domingo, 25 de janeiro de 2009

Com açúcar e veneno


Título: Com açúcar e veneno
Autor: Alfred Hitchcock
Páginas: 202

Mais uma coletânea dos contos selecionados (?) pelo mestre do suspense. Eu já li quase todos os livros desta série e, é claro, são muito similares. O problema é que eu gosto deste tipo de história e sempre há uma ou outra interessante por aí.
Este livro apresenta 13 histórias (aliás, quase todos os livros desta série possuem 13 histórias) de autores consagrados no gênero, mas eu me identifiquei com apenas duas: "Um tiro numa noite escura" e "Por favor, perdoe-me".

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Crime e castigo


Título: Crime e castigo
Autor: Fiódor Dostoiévski
Páginas: 626

Mais um clássico da literatura russa e também mundial. A maioria, se não leu o livro, pelo menos o conhece. Trata-se de obra amplamente comentada e divulgada, sendo inclusive considerado por alguns como um dos grandes romances de todos os tempos.
A história em si é simples: um estudante de direito, em dificuldade financeira, comete um assassinato (aliás, dois) e passa o resto do livro se martirizando e com "crise de consciência" pelo ato executado. Em resumo, se não leram ainda há tempo.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dias na Birmânia


Título: Dias na Birmânia
Autor: George Orwell
Páginas: 260

Este livro, apesar de não ser dos mais conhecidos de Orwell, tem sua importância. Ele retrata a Birmânia (atual Mianmar) no início do século XX, quando era então uma colônia britânica.
O personagem principal, Flory (claramente baseado na experiência pessoal do autor), é um estranho no ninho: não é um nativo e ao mesmo tempo é desprezado pelos ingleses que dominam o país, justamente por ser amigo dos nativos. Tem como único amigo um indiano, médico do local e com a chegada de uma jovem inglesa (Elizabeth), tem a esperança de organizar sua vida.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Coma


Título: Coma
Autor: Robin Cook
Páginas: 318

Num hospital de Boston a estagiária Susan Wheeler está às voltas com acontecimentos que ela acha estranho. Uma paciente jovem é internada para cirurgia rotineira, entra em coma, não mais retornando a si. A estagiária observa ainda que este não é um caso único e vários outros casos semelhantes já ocorreram no hospital.
Intrigada com o assunto ela resolve iniciar uma investigação, sem imaginar que isto irá lhe trazer grandes complicações.
Literatura policial de ritmo empolgante, como os demais títulos do mesmo autor.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O dia do chacal


Título: O dia do chacal
Autor: Frederick Forsyth
Páginas: 368

Acho que este é o livro mais conhecido de Forsyth (pelo menos é o que eu imagino, nunca pesquisei o fato). Mas uma coisa é certa: foi o primeiro livro dele que li, depois vieram outros, claro. Já disse que tenho preferência por literatura policial, onde se misturam mistério, suspense e tudo mais e nisto o livro é perfeito.
Uma organização francesa, descontente com o regime político, contrata um assassino desconhecido (conhecido por Chacal) para matar o general Charles de Gaulle. O livro acompanha todos os preparativos do assassino, um verdadeiro jogo de espionagem, até o encontro final entre os dois. A história é tão bem escrita que, ao final, você já está torcendo para o bandido...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Mitford


Título: Mitford
Autor: Jan Karon
Páginas: 568

Imagine uma cidade onde não haja violência, todos se conhecem pelo nome e o sentido de solidariedade esteja presente em cada cidadão. Esta é Mitford.
Aqui você vai conhecer o Reverendo Tim, pároco da igreja local, cuja vida é inteiramente dedicada a auxiliar os necessitados. A vida do reverendo não será mais a mesma após encontrar um garoto rebelde, mas adorável; descobrir jóias roubadas e escondidas em sua paróquia e ainda há a presença da nova vizinha que irá deixá-lo, no mínimo, perturbado.

