Título: Um pressentimento funesto
Autor: Agatha Christie
Páginas: 228
Particularmente, gosto mais dos livros de Agatha Christie que tem como personagem principal Hercule Poirot. Este, cuja dupla de detetives são Tommy e Tuppence, não fez muito o meu estilo. Normalmente as histórias de detetive demoram a engrenar e esta, achei que demorou mais ainda.
Tudo começa com a visita a um asilo onde está a tia de Tommy. Pouco depois esta tia morre e deixa alguns pertences, entre eles um quadro com uma paisagem rural. Tuppence fica obstinada pelo quadro e pelo que ouviu de outra paciente quando da visita ao asilo. Juntando todas as coisas resolve desbaratar o mistério e parte em busca do local retratado na tela. Depois de quase tudo resolvido, aparece Tommy para fechar a história. Em suma é isso.
Trechos interessantes:
"Se alguém é ruim como cobra aos vinte, não melhora nada aos quarenta, piora aos sessenta e se transforma numa perfeita peste aos oitenta - bem, francamente, não sei por que havia de me causar qualquer comiseração apenas pelo fato de ter envelhecido. No fundo, ninguém muda." (Pág. 8/9)
"Se alguém de mais de sessenta e cinco anos recrimina a gente, é preferível não responder. Nunca tente provar que tem razão. Desculpe-se logo, dizendo que a culpa é unicamente sua, mostre-se sentido e prometa que o erro não se repetirá." (pág. 15)
"Três vintenas de anos e uma década correspondiam à duração de vida consagrada na Bíblia, e as mortes em sua instituição raramente ocorriam em prazo inferior. Consituíam uma fatalidade perfeitamente natural." (pág. 28)
"-Estive pensando.
-É de onde se originam todos os problemas da vida. Pensar." (pág. 169)
"Pensar consiste apenas num confortável repouso enquanto o espírito mantém as antenas abertas pra eventualidade de captar algo de interesse ou importância flutuando no ar." (pág. 177)
"Eles [habitantes do campo] marcam as datas pelos acontecimentos, não pelos anos. Não dizem 'isso aconteceu em 1930' ou 'aquilo foi em 1925', ou coisa que o valha. Dizem 'isso aconteceu no ano em que o velho moinho pegou fogo' ou 'aquilo sucedeu depois que o raio derrubou o carvalho gigante e matou o granjeiro James' ou 'foi no ano em que houve a epidemia de paralisia infantil'. De forma que, naturalmente, as coisas de que se lembram não obedecem a uma sequência especial." (pág. 208/209)
terça-feira, 29 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
Tão mais bonita
Título: Tão mais bonita
Autor: Cara Hoffman
Páginas: 286
A história não é contada de forma sequencial, o que fez com que eu demorasse a me situar no contexto. Isso é uma deficiência do leitor, não do livro. O livro mantém o suspense até quase o final.
Em resumo: cidade pequena dos Estados Unidos, uma garota desaparece e depois de muito tempo é encontrada morta. Todos se perguntam quem poderia ter feito isso. Paralelamente é contada a história de Alice, filha de ex-hippies que se mudaram para lá. Alice terá importante participação no desenrolar da história. O final pode te surpreender.
Trechos interessantes:
"Quando White sumiu, a estupidez se tornou uma forma de boa educação. Quem não fingisse estupidez provocaria indignação e recriminações, como se devesse ser óbvio para todos que o silêncio precisava ser instituído para que tudo aquilo simplesmente desaparecesse." (pág. 32)
"Deviam ter sentido pena e suposto que era burra, tímida ou ingênua, ou que não poderia pensar nada de ruim sobre gente magra, rica e simpática. Não poderia ter ideias próprias sobre as coisas. Mas, agora, conseguiriam vê-la. Quanto menos maquiagem usava, mais magra ficava; todos simplesmente suporiam que estava ficando mais inteligente, também. Não pensariam que sempre fora inteligente, não perceberiam que sempre fora bonita, também." (pág. 51)
"Ser bom numa coisa não obriga a gente a fazer essa coisa. Era um erro pensar assim. E ele cometera muitos erros por lhe dizerem tantas vezes que era a pessoa certa para algum serviço especial, ou projeto, ou movimento social." (pág. 68)
"Saí voluntariamente de um lugar que amava porque me tornara egomaníaca. Acreditava, sinceramente, que reportagens de jornal poderiam mudar o jeito como o mundo funcionava. E isso significava que eu conseguiria mudar o jeito como o mundo funcionava. E essa não é uma ideia muito saudável para um ser humano." (pág. 87)
"Então, a coisa mais maluca do mundo é achar que a gente pode dizer aos outros o que fazer - ou pensar que algumas pessoas merecem tratamento melhor ou mais coisas do que as outras - porque todos os seres humanos têm as mesmas necessidades biológicas e merecem as mesmas coisas essenciais." (pág. 102/103)
"Tomo meus desejos por realidade, pois acredito na realidade de meus desejos." (pág. 203)
"Quanto mais vivo, mais percebo o impacto da atitude na vida. Para mim, atitude é mais importante do que fatos. É mais importante do que o passado, do que a educação, do que o dinheiro, do que as circunstâncias, do que os fracassos, do que os sucessos, do que o que os outros pensam, dizem ou fazem. É mais importante do que a aparência, talento ou habilidade." (pág. 259/260)
Autor: Cara Hoffman
Páginas: 286
A história não é contada de forma sequencial, o que fez com que eu demorasse a me situar no contexto. Isso é uma deficiência do leitor, não do livro. O livro mantém o suspense até quase o final.
