Título: Crianças de 24 quilates
Autor: Dra. Judy Goldstein / Sebastian Stuart
Páginas: 334
Shelley é uma pediatra recém-formada, à procura de seu primeiro emprego. Uma das oportunidades que aparece é numa clínica de alta classe, frequentada por celebridades de todas as áreas.
O desafio de Shelley agora é se mostrar à altura de cuidar das crianças famosas, resolver seus traumas e problemas e conquistar o respeito e atenção dos pais, sem no entanto deixar que este mundo da opulência a domine.
Trechos interessantes:
"-Apos - gritou minha mãe do outro lado do restaurante. Caso você esteja se perguntando o que Apos significa, é 'Arrume a postura, Shelley'. Mamãe inventou isso para que pudesse corrigir minha postura em público sem chamar atenção. Sou a única pessoa que conheço que é repreendida com uma sigla." (pág. 18)
"-A minha filosofia de criação de filhos? Minha filosofia é de que os pais devem relaxar e deixar que isso aconteça naturalmente. Vocês não estão estudando para o exame da Ordem aqui, vocês não precisam ser pediatras, e eu não me importo quanto controle vocês exerçam em outras áreas das suas vidas, ter um bebê é uma experiência incontrolável. Deixem a vida que vocês estão trazendo ao mundo se desenvolver no seu próprio ritmo, não no de vocês... não tem nada a ver com vocês, e um bebê não é a última moda em acessório. Então, relaxem um pouco, sejam surpreendidos e espontâneos, rendam-se à bagunça. Parem de exagerar e confiem em seus instintos. Esta é a minha filosofia." (pág. 80)
"Eu realmente me sentia como se tivesse entrado em outro mundo, um mundo onde ninguém gritava para o outro lado da sala nem brigava pela última fatia de torta, onde as pessoas podiam ser agradáveis e generosas, onde a vida era cheia de tranquilidade e estilo, sofisticação e possibilidades. Será que eu não estava sendo ingênua? Provavelmente. Mas tudo era tão emocionante, que não me importei." (pág. 107)
"-[...]Eu me sinto péssima vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Minha carreira não suporta isso... sou uma profissional de sucesso, mas estou parecendo uma doente mental. Tem que haver uma maneira de fazer esse bebê dormir. Estou falando sério, porque estou começando a odiá-la, e isso não pode ser saudável. - Ela me olhou com tristeza.
Ah, sono. É sempre um grande problema que acompanha a chegada de um bebê. E para personalidades controladoras de sucesso que levavam vidas até então cem por cento controladas, é um problema colossal. Elas consideram sua capacidade de controlar os invariavelmente caóticos primeiros meses de vida de um bebê como um fracasso pessoal." (pág. 136)
"Tive um professor de medicina incrível que sempre dizia que a respiração profunda é a mais poderosa ferramenta terapêutica do mundo, mas que, como era de graça e não vinha em fórmula de pílula, as pessoas raramente a usavam." (pág. 149)
"-Você pode me odiar pelo que vou dizer agora, mas vou dizer assim mesmo. Este é o seu momento. Muitas portas bastante emocionantes estão se abrindo. Se você pelo menos não mergulhar os dedos dos pés no grande mundo glamouroso pra ver se gosta ou não, talvez venha a se arrepender mais para a frente. Quer dizer, olhe para você, Shelley... você é um mulherão. E tem charme de verdade. Sei com certeza que Josh Potter está interessado em você. Você não quer chegar aos 65 anos e olhar para trás cheia de eu devia-eu podia-eu teria, desejando ter pelo menos beliscado o fabuloso bufê que foi estendido diante de você." (pág. 168)
"Aquela não era a primeira vez que eu via uma mãe rica deixar uma criança nas mãos de alguém com quem pensaria duas vezes antes de deixar meu cachorro. Era um fenômeno estranho, que eu já havia discutido com a Dra. Marge e a Candace, a forma como muitas dessas mulheres da sociedade confiavam despreocupadamente numa governanta que não falava inglês ou numa au pair que estava no país havia uma semana ou num serviço de babás neófitas para acompanhar os filhos em algo tão importante quanto uma consulta médica." (pág. 181)
"Eu havia estudado psicologia o bastante para identificar que Lee Merrill estava enfrentando uma das verdades tácitas da maternidade: o fenômeno no qual uma nova mãe tem uma forte reação negativa ao recém-nascido. A reação normalmente é detonada ou por ciúme, porque o bebê rouba da mãe a atenção do marido e do mundo, ou por claustrofobia - de repente você está amarrada a outra pessoa para o resto da vida, e a sua liberdade emocional e física é abreviada profundamente. Meu palpite era de que Lee Merrill se encaixava na categoria claustrofóbica. Ali estava uma mulher jovem com ambições mundanas grandiosas, e não há nada incrivelmente grandioso ou mundano num bebê exigente." (pág. 238)
"Embora tenha gostado de ouvir suas palavras gentis, uma parte de mim ficou decepcionada por ele não ter desafiado ou questionado a minha decisão, ainda que levemente. Eu queria uma chance de expor as minhas próprias dúvidas. Às vezes, apoio incondicional não é algo de que uma filha precise, mesmo que possa ser o que ela acredite querer." (pág. 267/268)
"-Sra. Miller, podemos falar um minuto sobre seus filhos chuparem o dedo?
-É para isso que estou aqui. Engessar é uma alternativa? Gostei da sua roupa. É Fendi, não é? Acabamos de comprar uma casa em Millbrook. Tally-ho, ha ha.
-Engessar não é uma alternativa. Na verdade, essa técnica não tem sido usada há alguns anos, e sinto muito que você tenha sido submetida a ela. É importante lembrar que sugar é algo instintivo para uma criança e que costuma começar logo depois, ou mesmo antes, do nascimento. Na verdade, alguns bebês nascem com bolhas de tanto chupar os pulsos ou as mãos. Um bebê que chupa o dedo é, na verdade, um bebê capaz de acalmar a si mesmo, o que pode ser um sinal de independência sadia ou auto-suficiência." (pág. 292/293)
"-Enfim, eu passei por aqui porque fiquei sabendo que você vai almoçar com as irmãs Van Rensselaer. Eu as conheço desde o ventre.
-Como elas são?
-Digamos que elas provam o princípio Paris-Hilton: é possível ter dinheiro e nome e ainda assim ser ralé." (pág. 322)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário