Título: Um pouco de seu sangue e outras histórias
Autor: Alfred Hitchcock
Páginas: 216
A primeira história (Um pouco de seu sangue) ocupa a metade do livro e é um misto de narrativa e excertos de correspondências. Achei muito longa para o tipo de história constante nas demais coletâneas do autor. Também não a achei das mais interessantes.
A outra metade do livro é composta por oito histórias, estas sim, fiéis ao estilo consagrado. Particularmente gostei de duas delas: 'Os veranistas' e 'Refém'. Mas há outras também, agradáveis de se ler.
Trechos interessantes:
"Provavelmente só casou com ela porque era a única moça das suas conhecidas que podia conversar com ele. Não havia mesmo nada mais entre os dois que valesse a pena de casar. Solidão. As pessoas se sentem sozinhas e por isso se enforcam e vão viver sozinhas uma com a outra." (pág. 9)
"A coisa mais atilada que já se disse sobre a mentira é esta que o melhor de tudo é dizer a verdade porque quem diz a verdade nunca precisa se lembrar do que disse." (pág. 26)
"Eu já disse isto e vou dizer de novo, no fim das contas o que um homem precisa mesmo é só encher a barriga e deixar que os outros pensem por ele, ninguém precisa pensar se não quer. E se isso não é o retrato escarrado do exército não sei o que seja." (pág. 47)
"Dei graças por poder falar com ela longe daquela ruína sombria e barulhenta que eles chamam casa. A palavra 'mesquinho' tem vários matizes de sentido; tudo naquela casa, nos seus habitantes e nas imediações corresponde a cada um desses matizes." (pág. 99)
"-Bem o cremos, Sr.Cochrane - retrucou o garoto de olhos de coruja, sem abandonar as suas maneiras corteses. -Sabemos que o senhor não é responsável, diretamente. Mas indiretamente, é responsável, e foi por isso que o tomamos como refém. Acontece, Sr.Cochrane, que o senhor agora é rico, goza a sua vida em segurança e a lei nada pode contra o senhor. São exemplos como o seu que inspiram os novatos no crime a raptar gente e o mais que segue." (pág. 178)
sexta-feira, 19 de junho de 2015
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