Em resumo: cidade pequena dos Estados Unidos, uma garota desaparece e depois de muito tempo é encontrada morta. Todos se perguntam quem poderia ter feito isso. Paralelamente é contada a história de Alice, filha de ex-hippies que se mudaram para lá. Alice terá importante participação no desenrolar da história. O final pode te surpreender.
Trechos interessantes:
"Quando White sumiu, a estupidez se tornou uma forma de boa educação. Quem não fingisse estupidez provocaria indignação e recriminações, como se devesse ser óbvio para todos que o silêncio precisava ser instituído para que tudo aquilo simplesmente desaparecesse." (pág. 32)
"Deviam ter sentido pena e suposto que era burra, tímida ou ingênua, ou que não poderia pensar nada de ruim sobre gente magra, rica e simpática. Não poderia ter ideias próprias sobre as coisas. Mas, agora, conseguiriam vê-la. Quanto menos maquiagem usava, mais magra ficava; todos simplesmente suporiam que estava ficando mais inteligente, também. Não pensariam que sempre fora inteligente, não perceberiam que sempre fora bonita, também." (pág. 51)
"Ser bom numa coisa não obriga a gente a fazer essa coisa. Era um erro pensar assim. E ele cometera muitos erros por lhe dizerem tantas vezes que era a pessoa certa para algum serviço especial, ou projeto, ou movimento social." (pág. 68)
"Saí voluntariamente de um lugar que amava porque me tornara egomaníaca. Acreditava, sinceramente, que reportagens de jornal poderiam mudar o jeito como o mundo funcionava. E isso significava que eu conseguiria mudar o jeito como o mundo funcionava. E essa não é uma ideia muito saudável para um ser humano." (pág. 87)
"Então, a coisa mais maluca do mundo é achar que a gente pode dizer aos outros o que fazer - ou pensar que algumas pessoas merecem tratamento melhor ou mais coisas do que as outras - porque todos os seres humanos têm as mesmas necessidades biológicas e merecem as mesmas coisas essenciais." (pág. 102/103)
"Tomo meus desejos por realidade, pois acredito na realidade de meus desejos." (pág. 203)
"Quanto mais vivo, mais percebo o impacto da atitude na vida. Para mim, atitude é mais importante do que fatos. É mais importante do que o passado, do que a educação, do que o dinheiro, do que as circunstâncias, do que os fracassos, do que os sucessos, do que o que os outros pensam, dizem ou fazem. É mais importante do que a aparência, talento ou habilidade." (pág. 259/260)
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Você deve amar os cães
Título: Você deve amar os cães
Autor: Claire Cook
Páginas: 288
Sarah é uma mulher de 40 anos, divorciada, professora do jardim de infância e que, sentindo-se solitária, resolve que é hora de procurar um companheiro. Como não tem muito jeito pra coisa, resolve colocar um anúncio no jornal sendo uma das condições que o pretendente deva gostar de cães.
O problema é que há muitas pessoas para 'ajudar': a irmã, a colega de trabalho, o pai (um viúvo mulherengo), etc. E ainda por cima, ela mesma, não tem nenhum cão...
