Título: Rebuliço no pomar de goiabeiras
Autor: Kiran Desai
Páginas: 220
Um olhar sobre a Índia e seus costumes, esta é a tônica deste livro. Assistir a um filme ou ler um livro de uma cultura diferente sempre é um pouco estranho. Apesar da evidente diferença, instintivamente fico tentado a comparar os hábitos e costumes aos quais estou acostumado.
A história em si é, no mínimo, curiosa: Sampath é um jovem que, na família e no trabalho, não tem muito futuro. Vai mal na escola, não para em nenhum emprego e em casa é um desajustado. Quando todos pensam que ele está fadado a ser um transtorno, eis que ele sobre numa goiabeira e, de repente, passa a ser um guru famoso adorado por todos. E quando tudo está indo bem surge um bando de macacos para tumultuar o "templo" do jovem guru.
Trechos interessantes:
"Boletins com tantos F vermelhos que a letra parecia ter-se multiplicado com abandono, desregradamente, pela ausência de competição do resto do alfabeto." (pág. 28/29)
"-Mas o mundo é redondo - disse Ammaji, satisfeita com sua própria inteligência - Espere e verá! Mesmo que pareça que está indo para baixo, ele sairá do outro lado. Sim, no topo do mundo. Está apenas tomando a estrada mais longa." (pág. 31)
"Macacos subiam em árvores. Besouros viviam em árvores. [...] Mas para alguém viajar uma longa distância simplesmente para se sentar em uma árvore era absurdo. Permanecer sentado ali por alguns dias era ainda mais ridículo." (pág. 60)
"A garota deveria ter passado em todos os exames no primeiro grau, mas esvutaria respeitosamente as preleções dos futuros parentes sobre diversos temas em que eles próprios haviam sido reprovados na escola secundária." (pág. 62)
"Refratário aos encantos de Pinky como sempre, ele havia prosseguido seu caminho, a sua vida sólida como uma rocha e não perturbada pelo amor. Quando a hora certa chegasse, encontraria a garota certa sem a dilaceração do romance." (pág. 117)
"Gostava muito de teorias. Bastava alguma coisa chamar a sua atenção e, independentemente de ser ou não um problema, ele elaborava imediatamente uma hipótese, complementada pelos passos a serem dados e as conclusões possíveis." (pág. 141/142)
domingo, 19 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Nada de novo no front
Título: Nada de novo no front
Autor: Erich Maria Remarque
Páginas: 232
Magnífico livro que nos mostra o quão sem sentido é a guerra. Narrado em primeira pessoa, mostra a I Guerra Mundial sob o ponto de vista de um jovem de 19 anos, que deixa para trás família, amigos e tudo o futuro que sonhava para ingressar na linha de frente da batalha, onde não vê o menor propósito.
Paul Baumer vê os companheiros de regimento como sua nova família e sofre ao ver o que a guerra faz com cada um deles. Um livro franco, sincero e honesto, apresentando a guerra não como um ato heróico e cheio de bravuras, mas como uma estupidez sem sentidos.
Trechos interessantes:
"A guerra não seria tão insuportável se a gente pudesse dormir mais." (pág. 8)
"Com o passar do tempo, acostumamo-nos a muitas coisas..." (pág. 12)
"Aprendemos que um botão bem polido é mais importante do que quatro livros de Schopenhauer." (pág. 24)
"Se ele ao menos abrisse a boca e gritasse! Mas chora apenas, com a cabeça virada para o lado. Não fala de sua mãe, nem dos irmãos; não diz nada; agora, tudo ficou para trás: está só, com a sua pequena vida de dezenove anos, e chora porque ela o abandona." (pág. 31)
"-Ouçam o que eu digo: vamos perder a guerra porque batemos continência bem demais." (pág. 38)
"De toda aquela arenga, pouco ou quase nada sabemos. Também não nos serviu para nada. Mas na escola ninguém nos ensinou a acender um cigarro na chuva ou na tempestade de vento, nem a preparar uma fogueira com madeira molhada, nem que é melhor enfiar uma baioneta na barriga, porque lá ela não fica presa como nas costelas." (pág. 74)
"Há alguns anos, ter-nos-íamos desprezado terrivelmente. Agora, estamos bastante satisfeitos. É tudo uma questão de hábito, até mesmo o front." (pág. 115)
"Nunca fomos dados a grandes demonstrações de carinho na nossa família; isso não é comum entre gente pobre, que tem de trabalhar muito, sempre sob o peso das preocupações. Não gostam de repetir o que já sabem. Quando minha mãe me chama de 'meu garoto', isto significa tanto quanto as expressões mais efusivas ditas por qualquer outra pessoa." (pág. 131)
"-Pensando bem, é curioso. - continua Kropp - Estamos aqui para defender a nossa pátria. Mas os franceses também estão aqui para defender a deles. Quem tem razão?" (pág. 164)
Autor: Erich Maria Remarque
Páginas: 232
Magnífico livro que nos mostra o quão sem sentido é a guerra. Narrado em primeira pessoa, mostra a I Guerra Mundial sob o ponto de vista de um jovem de 19 anos, que deixa para trás família, amigos e tudo o futuro que sonhava para ingressar na linha de frente da batalha, onde não vê o menor propósito.
Paul Baumer vê os companheiros de regimento como sua nova família e sofre ao ver o que a guerra faz com cada um deles. Um livro franco, sincero e honesto, apresentando a guerra não como um ato heróico e cheio de bravuras, mas como uma estupidez sem sentidos.
Trechos interessantes:
"A guerra não seria tão insuportável se a gente pudesse dormir mais." (pág. 8)
"Com o passar do tempo, acostumamo-nos a muitas coisas..." (pág. 12)
"Aprendemos que um botão bem polido é mais importante do que quatro livros de Schopenhauer." (pág. 24)
"Se ele ao menos abrisse a boca e gritasse! Mas chora apenas, com a cabeça virada para o lado. Não fala de sua mãe, nem dos irmãos; não diz nada; agora, tudo ficou para trás: está só, com a sua pequena vida de dezenove anos, e chora porque ela o abandona." (pág. 31)
"-Ouçam o que eu digo: vamos perder a guerra porque batemos continência bem demais." (pág. 38)
"De toda aquela arenga, pouco ou quase nada sabemos. Também não nos serviu para nada. Mas na escola ninguém nos ensinou a acender um cigarro na chuva ou na tempestade de vento, nem a preparar uma fogueira com madeira molhada, nem que é melhor enfiar uma baioneta na barriga, porque lá ela não fica presa como nas costelas." (pág. 74)
"Há alguns anos, ter-nos-íamos desprezado terrivelmente. Agora, estamos bastante satisfeitos. É tudo uma questão de hábito, até mesmo o front." (pág. 115)
"Nunca fomos dados a grandes demonstrações de carinho na nossa família; isso não é comum entre gente pobre, que tem de trabalhar muito, sempre sob o peso das preocupações. Não gostam de repetir o que já sabem. Quando minha mãe me chama de 'meu garoto', isto significa tanto quanto as expressões mais efusivas ditas por qualquer outra pessoa." (pág. 131)
"-Pensando bem, é curioso. - continua Kropp - Estamos aqui para defender a nossa pátria. Mas os franceses também estão aqui para defender a deles. Quem tem razão?" (pág. 164)
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