Título: Filho das sombras
Autor: Juliet Marillier
Páginas: 610
Este segundo livro da trilogia tem como personagens principais os descendentes de Sorcha, a personagem central do primeiro volume. Sorcha tem três filhos: Sean, Niamh e Liadan, tendo esta última herdado da mãe o gosto e a habilidade de manipular ervas medicinais. Quando todos pensavam que sua vida seria bem pacata, preocupando-se apenas em cuidar dos enfermos, eis que de repente dá uma guinada ao conhecer o mais temível dos bandidos da região.
A história segue o mesmo padrão do livro anterior (o que era de se esperar, é claro) contando com riqueza de detalhes sobre os mistérios e a magia do povo celta. Suas histórias, suas crenças e seus heróis são narrados com tanta intensidade que você se sente fazendo parte da história.
Trechos interessantes:
"Niamh e eu seríamos boas esposas. Sabíamos mesmo como administrar uma casa. Afinal, como se pode administrar o trabalho dos empregados se não se conhece o ofício deles?" (pág. 60)
"A melhor maneira de se iniciar uma luta com um homem é tirar dele o que lhe é importante: seu cavalo ou sua esposa. E de começar uma guerra, é tirar de um povo o que lhe é mais sagrado: suas heranças e seus mistérios." (pág. 64)
"Mas meu pai havia me dito certa vez que o medo não vence batalhas. Arregacei as mangas e decidi que não havia tempo para temores ou superficialidade." (pág. 127)
"-Você vê minha morte? Isso a preocupa? Não, não tenha medo disso. Às vezes, eu mesmo penso que seria bom se eu morresse.
-Pois você deveria se preocupar - eu disse, agora em voz mais calma. -Morrer sem conhecer a si mesmo é a pior coisa que pode acontecer." (pág. 174/175)
"Não é por acaso que dizem que as mulheres têm uma paciência muito maior que a dos homens. Passamos boa parte de nosso tempo esperando. Esperamos as crianças nascerem, esperamos os homens voltarem do trabalho, do mar e das batalhas. E esperamos notícias. Essa é a pior parte, pois o medo atravessa o coração e nos faz sofrer muito. A mente fica imaginando coisas terríveis enquanto se espera." (pág. 361)
"É como você mesmo me disse, certa vez. As maiores histórias, se bem contadas, despertam os medos e os desejos dos ouvintes. Cada um houve uma história diferente. Cada um é tocado por algo em especial. As palavras chegam aos ouvidos, mas a mensagem cai direto ao espírito." (pág. 388)
"A questão agora não é se eles confiavam em mim, e sim se eu confiava neles. Bran certa vez havia dito que confiança é um conceito sem sentido. Mas quem não consegue confiar nas pessoas vive sozinho, pois não existe família ou aliança sem o conceito de confiança. Sem ela todos viveriam afastados uns dos outros, perdidos e à mercê dos ventos, sem ter onde se segurar." (pág. 394)
"-Você faz isso parecer tão simples.
-Mas acho que o mundo é simples, em sua essência. Vida, morte. Amor, ódio. Desejo, realização. Magia. Talvez só esta última seja mais complicada." (pág. 575)
terça-feira, 18 de agosto de 2015
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