Título: A travessia
Autor: William P. Young
Páginas: 238
O livro segue o mesmo ritmo de "A cabana". Um mega empresário, que nunca pensou em ninguém alem de si mesmo, está às portas da morte e, durante o coma, tem uma visão de como sua vida tem sido e, com o auxílio celestial, tem a oportunidade de mudar alguma coisa, se for de seu interesse,
A história é interessante, traz muitos momentos de reflexão e vai tocar, sem dúvida, os mais emotivos. Mas, mesmo com tudo isso, tive a impressão de ser um "Cabana 2" e aquela sensação de "já vi isto em algum lugar" esteve sempre presente. Mas, resumindo: se você gostou de "A cabana", vai gostar deste: o estilo é o mesmo.
Trechos interessantes:
"As características negativas dos pais haviam sido apagadas pela saudade que sentia dos dois. Guardava como um tesouro aquela fotografia desbotada, a última tirada antes de um adolescente irresponsável perder o controle do carro e transformar glória em escombros." (pág. 19)
"Não havia certo e errado, assim como nenhuma verdade absoluta, apenas normas sociais regidas por leis e comportamentos gerados por algum sentimento de culpa. A morte, tal como ele a concebia, significava que nada realmente importava. A vida era um suspiro evolucionário sem sentido, a sobrevivência temporária do mais inteligente ou engenhoso. Dali a mil anos, se a raça humana sobrevivesse, ninguém saberia que ele havia existido nem se importaria com a maneira como levara sua vida." (pág. 28)
"Ele balançou a cabeça diante do completo absurdo daquela experiência, mas logo perguntou-se: um acontecimento que não é real e jamais será lembrado pode ser chamado de experiência?" (pág. 50)
"-Filho, você vem morrendo desde o dia em que foi concebido. Embora a morte seja um mal monstruoso, os seres humanos passaram a imaginá-la como algo muito mais poderoso do que ela realmente é. Na verdade, é como se uma luz estivesse projetando as sombras da morte em proporções terríveis, gigantescas, no cenário de sua existência, e agora você estivesse com medo até dessas sombras." (pág. 61)
"-Grande parte do que você precisa perdoar nas outras pessoas, e especialmente em si mesmo, é a ignorância que machuca. Não é só de propósito que as pessoas magoam umas às outras." (pág. 70)
"-Você está me perguntando algo que só pode ser conhecido pela experiência. Que palavras são capazes de comunicar as sensações de um primeiro amor, de um pôr do sol inesperado, do perfume de jasmim, gardênia ou lilases? Quais as palavras para descrever os sentimentos provocados em uma mãe que segura o filho pela primeira vez, os momentos em que você é surpreendido pela alegria, por uma música transcendental, ao atingir o topo de uma montanha que escalou, a primeira vez que provou mel direto da colmeia... Ao longo de toda a história, temos buscado palavras que possam conectar o que conhecemos àquilo pelo qual ansiamos, mas o que vemos agora é apenas um reflexo obscuro." (pág. 130/131)
"Os amigos de verdade o apunhalam pela frente. -Oscar Wilde" (pág. 137)
"-Não entendo. Por que rosas têm espinhos?
-Para que você as manuseie com cuidado e carinho." (pág. 172)
"-Tony - ela respondeu -, nunca conheci alguém que fosse completamente ruim. Em grande parte, sim, mas nunca completamente. Todo mundo já foi criança um dia, e isso me traz esperanças. As pessoas só podem dar aquilo que têm, e fazem as coisas por determinados motivos, mesmo que não tenham consciência de quais são. Às vezes é difícil descobrir, mas sempre existe um motivo." (pág. 181/182)
"O perdão é o perfume que a violeta espalha sobre o pé que a esmagou. -Mark Twain" (pág. 222)
sexta-feira, 29 de março de 2013
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