Título: O homem que via o trem passar
Autor: Georges Simenon
Páginas: 182
Kees Popinga é um holandês que trabalha numa das empresas do porto de Amsterdã. Mas, apesar de gostar do mar, ele tem uma paixão obsessiva por trens. Certa noite descobre que a empresa em que trabalha sofreu um desfalque e, diante da falta de perspectiva, resolve sair pelo mundo afora, abandonando a família e tudo mais, para viver uma vida cheia de aventuras.
Vai para Paris e se diverte fugindo da polícia e cometendo crimes enquanto todos o tomam por um maníaco descontrolado.
Trechos interessantes:
"Curioso que ninguém suspeitava que estivesse gagá. Instalavam-no todo dia numa poltrona, como uma múmia, ou como o símbolo vivo da empresa. Não deixavam que o vissem mais do que alguns instantes, e os fregueses tomavam por concentração o olhar perdido, e por sabedoria a ausência total de inteligência!" (pág. 30)
"-Todos os estrangeiros são estranhos. Talvez porque a gente não os entende." (pág. 75)
"Dizem que minha filha é uma menina inteligente, porque não fala, ou fala raramente. Mas é que não tem nada a dizer! [...] Quanto ao menino, não tem nenhum dos defeitos dos garotos da sua idade. E isso me alarma: provavelmente não fará nada na vida!" (pág. 118)
"Então, e de uma vez por todas: não sou louco nem maníaco. Apenas, aos quarenta anos, tomei a decisão de viver como me agrada, sem fazer mais caso das convenções ou das leis. Descobri - um pouco tarde, convenho - que ninguém as observa e que até agora eu vinha me deixando iludir." (pág. 121)
"Aborreci-me durante quarenta anos. Durante quarenta anos vi a vida como um pobre miserável que cola o nariz à vidraça de uma confeitaria e vê as pessoas comerem bolo.
Aprendi que os bolos são de quem os pega." (pág. 121)
"Que procurassem por ele o quanto quisessem! Que olhassem todo transeunte bem no rosto. O homem é sempre mais forte que a massa, desde que não perca o sangue-frio." (pág. 151)
sábado, 13 de setembro de 2014
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