Título: Sacramento
Autor: Felipe Cangussu
Páginas: 400
A história é, no mínimo, surreal. Pela sinopse e pelas páginas iniciais não se nota mas, ao se aprofundar na leitura, as coisa começam a sair dos trilhos: pessoas que morrem e voltam à vida; habilidade para ler pensamentos; vingadores da morte e por aí vai.
Essa é a história de três amigos, com características diferentes, que se reencontram após o suicídio e retorno de um deles. Eles passam o livro todo fugindo da morte que está cobrando vingança pois o suicidado retornou. Confuso? É verdade, mas a história é assim mesmo. Se você gosta de 'A volta dos mortos vivos' vai se interessar pela história. Não é o meu caso.
Trechos interessantes:
"Eu quero viver! Suicídio é uma coisa muito complicada. Você tenta, tenta e, quando finalmente dá certo você morre. - Ninguém riu da piada" (pág. 70)
"Em casa, Maria reza. Na estrada, Mercedes benze." (pág. 88)
"Johnny não conseguia acreditar que dera de cara com aqueles mesmos policiais.
O planeta Terra é redondo, e, quando estamos em uma roda que gira, acabamos nos reencontrando com lugares ou pessoas que nunca imaginávamos rever." (pág. 177)
"-Meu avô sempre dizia: 'O que é pouco não se economiza, logo se acaba e a gente tranquiliza'. O ditado é mais ou menos assim." (pág. 182)
"Sabia que aquele jovem de cabelo liso estava passando por algum apuro interior. Alguma crise. Com seu olhar de curiosidade, era como se ele dissesse para Deus: 'Eu estou aqui! Fiz minha parte, e aí? Quando você vai começar a fazer a sua?'.
Deus sempre era a única saída de pessoas que fizeram de tudo na vida e estavam a ponto de acabar com ela." (pág. 210)
"Agora é só ir reto e, no final, virar à esquerda. Só isso. Ele tinha medo. Essa sensação de 'quase' sempre o fazia ficar temeroso. Por poucos centímetros, nadadores profissionais perderam campeonatos. Por poucos segundos, pessoas perdiam voos importantes. Por pouco, muitas pessoas quase sobreviviam a acidentes. 'Quase' pode não significar nada. Preciso ficar atento!" (pág. 263)
"Anderson já tinha reparado como as mulheres conseguiam ser sensuais sem nem mesmo perceberem. Isso é uma covardia. Não é porque elas não têm malícia que nós também não temos. A última coisa de que três homens à beira da morte precisam é de uma mulher seminua diante deles." (pág. 307)
"O perdão não é ficar calado e aguentar o rancor. O perdão é você escolher entregar o julgamento nas mãos de Deus e, até lá, deixar que Ele carregue o rancor. Enquanto a justiça não for feita, aja como se ela já tivesse acontecido. Olhe para o seu inimigo como se o crime já estivesse pago. O tempo é algo que limita o ser humano, mas, para Deus, o futuro já está consumado. Nós só precisamos ter paciência." (pág. 312/313)
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
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