domingo, 24 de junho de 2018

Subindo pelas paredes



Título: Subindo pelas paredes
Autor: Alice Clayton
Páginas: 278

Caroline muda-se para um novo apartamento e descobre que, ao contrário do que esperava, suas noites não serão nada calmas. Devido às paredes finas do apartamento, ela consegue ouvir e sentir tudo o que se desenrola no apartamento vizinho. As atividades sexuais do seu novo vizinho a deixam desconfortada, principalmente pelo fato dela estar sozinha ultimamente.

Diante da situação decide reclamar diretamente ao vizinho e, como era de se esperar, descobre que ele é o homem dos sonhos de toda garota. Daí pra frente é fingir que não quer nada com ele e, ao mesmo tempo, insinuar que deseja. O final é previsível e, tratando-se de um romance erótico, apresenta uma linguagem apimentada e tudo mais que se espera de livros desse gênero.

Trechos interessantes:

"– Você já viu esse cara? – Mimi perguntou, o olhar ainda fixo na parede.
– Não. Mas o meu olho mágico tem trabalhado bastante.
– Bom, pelo menos um buraco tem estado ocupado nesta casa – Sophia  murmurou." (pág. 25)

"A música parou de repente. Caí como se tivesse sido atingida. Mimi e Sophia levaram a mão uma à boca da outra, enquanto eu continuava estendida na cama e mordia o nó dos dedos para não rir. O frenesi no quarto era igual ao de ser pego fugindo depois de tocar a campainha do vizinho ou dando risada no fundo da igreja. Você não pode parar e também não pode não parar." (pág. 43)

"– Acho que consigo encontrar algo – provoquei, esticando o braço ao mesmo tempo que ele recolhia o seu. Sua mão roçou a lateral do meu seio, e ambos estremecemos. – Você está tentando me bolinar, é? – falei, sintonizando uma canção.
– Fala a verdade, você colocou os peitos no caminho da minha mão! – ele disparou.
– Acho que a sua mão mudou de direção diante da trajetória dos meninos aqui, mas não se preocupe. Você não foi o primeiro nem será o último a ser atraído para a órbita destes dois seres celestiais – suspirei dramaticamente, olhando-o de soslaio para ter certeza de que ele tinha pegado o tom de brincadeira. O canto de sua boca se espichou num sorriso, e eu me permiti um sorrisinho também." (pág. 56)

"Nunca pensei que fosse gostar de ficar sozinha, mas, ultimamente, vinha me sentindo muito bem sem um homem na minha vida. Estava só, porém não solitária. Orgasmos à parte, sentia falta da companhia de um namorado de vez em quando, mas gostava de ir aos lugares sozinha. Se podia viajar sozinha, por que não? De qualquer modo, na primeira vez em que resolvi ir ao cinema sem ninguém, achei que seria estranho - a probabilidade de encontrar um conhecido no meio de uma selva costa-riquenha era próxima de zero; já na selva de San Francisco? A probabilidade era muito maior - só que foi ótimo! E ir sozinha a um restaurante também foi bacana. O fato é que eu sou uma ótima companhia." (pág. 78)

"Eu era próxima de meus pais. Eles ainda viviam na mesma casa em que cresci, numa cidadezinha do sul da Califórnia. Eram pais maravilhosos, e eu os via sempre que podia, ou seja, nos feriados e um ou outro fim de semana. Como alguém com vinte e poucos, curtia minha independência.
Mas meus pais estavam lá para mim quando eu precisava, sempre. O pensamento de que, um dia, eu vagaria por esta terra sem minha âncora, sem sua orientação, me fez estremecer - não podia sequer imaginar perder ambos sendo uma criança de dezoito anos." (pág. 124/125)

"Uma tarde - eu tinha quinze anos -, minha avó me disse que o vestido cor-de-rosa que eu estava usando ficava bem em minha pele. Fiz uma careta e discordei:
– Obrigada, vovó, mas ontem só dormi três horas, e se tem uma coisa que estou hoje é bonita. Cansada, pálida, não bonita. Revirei os olhos como as adolescentes fazem, e ela pegou minha mão.
– Sempre aceite um elogio, Caroline. Aceite pela intenção de quem o faz. Vocês garotas sempre distorcem o que os outros dizem. Apenas agradeça e siga em frente. – Ela sorriu do seu jeito sereno e sábio." (pág. 226)

Nenhum comentário: