Título: Seis anos depois
Autor: Harlan Coben
Páginas: 268
Jake, um professor universitário em um retiro para escritores, conhece Natalie e se apaixona. Aparentemente a paixão é correspondida e, por isso, Jake estranha quando, de repente, Natalie decide se casar com um antigo namorado. Jake vai ao casamento e ouve de Natalie para não mais procurá-la. Ele mantém a promessa por seis anos até ler num jornal sobre a morte do marido de Natalie.
A partir daí a história segue em ritmo acelerado, com várias ações se desenrolando, numa verdadeira corrida de gato e rato. A história segue o mesmo padrão de outras do autor: um suspense policial, cheio de mistério e muitas reviravoltas no transcorrer da narrativa. Se você é fã do gênero, boa leitura.
Trechos interessantes:
"Quando era criança, meu pai me contou uma charada achando que eu fosse gostar. 'Pai e filho sofrem um acidente de carro. O pai morre. O garoto é levado às pressas para o hospital. Quem está de plantão diz: 'Não posso operar esse menino. Ele é meu filho'. Como pode ser?' É isso que quero dizer com os caminhos do cérebro. Para a geração do meu pai essa charada devia ser difícil, mas, para as pessoas da minha idade, a resposta - quem estava de plantão era a mãe do garoto - era tão óbvia que me lembro de soltar uma gargalhada." (pág. 25)
"Gosto de dirigir. Gosto da solidão e da música. Apesar dos meus receios anteriores em relação à solidão tecnológica, todos precisamos nos desconectar com mais frequência. Percebo que pareço um velho ranzinza, reclamando que, sempre que vejo uma mesa de jovens 'amigos', estão todos trocando mensagens com pessoas que não estão presentes. Sempre procurando algo que talvez seja melhor, uma perpétua busca pela grama digital mais verde, numa tentativa de sentir o cheiro das rosas distantes, apesar de ter outras bem ali na frente. Mas poucas vezes me sinto mais em paz, mais em harmonia, mais zen, se preferirem, do que nas ocasiões em que me forço a me desconectar." (pág. 59)
"Como todos sabem, a mente nos prega peças e tendemos a ver o que queremos." (pág. 128)
"Todo mundo já leu sobre a maneira como certos animais e seres marinhos podem detectar o perigo. Eles conseguem sentir ameaças e até desastres naturais iminentes, quase como se tivessem um radar de sobrevivência ou tentáculos invisíveis que se esticam e sondam o ambiente. Em algum momento, é claro, o homem primitivo deve ter tido essa habilidade também. Ainda temos esse instinto de sobrevivência. Pode estar inativo ou atrofiado por falta de uso. Mas a verdade é que o homem de Neandertal instintivo está sempre aí, oculto sob nossas roupas sociais." (pág. 133)
"O medo podia ser controlado. Havia aprendido a fazer isso durante os anos como segurança de bar. Qualquer pessoa com um mínimo de humanidade se assusta diante da violência. Somos assim. O segredo é se dominar, não deixar que esse temor o paralise ou enfraqueça. A experiência ajuda." (pág. 184)
"Adorava aquele cara. Tirando o meu pai, ele era a coisa mais próxima que tive de um exemplo a seguir. Mas o professor deixava claro que a aposentadoria era um fim. Sempre tinha detestado os tipos acadêmicos que se agarravam aos empregos, professores e administradores mais velhos que permaneciam na ativa, com o prazo de validade vencido, como esportistas que não querem encarar o inevitável. Depois de ter deixado nosso estabelecimento sagrado, o professor Hume não apreciava a ideia de voltar. Não aceitava viver de nostalgia ou dos louros passados. Mesmo aos 80 anos, Malcolm Hume era um cara que olhava para a frente. Para ele, o passado era apenas o passado." (pág. 209)
"-Você sabe o que é ter esperança, Jake?
-Acho que sim, respondi.
-É a coisa mais cruel do mundo. A morte é melhor. Quando se morre, a dor para. Mas a esperança põe a pessoa lá em cima e depois solta, deixando que caia no chão duro. Protege nosso coração com as mãos e depois esmaga com um soco. Várias e várias vezes. Nunca para. É isso que a esperança faz." (pág. 228)
"-[...] Você já leu Oscar Wilde?
Fiz uma careta.
-Já.
-Ele tem uma frase maravilhosa: 'Perder um dos pais pode ser considerado uma infelicidade; mas perder os dois parece descaso.'
-Está em A importância de ser prudente - falei, porque sou um acadêmico e não consigo me controlar." (pág. 240
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
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