Trechos interessantes:
"Deus detesta a superficialidade. Todos nós dizíamos isso uns aos outros, ainda que fôssemos orgulhosos de nossa superficialidade. Políamos esse aspecto de nossa personalidade até brilhar; era nosso brasão de família." (pág. 40)
"-E o que vocês, seus pequenos travessos, estão procurando tão contentes aí embaixo? Não sabem que a felicidade é para a próxima vida?" (pág. 50)
"Quando uma criança se machuca, tudo o que uma professora quer fazer é colocar o braço em torno de seus ombros e confortá-la, mas nos dias de hoje você tem de estar de luvas antes de fazer contato." (pág. 65)
"Os artigos da Victoria's Secret sempre me faziam sentir como se eu fosse uma impostora. Como se no minuto em que tiro um cabide acolchoado de cetim da arara da parede para examinar aquela camisola macia de renda um pouco mais de perto, um alarme fosse soar em algum lugar. Um facho de luz fosse iluminar minha face e uma loja cheia de mulheres glamourosas fosse me apontar, dizendo: Ah-há! Vê se pode!" (pág. 97)
"-Então, Dolly - ouvi Bob dizer enquanto eu seguia Carol. -Tinha pensado em lhe perguntar, você está usando essa touca para o caso que chova e haja um vazamento no telhado? Ou apenas porque fica assim tão bem em você..." (pág. 141)
"Eu sempre fora induzida a pensar que, se não pudesse encontrar alguma coisa para apreciar em uma pessoa, isso se devia meramente a um reflexo da pequenez de minha mente, da frieza de meu coração." (pág. 179)
"A dor não foi intensa e então eu abri os olhos de novo, só uma fresta, julgando que não deveria perder nada daquele momento ou de qualquer outro. Afinal, a vida era danada de curta para não ser vivida a cada instante." (pág. 246)
"-Bem, algumas vezes eu acho que a única parte que me prende é a parte das crianças. Phoebe e eu somos tão diferentes. Quem somos, do que gostamos. Pensei que, se a gente encontrasse alguém para amar, o resto se encaixaria no lugar." (pág. 270)
Autor: Claire Cook
Páginas: 288
Sarah é uma mulher de 40 anos, divorciada, professora do jardim de infância e que, sentindo-se solitária, resolve que é hora de procurar um companheiro. Como não tem muito jeito pra coisa, resolve colocar um anúncio no jornal sendo uma das condições que o pretendente deva gostar de cães.
O problema é que há muitas pessoas para 'ajudar': a irmã, a colega de trabalho, o pai (um viúvo mulherengo), etc. E ainda por cima, ela mesma, não tem nenhum cão...
Trechos interessantes:
"Deus detesta a superficialidade. Todos nós dizíamos isso uns aos outros, ainda que fôssemos orgulhosos de nossa superficialidade. Políamos esse aspecto de nossa personalidade até brilhar; era nosso brasão de família." (pág. 40)
"-E o que vocês, seus pequenos travessos, estão procurando tão contentes aí embaixo? Não sabem que a felicidade é para a próxima vida?" (pág. 50)
"Quando uma criança se machuca, tudo o que uma professora quer fazer é colocar o braço em torno de seus ombros e confortá-la, mas nos dias de hoje você tem de estar de luvas antes de fazer contato." (pág. 65)
"Os artigos da Victoria's Secret sempre me faziam sentir como se eu fosse uma impostora. Como se no minuto em que tiro um cabide acolchoado de cetim da arara da parede para examinar aquela camisola macia de renda um pouco mais de perto, um alarme fosse soar em algum lugar. Um facho de luz fosse iluminar minha face e uma loja cheia de mulheres glamourosas fosse me apontar, dizendo: Ah-há! Vê se pode!" (pág. 97)
"-Então, Dolly - ouvi Bob dizer enquanto eu seguia Carol. -Tinha pensado em lhe perguntar, você está usando essa touca para o caso que chova e haja um vazamento no telhado? Ou apenas porque fica assim tão bem em você..." (pág. 141)
"Eu sempre fora induzida a pensar que, se não pudesse encontrar alguma coisa para apreciar em uma pessoa, isso se devia meramente a um reflexo da pequenez de minha mente, da frieza de meu coração." (pág. 179)
"A dor não foi intensa e então eu abri os olhos de novo, só uma fresta, julgando que não deveria perder nada daquele momento ou de qualquer outro. Afinal, a vida era danada de curta para não ser vivida a cada instante." (pág. 246)
"-Bem, algumas vezes eu acho que a única parte que me prende é a parte das crianças. Phoebe e eu somos tão diferentes. Quem somos, do que gostamos. Pensei que, se a gente encontrasse alguém para amar, o resto se encaixaria no lugar." (pág. 270)
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