sábado, 17 de outubro de 2015

O príncipe dos canalhas

Título: O príncipe dos canalhas
Autor: Loretta Chase
Páginas: 288

Marquês de Dain (conhecido também como lorde Belzebu) foi rejeitado pelo pai, humilhado pelos colegas de escola, abandonado pela mãe, leva uma vida pecadora e depravada e nenhuma dama respeitável sequer se aproxima do mesmo. Eis que surge em cena Jessica Trent, uma mulher independente, que não tem meias palavras e que tem por objetivo livrar o irmão das influências nefastas do marquês.

O encontro dos dois provoca conflitos interessantes: o marquês fica revoltado por encontrar uma mulher a quem ele não consegue dominar e a jovem dama sente-se atraída pela figura repulsiva do marquês. A sequência da história é o que mais ou menos se espera de um romance desta categoria, com um final feliz, é claro. Leitura simples, mas agradável.

Trechos interessantes:

"Dali em diante, decidiu que adotaria o seguinte lema de Horácio: 'Ganha dinheiro honestamente, se puderes; senão, como puderes'." (pág. 14)

"'Esposa ou amante, são todas iguais', ele costuma dizer aos amigos. 'Quando uma dama - virtuosa ou não - se prende a você, você se torna o dono de uma propriedade problemática, onde os arrendatários estão sempre em pé de guerra e pela qual você precisa despender muito trabalho e dinheiro. Tudo pelo privilégio ocasional - que depende dos desejos dela - de conseguir o que você poderia ter com qualquer meretriz em troca de alguns xelins'." (pág. 73)

"'Não há animal mais invencível do que a mulher', dissera Aristófanes. 'Nem o fogo nem qualquer felino selvagem consegue ser tão implacável'." (pág. 105)

"-Eu? Ajudar? - perguntou ele, incrédulo. - Para que diabo servem os criados, sua cabecinha de vento? Eu não lhe disse que pagaria tudo? Se ninguém em casa tem competência para fazer o serviço, então contrate alguém. Se você quer ser uma marquesa rica, por que não começa a agir como uma? As classes trabalhadoras trabalham - explicou ele, com uma paciência exagerada. - As superiores lhes dizem o que fazer. Não se deve ir contra a ordem social." (pág. 117/118)

"Vawtry não se preocupava com os comerciantes a quem devia; as notas promissórias que passara aos amigos é que lhe causavam ansiedade profunda. Se não conseguisse saldá-las, não teria mais amigo nenhum. Um cavalheiro incapaz de pagar suas dívidas não seria mais considerado um cavalheiro. Essa ideia era ainda mais apavorante do que a ameaça dos agiotas ou das prisões para devedores." (pág. 134)

"Com o mundo em ordem, Dain dedicou um tempo preguiçoso do banho para revisar seu dicionário mental. Removeu sua esposa da categoria geral denominada 'Mulheres' e deu a ela uma seção própria. Fez uma anotação onde indicava que ela não o achava repugnante e propôs várias explicações: (a) visão e audição prejudicadas, (b) um pequeno defeito em seu intelecto, que, em todos os outros assuntos, era impecável, (c) uma excentricidade da família Trent ou (d) um ato de Deus. Como o Todo-Poderoso nunca havia lhe concedido a dádiva de um único ato de gentileza em pelo menos 25 anos, Dain pensou que já não era sem tempo, mas agradeceu ao Pai Celestial mesmo assim e prometeu ser um bom marido." (pág. 191)

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