Título: O sol por testemunha
Autor: Patricia Highsmith
Páginas: 276
Tom Ripley é um cidadão que vive de chantagear as pessoas, alegando fraude no imposto de renda. A sorte lhe bate à porta quando é abordado por um pai de um antigo colega de escola, cujo filho está na Itália, e está procurando alguém para convencê-lo a voltar para a América. Tom aceita a missão com a esperança de conhecer a Europa às custas do seu benfeitor.
Apesar da história já conhecida e de críticas positivas de todas as partes, não sou muito adepto de livros desta natureza. A história é interessante e prende a atenção, sem dúvida, mas me deixa a impressão de que o autor quer fazer crer que o crime compensa.
Trechos interessantes:
"Greenleaf era um sujeito tão decente, que para ele todo mundo de repente se tornava decente também. Quase esquecera que ainda existia gente assim." (pág. 14)
"Não consigo me decidir se gosto de homens ou de mulheres, portanto estou pensando em desistir dos dois." (pág. 82)
"Queria poder dizer em Majorca, Atenas ou Cairo, ou onde quer que se achasse: 'Sim, moro em Roma. Mantenho um apartamento na cidade'. 'Manter' era a palavra usada quanto a apartamentos, entre a alta sociedade internacional. Mantinha-se um apartamento na Europa como quem mantém uma garagem na América." (pág. 129)
"Sentia-se só, mas não solitário." (pág. 134)
"Não há nada como ter orgulho de quem se ama, não é mesmo? Não conversamos uma vez sobre isso?" (pág. 172)
"Agradou-o o fato de não haver carros em Veneza. Tornava-a mais humana. As ruas eram como veias, pensou, e o povo era o sangue circulando por toda parte." (pág. 185)
"Peter estava com roupas italianas da cabeça aos pés. Tom notara, nas festas e no teatro, que os homens que usavam roupas inglesas eram quase sempre italianos, e vice-versa." (pág. 219)
"Adorava possuir coisas, não em grande quantidade, mas um número de objetos selecionados dos quais não queria se desfazer. Faziam com que a pessoa adquirisse auto-respeito. Não a ostentação, mas a boa qualidade, e o amor à qualidade. Suas posses o faziam lembrar que estava vivo e amar sua existência. Era simples." (pág. 236)
"O dinheiro tornava-lhe possível agora ir à Grécia, colecionar cerâmica etrusca, se quisesse (lera recentemente um livro muito interessante escrito por um americano que morava em Roma), ser membro de sociedades artísticas e fazer donativos. Permitia-lhe, por exemplo, ler Malraux nessa noite, até a hora que quisesse, pois não precisava ir trabalhar de manhã." (pág. 237)
"[...]Como a história de San Remo. Eram boas porque as imaginava com tanta intensidade que acabava por acreditar nelas." (pág. 239)
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
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