Autor: Alice Clayton
Páginas: 278
Caroline muda-se para um novo
apartamento e descobre que, ao contrário do que esperava, suas noites não serão
nada calmas. Devido às paredes finas do apartamento, ela consegue ouvir e
sentir tudo o que se desenrola no apartamento vizinho. As atividades sexuais do
seu novo vizinho a deixam desconfortada, principalmente pelo fato dela estar
sozinha ultimamente.
Diante da situação decide
reclamar diretamente ao vizinho e, como era de se esperar, descobre que ele é o
homem dos sonhos de toda garota. Daí pra frente é fingir que não quer nada com
ele e, ao mesmo tempo, insinuar que deseja. O final é previsível e, tratando-se
de um romance erótico, apresenta uma linguagem apimentada e tudo mais que se
espera de livros desse gênero.
Trechos interessantes:
"– Você já viu esse cara? –
Mimi perguntou, o olhar ainda fixo na parede.
– Não. Mas o meu olho mágico tem
trabalhado bastante.
– Bom, pelo menos um buraco tem
estado ocupado nesta casa – Sophia murmurou."
(pág. 25)
"A música parou de repente.
Caí como se tivesse sido atingida. Mimi e Sophia levaram a mão uma à boca da
outra, enquanto eu continuava estendida na cama e mordia o nó dos dedos para não
rir. O frenesi no quarto era igual ao de ser pego fugindo depois de tocar a
campainha do vizinho ou dando risada no fundo da igreja. Você não pode parar e também
não pode não parar." (pág. 43)
"– Acho que consigo
encontrar algo – provoquei, esticando o braço ao mesmo tempo que ele recolhia o
seu. Sua mão roçou a lateral do meu seio, e ambos estremecemos. – Você está
tentando me bolinar, é? – falei, sintonizando uma canção.
– Fala a verdade, você colocou os
peitos no caminho da minha mão! – ele disparou.
– Acho que a sua mão mudou de
direção diante da trajetória dos meninos aqui, mas não se preocupe. Você não
foi o primeiro nem será o último a ser atraído para a órbita destes dois seres
celestiais – suspirei dramaticamente, olhando-o de soslaio para ter certeza de
que ele tinha pegado o tom de brincadeira. O canto de sua boca se espichou num sorriso,
e eu me permiti um sorrisinho também." (pág. 56)
"Nunca pensei que fosse
gostar de ficar sozinha, mas, ultimamente, vinha me sentindo muito bem sem um
homem na minha vida. Estava só, porém não solitária. Orgasmos à parte, sentia
falta da companhia de um namorado de vez em quando, mas gostava de ir aos
lugares sozinha. Se podia viajar sozinha, por que não? De qualquer modo, na
primeira vez em que resolvi ir ao cinema sem ninguém, achei que seria estranho
- a probabilidade de encontrar um conhecido no meio de uma selva costa-riquenha
era próxima de zero; já na selva de San Francisco? A probabilidade era muito
maior - só que foi ótimo! E ir sozinha a um restaurante também foi bacana. O
fato é que eu sou uma ótima companhia." (pág. 78)
"Eu era próxima de meus
pais. Eles ainda viviam na mesma casa em que cresci, numa cidadezinha do sul da
Califórnia. Eram pais maravilhosos, e eu os via sempre que podia, ou seja, nos
feriados e um ou outro fim de semana. Como alguém com vinte e poucos, curtia
minha independência.
Mas meus pais estavam lá para mim
quando eu precisava, sempre. O pensamento de que, um dia, eu vagaria por esta
terra sem minha âncora, sem sua orientação, me fez estremecer - não podia
sequer imaginar perder ambos sendo uma criança de dezoito anos." (pág.
124/125)
"Uma tarde - eu tinha quinze
anos -, minha avó me disse que o vestido cor-de-rosa que eu estava usando
ficava bem em minha pele. Fiz uma careta e discordei:
– Obrigada, vovó, mas ontem só
dormi três horas, e se tem uma coisa que estou hoje é bonita. Cansada, pálida,
não bonita. Revirei os olhos como as adolescentes fazem, e ela pegou minha mão.
– Sempre aceite um elogio,
Caroline. Aceite pela intenção de quem o faz. Vocês garotas sempre distorcem o
que os outros dizem. Apenas agradeça e siga em frente. – Ela sorriu do seu
jeito sereno e sábio." (pág. 226)
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