Título: Deus protege os que amam
Autor: Johannes Mario Simmel
Páginas: 240
Este livro não me agradou tanto como outros de Simmel que tenho lido. Achei a história um tanto simplista, com o desenrolar e o desfecho totalmente previsível.
Paul Holland é um jornalista que vive perambulando pelo mundo em busca de reportagens, mas que encontrou em Sibylle, uma mulher que mora na Alemanha, a razão de sua vida. Ele vai ao Brasil a trabalho e, ao retornar, descobre que Sibylle desapareceu. Ao tentar localizá-la, descobre que ela não era a simples pessoa que ele imaginava. E por aí vai...
É um bom livro, mas nem de longe se compara à qualidade dos outros de Simmel.
Trechos interessantes:
"-Frankfurt am Main, Parkstrasse, 12.
Um bom endereço, como qualquer outro. Parkstrasse 12 era o endereço do hotel Astoria, onde tinha um apartamento alugado por todo o ano. Nele eu tinha uma fotografia de Sibylle. Um guarda-roupa cheio. Alguns livros e uns manuscritos velhos. Na verdade tudo o que possuía no mundo. Não era muito. De resto, era muito pouco." (pág. 26)
"Enquanto isso eu pensava: por acaso o amor entre duas pessoas era mais forte que o ódio de Mao Tsé-tung, Foster Dulles e Bulganin? Existe amor a longo prazo neste século? E existe justiça para gatos, mudos e judeus?" (pág. 30)
"-Conheci o doutor Ehrlich no ano passado em uma conferência. Disse uma frase que nunca mais esquecerei.
-Que frase?
-Querer bem é mais importante que amar." (pág. 90)
"Os empregados usavam libré e os crupiês vestiam-se de maneira impecável. Também em Salzburgo partia-se do princípio de que o jogador perde seu dinheiro mais alegremente num ambiente mais luxuoso." (pág. 108)
"De todos os jogadores, contou-me certa vez um velho crupiê, os que estão mais em perigo são aqueles que temem alguma coisa, como a vida, a velhice, uma posição econômica insegura, doenças e morte. Os homens que estão perto dos cinquenta e as mulheres por volta dos quarenta temem a chegada do fim da plenitude da vida. São essas pessoas que numa sala de jogo se perguntam: 'Para que a prudência? Para que dar importância ao dinheiro? Para quem conservá-lo? Não importa mais'. Os cassinos vivem desses jogadores e não dos turistas temerosos e tampouco dos jogadores empedernidos que deixam milhões nas bancas mas levam outros milhões." (pág. 110/111)
"O incompreensível se torna mais lógico, mais suportável, mais tangível também, quando sai da nossa mente e o vemos escrito sobre o papel. Um pesadelo que contamos de manhã não nos amedronta mais; chega mesmo a parecer divertido e absurdo." (pág. 114)
"[...]Talvez ele tivesse acreditado por mais tempo em Stálin do que eu em Sibylle: isso era provável. Mais tempo, sim, porém mais do que eu, não. Não se pode amar mais ou menos. Só se pode amar, ou não." (pág. 143)
"Ao que parece, a distância que há entre o ódio e o amor é muito curta. Mas só se pode amar ou odiar aquilo em que se acredita. O próprio ódio pressupõe uma crença." (pág. 144)
"Os homens abandonam as mulheres, e as mulheres enganam os maridos. As relações normais entre os sexos estão degenerando. Eles já não tem muito que se dizer. A culpa talvez caiba às grandes invenções do século XX, à evolução da física ou à política, que agora penetra na vida privada dos indivíduos. Os homens transformam o mundo. As mulheres deixam de ser interessantes. Além disso, há muitas. As mulheres não são mais um problema, nem quando se corre atrás delas nem quando se as abandona. A bomba de hidrogênio é um problema, o Canal de Suez é outro, e também a coexistência pacífica. As mulheres já não são mais um problema. Ou a gente as aceita, ou a gente as deixa de lado, como melhor convier." (pág. 206)
"Naquela noite rezei. Pensei comigo mesmo que era vergonhoso e indigno fazer as pazes com Deus em um momento onde não se encontrava saída para a minha situação, mas pensei também: 'Se Deus existe, há de ser uma vitória para Ele que eu implore Sua ajuda exatamente agora que meu raciocínio não pode me ajudar'." (pág. 220)
domingo, 17 de fevereiro de 2013
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2 comentários:
faz tanto tempo que li ele... gostei muito, mas um que me apaixonei foi mesmo sorrindo preciso chorar, comecei a ler até mais amargo fim, nunca terminei pois nao quero que acabe logo, rs e ganhei o Nem só do caviar vive o homem, começarei a ler logo logo. aaaaamo loucamente Simmel, meu blog é dedicado ao primeiro livro q li dele (mesmo sorrindo preciso chorar), vale a pena lê-lo.
Eu nao achei o final previsível, na verdade fiquei bem surpresa. O livro para mim foi incrível.
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