigh Baskin
Páginas: 190
Com a leitura deste livro atingi a minha meta que havia estipulado no início do ano: a leitura de 35 livros. É um número modesto, mas foi atingido. Levando-se em conta que esse total não contabiliza os livros relacionados ao trabalho e os de programação, me considero satisfeito com o resultado.
Sobre o livro: narrado em primeira pessoa, conta a história de Jason - um garoto autista de 12 anos - e suas dificuldades de convivência com as pessoas "normais". O que lhe dá prazer é criar histórias em um site e, quando uma garota as lê e começam a trocar mensagens, ele se questiona sobre o que a garota pensará ao saber que ele é diferente.
Livro muito belo e tocante, nos mostrando como é estar do outro lado, já que dificilmente nos damos conta disso.
Trechos interessantes:
"A maioria das pessoas gosta de falar em seu próprio idioma.
Elas realmente preferem isso. Preferem tanto que, mesmo quando vão a um país estrangeiro, usam a própria língua, falando mais alto ou mais devagar, porque acham que assim serão compreendidas." (pág. 9)
"Neurotípicos gostam quando os olhamos nos olhos. Supõe-se que signifique que você está ouvindo, como se o oposto fosse verdade, o que não é: só por que você não está olhando para alguém, não significa que não está ouvindo o que esta pessoa diz. Posso ouvir melhor quando não sou distraído pelo rosto de uma pessoa." (pág. 13)
"Sou como uma folha sobre um rio, sendo levada pela água, não exatamente flutuando, nem exatamente afundando. Então, não posso parar e não posso controlar a direção que estou tomando. Posso sentir a água, mas nunca sei para onde estou indo." (pág. 24)
"Toda palavra que você escolhe significa algo que você acha que significa, e mais.
Como,por exemplo, se uma pessoa é diferente, isso é uma coisa boa.
Mas se ela tem um defeito, isso não é." (pág. 80)
"Alguns anos atrás, descobri que os braços de papai ao meu redor não mandam a escuridão, a raiva, a tristeza embora de verdade. Eles apenas as adiam. Isso não me impede, entretanto, de pensar sobre as coisas com as quais meu pai pode me ajudar e as que ele não pode. E o que vai acontecer quando ele não estiver mais por perto." (pág. 83)
"A coisa mais importante a fazer quando você está escrevendo uma história é encontrar um dilema para o seu personagem resolver. Você pode ter os melhores e mais interessantes personagens e pode ter algo realmente importante a dizer, mas você precisa de uma história. Precisa de conflito." (pág. 109)
"-Muito tempo depois de termos desaparecido, nossas palavras serão tudo o que resta de nós, e quem é que vai dizer o que realmente aconteceu ou mesmo qual é a realidade? Nossas histórias, nossa ficção, nossas palavras serão a coisa mais próxima que pode haver da verdade. E ninguém pode tirar isso de vocês." (pág. 182/183)
domingo, 29 de dezembro de 2013
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