Trechos interessantes:

"O homem mais rico é aquele cujos prazeres são os mais baratos". (Thoreau) (pág. 302)

"Ver o mundo num grão de areia e o paraíso numa flor silvestre". (Blake) (pág. 323)

"Agarre o infinito na palma da mão e a eternidade em uma hora". (pág. 323)

"Sentiu o impacto doloroso da hostilidade do garoto. E foi uma sensação da qual não gostou. Infelizmente, garotos não chegam com manuais de instruções. E tratar com justiça das crises originadas por aquele garoto, em particular, seria como reconstruir o motor do seu Buick. Na verdade, apesar de nunca ter feito nada além de levantar o capô e sobre ele lançar um olhar impotente, acreditava que seria mais fácil reconstruir um motor do que instilar respeito e obediência em Dooley Barlowe.
-Dooley, - retorquiu - existe algo na sua voz que faz com que eu me sinta... indiferente à sua necessidade. Talvez você pudesse sair e entrar novamente.
O garoto olhou para ele, confuso. Numa família de cinco filhos, sem dinheiro e sem pais estáveis, havia uma porção de maneiras de atrair a atenção. Hostilidade era somente uma delas. Fazer com que essa estratégia não funcionasse ali era um ponto que precisava ter sempre em mente.
Seguiu-se um silêncio beligerante.
-Na verdade, recomendo que você faça isso mesmo. Por que você não sai por aquela porta e entra de novo? Você poderia dizer algo como: 'Alô' ou 'Como vai?'. Alguma coisa civilizada. Então, você poderá me falar sobre os sapatos de que precisa. Pode ter certeza de que ouvirei cou muita atenção - afirmou, olhando nos olhos do garoto." (pág. 355)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O homem que não bebia cerveja


Título: O homem que não bebia cerveja
Autor: Jurandir Araguaia
Páginas: 130

Jurandir Araguaia não é somente um escritor goiano (nascido em Brasília), mas também um colega de profissão do serviço público. Qual não foi a grata satisfação ao conhecê-lo escritor.
Seu livro de contos e crônicas é de qualidade impressionante. Quase posso me ver na maioria das crônicas ali retratadas, tornando a leitura profundamente agradável. São 45 histórias recheadas de muito bom humor, ironia e diversão. A história que dá título ao livro, então, esta é impagável.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Tia Zulmira e eu


Título: Tia Zulmira e eu
Autor: Stanislaw Ponte Preta
Páginas: 220

Stanislaw Ponte Preta (ou Sérgio Porto) gostava de inventar personagens e dar-lhes características próprias. Tia Zulmira é mais um deles. Esta "jovem" senhora mete o bedelho em todos os assuntos, diz-se entendida e adora divulgar as suas idéias em jornais e revistas da época.
Mesmo sendo um livro de crônicas lançado em 1979, podemos ver que muitas delas ainda se conservam atuais. Além do mais, é um Stanislaw...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Como aborrecer um guarda


Título: Como aborrecer um guarda
Autor: Efraim Kishon
Páginas: 134

Coletânea de crônicas do escritor húngaro Efraim Kishon, considerado o "humorista nacional de Israel". O seu humor apresenta uma mordacidade característica e divertida, de fácil assimilação e apreciado em diferentes culturas.
Saboreando as crônicas do livro deparamo-nos com histórias hilárias, como a que dá título ao livro, ou a "história de um nariz", ou ainda "como assegurar um seguro" e muitas outras. Em resumo, é um livro de leitura agradável, fazendo com que nos identifiquemos com várias de suas crônicas.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O morro dos ventos uivantes


Título: O morro dos ventos uivantes
Autor: Emily Bronte
Páginas: 312

Um romance denso, triste e sombrio (como a colina citada no título), mas com uma história apaixonante.
O jovem Heathcliff é adotado pelo casal Earnshaw provocando ciúmes no filho legítimo do casal, ao mesmo tempo que desperta na filha (Cathy) uma grande paixão. Apesar do forte sentimento de Cathy com relação a Heathcliff, ela se casa com outro por entender que, pela posição social, Heathcliff não esteja à sua altura.
Magoado, Heathcliff sai de casa e retorna tempos depois, rico e com boa posição social, abalando novamente os sentimentos de Cathy. Ao dar à luz sua única filha, Cathy morre provocando a ira de Heathcliff que deseja se vingar de todos enquanto implora para que o fantasma dela o atormente pelo resto da vida.

domingo, 4 de janeiro de 2009

A menina do fim da rua


Título: A menina do fim da rua
Autor: Laird Koenig
Páginas: 192

Uma garota de 13 anos que veio da Inglaterra com pai, fugindo da mãe alcoólatra, se instala numa casa afastada de todos. O pai morre, mas este fato não é comunicado a ninguém. Ela passa a viver sozinha na casa, não vai à escola e vive isolada de todos.
Todos estes fatos acabam intrigando as poucas pessoas com as quais ela convive: a proprietária da casa onde mora, o filho desta, o policial local. Nem sempre é fácil manter um segredo e o preço pode ser alto demais. O que se passa na casa do fim da rua? Até quando ela conseguirá manter o seu segredo?

