Título: Os filhos do imperador
Autor: Claire Messud
Páginas: 478
Os Thwaite são uma família importante: o pai, um renomado escritor de fama mundial; a mãe, sempre envolvida com obras sociais; a filha, uma riquinha mimada que começou a escrever um livro mas nunca termina.
Contracenando com esse grupo há um amigo gay, uma amiga gostosa, o namorado da filha (tentando a todo custo lançar uma revista) e o sobrinho que vem para a cidade grande tentando fugir do anonimato. Todas estas vidas serão alteradas com os acontecimentos do 11 de setembro.
Trechos interessantes:
"'Eu nunca pedi para minha filha se tornar escritora', disse ele. 'Muito pelo contrário. Acho que, se você é capaz de fazer outra coisa, faça. Porque é uma vida estimulante, mas incerta. Mas eu a fiz entender que integridade é tudo, tudo o que temos. E, se você tem uma voz, um dom, é moralmente obrigado a exercê-lo'." (pág. 63)
"Ele sabia como despertar o desejo dos outros - por ele mesmo -, e, nos vários momentos mais sombrios, ele explorava essa capacidade, pois o fazia se sentir melhor e porque tinha esse poder. Mas ele não conseguia saber onde o desejo (de outras pessoas) se transformava em riqueza (para ele)." (pág. 75)
"Virou as páginas do livro, encontrou o que estava procurando, a frase marcada com tinta fluorescente. 'Os grandes gênios têm as menores biografias. Seus primos não sabem dizer nada sobre ele, que vivem para seus escritos, e então suas vidas pública e pessoal são triviais e comuns'." (pág. 108)
"-E você sabe que não acredito em presságios. Você também não deveria. Nenhum ateu que se preza deve acreditar em presságios." (pág. 146)
"Na adolescência, o terror maior nunca foi ser atacado pelos que batiam nos gays, nem mesmo ser pego pela polícia, mas encontrar um rosto conhecido, uma porta de carro que se abrisse e revelasse um amigo do seu pai ou um membro da igreja; ou um erro de cálculo que fizesse seu pai passar de carro para buscá-lo no multiplex logo ao lado, flagrando o adolescente enrolado e comprometido sob a fraca luz da rua. O maior medo sempre foi que mamãe e papai descobrissem; o maior trunfo sempre foi o fato de que essa vida secreta se manteve por tanto tempo desconhecida deles." (pág. 162)
"-Você está completamente certo. Precisa lê-los - disse o tio. - Isso é o significado de ser civilizado. Romances, história, filosofia, ciência, tudo isso. Você se expõe ao máximo possível, absorve, esquece grande parte, mas no meio do processo isso muda você.
-Mas você não se esquece das coisas.
-Claro que sim. Escrever ajuda. Quando se escreve sobre algo, quando se pensa realmente sobre um assunto, você o conhece de uma forma diferente." pág. 205)
"É narcisismo amar um muro e ressentir-se por ele não corresponder ao sentimento. É perverso. Amor é mútuo, floresce com a reciprocidade. Não se pode ter amor de verdade sem afeto em retorno. Do contrário, é apenas obsessão e projeção. É infantil." (pág. 308)
"-É a mesma coisa quando alguém morre, acho - disse Marina. -Você sabe, assim, do nada. Num minuto a pessoa está aqui, e no outro não está mais, e você não tem como digerir isso. É surreal." (pág. 397)
segunda-feira, 16 de março de 2015
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