Título: Como me tornei estúpido
Autor: Martin Page
Páginas: 158
Antoine é um rapaz inteligente e com poucos amigos e acredita que o grande problema de sua vida é ser inteligente. Segundo ele as pessoas estúpidas têm mais privilégios e resolve então se tornar estúpido para aproveitar as chances da vida.
Depois de várias tentativas, consegue o seu objetivo mas perde os poucos amigos que tinha e vê que todo o seu esforço não valeu a pena.
Mesmo sendo interessante a ideia, não consegui capturar a essência do livro: para um trabalho de humor faltaram partes engraçadas; para um trabalho sério há excesso de situações inusitadas. No fim das contas, acho que o estúpido sou eu mesmo.
Trechos interessantes:
"Ele seria alcoólatra, ou seja, alguém que tem uma doença socialmente reconhecida. Os alcoólatras são compreendidos, são cuidados, têm uma consideração médica, humana. Ao passo que ninguém pensa em compadecer-se das pessoas inteligentes." (pág. 15)
"Ele queria tornar-se alcoólatra inteligentemente, de maneira construtiva e culta, conhecer os segredos do veneno que o salvaria." (pág. 17)
"O alcoolismo é uma atividade que requer certa dedicação,é preciso consagrara ele muitas horas por dia. Requer uma disciplina, digamos, olímpica. Eu não acredito que você tenha capacidade para isso, rapaz." (pág. 21)
"...é o álcool que decide se você é apto para tornar-se um bêbado." (pág. 22)
"Rodolphe podia esperar obter o grau de mestre dentro de dois anos, passar a professor universitário dentro de sete anos e morrer completamente esquecido uns sessenta anos depois, deixando uma obra que influenciará gerações e gerações de traças." (pág. 33)
"Antes, eu queria suicidar-me por desespero, agora a principal causa do meu desespero é que eu não consigo suicidar-me." (pág. 36)
"Além disso, o suicídio é a minha vocação; desde quando eu era criança, é a minha paixão. Com que cara vou ficar se morrer aos noventa anos de causa natural?" (pág. 37)
"Um câncer achou que o meu corpo seria uma bela ilha paradisíaca e ali ele passa as suas férias, com os pés no oceano do meu sangue, bronzeando-se sob o sol do meu coração..." (pág. 47)
"Penso que ser inteligente é pior que ser asno, porque o asno não se dá conta disso, ao passo que qualquer inteligente, ainda que humilde e modesto, o sabe forçosamente." (pág. 56)
"...você quer dizer que foi estúpido por tentar ser tão inteligente, que você se enganou e que tornar-se um pouco estúpido é que será inteligente..." (pág. 69)
"A vida é um animal que se alimenta de cheques e cartões de crédito." (pág. 103)
domingo, 6 de novembro de 2011
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