sábado, 3 de janeiro de 2009

A dez passos da forca


Título: A dez passos da forca
Autor: John WainWright
Páginas: 160

Um bandido mata um policial e deixa a irmã do policial transtornada. Seu marido, que também é policial, decide matar o bandido imaginando que isso irá reanimar a esposa e trazê-la de volta à vida, porém a polícia não pensa da mesma forma e considera uma densonra ao quadro policial.
Inicia-se então uma caçada onde a força policial irá tentar capturar um foragido que conhece todo o mecanismo de trabalho da polícia. Uma história policial com todos os ingredientes do gênero.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O amanuense Belmiro


Título: O amanuense Belmiro
Autor: Cyro dos Anjos
Páginas: 218

O livro, seguindo a forma de diário, retrata a pacata vida do funcionário público Belmiro. Ele, pessoa modesta, nutre uma paixão não declarada pela jovem Carmélia, moça da alta sociedade de Belo Horizonte.
A narrativa é lenta e, sendo em primeira pessoa, reforça ainda mais o lado tímido e retraído do protagonista. No fim da história, Carmélia casa-se com outro e Belmiro volta à realidade de rapaz simples que sempre foi.

Trechos interessantes:

"Tempo velho. Velho Belmiro. Hoje é o nosso dia. Enquanto a fogueira funcionar, nós ficaremos de braços dados, nem tristes, nem alegres, apenas nos namorando e nos lembrando daquela moça de cabelos de retrós e de brancas vestes, que cantava inefável modinha. (...) Vamos perambular pela rua, contemplando as
fogueiras e cantando certa modinha que ninguém ouvirá". (pág. 48)

"-Olá, amigo Porfírio, você no meu antro! Galernos ventos o trouxeram". (pág. 58)

"Desde que se inventou a datilografia, e as mulheres (de preferência moças e bonitas) têm sido ocupadas nesse ministério, as complicações se multiplicaram na face da terra". (pág. 71)

"Tive ímpeto de passar-lhe a mão pelos cabelos e (por que não?) de dar-lhe uns beijos que não seriam senão paternais. (...) Mas o gesto morreu no pensamento e os beijos ficaram recolhidos, como todos os outros que, amorosos ou simplesmente ternos, minha imaginação ensaiou para as virgens que passaram pelo meu caminho". (pág. 71)

"O sertão estraga as mulheres e a pobreza as consome". (pág. 86)

"As coisas não estão no espaço; as coisas estão é no tempo. (...) Na verdade, as coisas estão é no tempo, e o tempo está é dentro de nós". (pág. 86)

"...Hoje dormimos arlequim, amanhã acordaremos pierrô. As vestes ficam guardadas num armário de nossas profundezas onde se amontoam indumentos de infinita variedade. Alguém no-las troca sorrateiramente, durante o sono, de acordo com um critério que nos escapa. (...) À sorrelfa, algum diabo malicioso inutiliza o nosso trabalho e amanhã seremos o que não queremos, e hoje, somos o que ontem fôramos e não quiséramos ser mais". (pág. 90)

"Já não reajo contra as visitas dessa doce imagem. Associei-a à minha vida, ela me pertence. A Carmélia real, inatingível, será de outro, casará, terá filhos. Mas a que construí será sempre minha, e o tempo não exercerá sobre ela sua ação desagregadora, porque está fora dos domínios do tempo". (pág. 134)

"No momento preciso em que certos quadros se desdobram aos nossos olhos, quase sempre não lhes percebemos a intensidade lírica, nem lhes aprendemos a substância rica de poesia. (...) Mais tarde é que, através da memória, vamos com os olhos da alma penetrar no âmago daquelas paisagens extraordinárias.

(...) Só hoje depois de uma ascensão lenta, as camadas profundas do espírito me trazem o panorama, a cor, a luz, e a música de longínquos dias, que pareciam perdidos". (pág. 153)

"Irritado comigo mesmo, perguntei-me se foi por 'aquilo' que viera ao Rio. Eram viajantes perfeitamente vulgares, como centenas de outros. E não aconteceu nada de excepcional. A terra não tremeu, nem houve eclipse do sol". (pág. 193)

"Como eu me aproximasse, para o livrar do incômodo apêndice, e ele ignorasse minhas intenções, pôs-se a correr como pôde, dando com a lata aqui e acolá, para tortura de um focinho possivelmente magro, a julgar pela miséria orgânica do resto do corpo". (pág. 201)