Título: Profecia
Autor: S. J. Parris
Páginas: 320
Outro romance histórico, seguindo a linha do primeiro (Heresia): Giordano Bruno desta vez está às voltas com espiões e dissidentes que planejam destronar a rainha Elizabeth para que a rainha católica Maria Stuart seja aclamada.
É um livro policial onde o detetive foi substituído pela figura histórica de Giordano Bruno, mas os ingredientes são os mesmos: mistério, suspense, crime, traição, etc. Leitura primorosa, fazendo com que você se sinta como se estivesse na própria Londres do século XVI.
Trechos interessantes:
"-'Quando ouvires falar de guerras e rumores de guerras, não te perturbes; pois é forçoso que essas coisas aconteçam, mas ainda não é o fim - pondero citando o Evangelho de Marcos." (pág. 27)
"Que rapaz de 17 anos, tendo provado a independência, devolveria de bom grado as rédeas do governo à sua mãe? Ele vai precisar de maior vantagem material do que de sentimento filial para ser convencido a apoiar a causa dela." (pág. 44)
"[...]sem dinheiro, títulos ou terras em meu nome, preciso me tornar indispensável aos homens de poder para progredir, e aprendi pelo método mais difícil que a maioria dos poderosos prefere quem os entretenha a quem os esclareça." (pág. 52)
"Por um instante, reflito sobre o caminho estabelecido para as jovens nascidas na nobreza: quão brevemente lhes é permitido brilhar, serem exibidas e admiradas em público em seu próprio meio social, só o tempo exato que levam para encontrar um marido adequado. O dia do casamento é o zênite de seu curto florescimento. Depois disso, esperam-se que desapareçam outra vez no segundo plano, que cubram os cabelos e se contentem com os reflexos da glória do marido e dos filhos." (pág. 153)
"Claro, foi meu antigo criado que testemunhou contra mim no patíbulo, mas um homem diz qualquer coisa quando está com uma corda no pescoço, não é?" (pág. 164)
"-Ele gostava de você - diz Castelnau mansamente. - Era um esquisitão, o Léon, meio fechado. Mas falava muito bem de você. Acho que você era quem ele mais via como um amigo nesse país.
-Eu deveria ter sido um amigo melhor - digo, e a voz sai rouca.
-Nós todos deveríamos tê-lo tratado melhor. O que dá pena é que nunca se pensou nisso enquanto ele estava vivo." (pág. 257)
"Mesmo assim, onde o dinheiro chega, o desespero vem atrás: mendigos tendo apenas míseras camadas de farrapos entre si e a umidade de outubro perambulam por perto das escadas, choramingando seus pedidos de esmolas aos comerciantes bem alimentados e cobertos de peles." (pág. 272)
"Oriundo de um país governado pelo açoite do Santo Ofício, sei muito bem com que facilidade um homem ameaçado pela dor física diz qualquer coisa passível de agradar àquele que pode ordenar que essa dor cesse." (pág. 286)
"-Se eu não soubesse que isso é impossível, Bruno, seria capaz de jurar que você fez um pacto com o próprio diabo. Você é indestrutível. Mas acho que o diabo não teria coragem de fazer essa aposta. Teria medo de você ser mais esperto que ele." (pág. 304)
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
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